Exercícios com pesos aplicados em homens idosos mostraram-se
um importante fator para a redução dos riscos de desenvolvimento
da resistência à insulina (RI), estágio prévio ao aparecimento
do diabetes mellitus do tipo 2. “Com o envelhecimento da
população, evidencia-se a necessidade do estabelecimento
de condutas que minimizem as perdas fisiológicas e as complicações
relacionadas às limitações que surgem deste processo”, destaca
o educador físico Thiago Gaudensi Costa.
No estudo apresentado na Faculdade de Educação Física (FEF),
orientado pela professora Mara Patrícia Traina Chacon Mikahil,
Costa submeteu 10 homens acima de 60 anos, sedentários e
saudáveis, ao treinamento com pesos durante 16 semanas e
comparou o resultado com um grupo controle composto por
oito idosos. No período, foram avaliados os efeitos dos
exercícios sobre a resistência à insulina, a composição
corporal e a força muscular. O educador físico destaca que
o objetivo do trabalho foi analisar o exercício de musculação
como método de prevenção ao aumento de indicadores de riscos
à saúde.
“A maioria dos estudos nesta área destina-se a oferecer
o treinamento para indivíduos já doentes ou dentro do ambiente
hospitalar com a finalidade de observar os efeitos sobre
a doença já instalada. Um dos diferenciais deste estudo
reside, justamente, em aplicar os exercícios em pessoas
saudáveis para observar a interferência nos índices, ou
seja, como fator de prevenção”, explica.
Para a seleção, os voluntários deveriam ter hábitos de
vida não-ativos e serem clinicamente saudáveis. O grupo
treinado apresentou índice de Homeostasis Model Assesment (Homa) – que mede o fator de RI – abaixo de 2,71. Nos idosos,
não é recomendável que o valor de Homa esteja acima de 2,71,
pois caracteriza o indivíduo como resistente, com potencial
de desenvolver o diabetes mellitus tipo 2. Pelos resultados
da pesquisa, os índices de Homa na população estudada se
mantiveram os mesmos depois do treinamento com pesos. “Não
aumentou nem diminuiu. A hipótese era que estes índices
poderiam diminuir após os exercícios”, destaca Costa.
Já nos valores de força muscular, outro fator analisado,
foi observado um aumento, o que significa menor risco no
desenvolvimento da doença. Os dados de composição corporal
também tiveram alterações benéficas, com reduções significativas
na gordura corporal relativa, visto que o tecido adiposo
em grandes quantidades é um dos grandes responsáveis pelo
desenvolvimento da RI. Segundo o educador físico, outros
estudos deveriam considerar diferentes intensidades e duração
do treinamento com pesos para se detectar possíveis interferências
sobre a RI.