| Edições Anteriores | Sala de Imprensa | Versão em PDF | Portal Unicamp | Assine o JU | Edição 347 - 11 a 17 de dezembro de 2006
Leia nesta edição
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Osteoporose
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Thomas Lewinsohn: 30 anos de pós em Ecologia
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Uso de lupa e telescópio constrange
alunos que apresentam baixa visão

RAQUEL DO CARMO SANTOS

A professora Maria Elisabete Rodrigues e a orientada Daniela dos Santos: uso de lupa gera brincadeiras de mau gosto (Foto: Antoninho Perri)Mesmo sabendo das vantagens de utilizar auxílios ópticos como lupas, telescópios e óculos especiais, as crianças e jovens com baixa visão se sentem constrangidos quando estão no ambiente escolar. Esta seria a principal barreira para o uso adequado dos equipamentos, segundo estudo com escolares entre 8 e 18 anos realizado por Daniela Alves dos Santos, aluna de graduação em Pedagogia. Orientada pela professora Maria Elisabete Rodrigues Freire Gasparetto, da Faculdade de Ciências Médicas, Daniela entrevistou dez destes escolares e observou que, temendo a reação dos colegas, eles acabam negando a própria necessidade do auxílio. A pesquisa ressalta a importância de oferecer esclarecimentos sobre a deficiência visual e suas implicações aos profissionais da educação e da saúde, aos familiares e à sociedade em geral. “O professor não precisa ser um especialista, mas é fundamental o acesso a informações mínimas para realizar esse trabalho de inclusão”, diz a graduanda.

Crianças sofrem com provocação dos colegas na classe

Faz parte da rotina da professora Maria Elisabete acompanhar a adaptação dos escolares ao uso de auxílios ópticos, quando prescritos pelos oftalmologistas do Serviço de Visão Subnormal do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp ou de outros serviços. Ela conta que a escola recebe orientações, mas a desinformação ainda é grande. “Já recebi relato sobre um professor que teria confundido o telescópio de um aluno com um brinquedo. Imagine o impacto dessa atitude na criança”. A professora da FCM lembra que há casos em sala de aula que ainda não foram diagnosticados e, como a baixa visão pode acarretar a não-aprendizagem e a lentidão de raciocínio, a criança pode passar inclusive por deficiente mental.

Dos escolares entrevistados, 80% declararam que o aparelho óptico os auxiliava muito em sala de aula e 60% afirmaram gostar do auxílio. No entanto, 50% admitiram constrangimento devido a provocações dos colegas.

Daniela dos Santos decidiu investigar o que ocorre com os alunos de baixa visão no ambiente escolar a partir de uma bolsa-trabalho no Centro de Pesquisas em Reabilitação “Prof. Dr. Gabriel Porto” (Cepre). “Chamou atenção, em meu trabalho no Cepre, os relatos sobre as brincadeiras de mau gosto por parte das outras crianças. Assim, resolvi saber o que realmente se passava em sala de aula”. A pesquisa foi apresentada no Congresso de Iniciação Científica da Unicamp e consta do trabalho de conclusão de curso de Daniela.

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