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empresa-júnior Conpec faz notável trabalho com
comunidade carente Serviço voluntário e gratuito prestado por alunos integrantes da Conpec - Consultoria, Projetos e Estudos em Computação, empresa-júnior dos cursos de Ciência da Computação e de Engenharia de Computação da Unicamp, está proporcionando conhecimentos básicos de informática a moradores do Jardim Rossin, na periferia de Campinas. Ministrado em uma sala de aula improvisada, em um apertado mezanino de uma pequena igreja do bairro, o curso formou no primeiro semestre 81 estudantes, entre crianças, adolescentes, desempregados, donas-de-casa e operários. O sucesso da iniciativa e a demanda motivaram não só a formação de uma nova turma para este semestre como a expansão do projeto para atender outras comunidades carentes no município. Composta unicamente por alunos de graduação, a Conpec desenvolve projetos em informática para clientes de diferentes portes, com custos menores do que os convencionais, e como as quase 20 empresas-juniores da Unicamp, permite ao estudante aliar formação acadêmica e interação com o mercado de trabalho. O curso de informática no Jardim Rossin, promovido em parceria com uma fundação, é o primeiro projeto social da Conpec e está permitindo aos seus integrantes enfrentar desafios e vivenciar experiências muito diferentes daquelas a que estão habituados nos laboratórios da Universidade, relata Simone Silva Vilela, quartanista de Engenharia de Computação e diretora-presidente da empresa. "É muito gratificante constatar o quanto podemos ser úteis e oferecer conhecimento para pessoas que, de outra forma, dificilmente teriam a mesma oportunidade", comenta a estudante. "Na verdade, estamos apenas cumprindo a obrigação de devolver à sociedade o que ela nos proporciona." Sem computês A viabilização do curso - que compreendeu introdução à Informática e uso do processador de textos Word para Windows - exigiu que a Conpec adotasse uma abordagem didática bastante diferente da que utiliza em treinamento para seus clientes. "De repente, estávamos vivenciando uma situação inusitada: falar de informática para quem nunca tinha visto um computador pela frente", conta o quartanista de Engenharia de Computação, Gustavo Araujo, um dos sete voluntários responsáveis pelas aulas. "Tivemos que abolir o computês das apostilas e da sala de aula, e nos esforçarmos para substituir expressões técnicas por exemplos mais próximos da realidade dos nossos alunos", lembra Fernando Xavier, segundanista de Ciência da Computação. Para ele, a experiência resultou em um benefício adicional: conseguiu superar a inibição de falar em público. O acaso também ajudou a ditar o tom das aulas. Gustavo recorda o dia em que precisou desmontar um dos computadores em sala de aula para verificar um defeito e se viu cercado por olhares que misturavam medo e desconfiança com a exposição das entranhas do equipamento. "Aproveitei a curiosidade para explicar o que são e como funcionam os componentes internos. A aula não constava do currículo, mas foi importante para desmitificar o computador." Criatividade, determinação e uma boa capacidade de improvisação também foram muito úteis para quem estava acostumado a operar microcomputadores de última geração e, de uma hora para outra, se viu diante de oito PCs e uma impressora matricial usados. Doados à sociedade de amigos do bairro, os equipamentos estavam amontoados e alguns tiveram que ser consertados após avaliação dos estudantes da Unicamp. Eles também orientaram mudanças na precária rede elétrica do local para que os computadores pudessem ser utilizados. Novos vôos O mezanino, de aproximadamente 15 metros quadrados, limitou o tamanho das classes e a capacidade de atender aos cerca de 300 inscritos, mas não a vontade de ensinar e de aprender. Para poder cumprir o cronograma de duas aulas semanais de uma hora e meia, para cada uma das nove turmas de doze alunos, os integrantes da Conpec desdobraram-se em aulas à noite e nos finais de semana durante os meses de maio e junho, período em que durou o curso, aproveitando brechas entre as aulas e pesquisas na Universidade. "Chegamos a virar a noite montando apostilas para o dia seguinte", conta Simone. A distância entre o campus em Barão Geraldo e o Jardim Rossin - percorrida em cerca de 40 minutos - e a concorrência das aulas com outras atividades da igreja também foram adversidades superadas com bom humor pelos estudantes e compensadas pela gratidão daqueles a quem puderam ensinar. Desde agosto, outros 90 alunos participam do segundo curso ministrado pela Conpec no local. Cerca de 30% dos matriculados para aprender a usar a planilha eletrônica Excel são oriundos do curso sobre Word. Dois ex-alunos também transformaram-se em monitores, e atuam supervisionados pelos estudantes da Unicamp. "Queremos formar outros multiplicadores com nossos cursos e poder ampliar a abrangência do serviço", explica a diretora-presidente da Conpec. Estimulada pelos resultados da primeira experiência, a empresa-júnior já planeja alçar novos vôos com o projeto "Conpec na Comunidade". Na pauta das próximas empreitadas estão um curso para a comunidade de outro bairro periférico de Campinas, o Jardim São Marcos, e outro para funcionários da Unicamp, a ser implantado em parceria com a Agência de Formação e Profissionalização da Universidade, vinculada à Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários. Também ministram aulas
pelo projeto "Conpec na Comunidade" o
quartanista de Engenharia de Computação, Thales
Andrade; os segundanistas de Ciência da Computação,
João Guilherme e André Duarte, e os calouros Miguel
Galves e Mariana Montalvão, de Engenharia de
Computação, e Renata Queiroz, de Ciência da
Computação. |
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