Estudo avalia coordenação motora
de crianças com Síndrome de Down
RAQUEL DO CARMO SANTOS
Em pesquisa desenvolvida na Faculdade de Educação Física (FEF), o desempenho de crianças com Síndrome de Down em testes de coordenação e habilidades motoras não foi tão abaixo da média como se esperava. Segundo a educadora física Sonia Maria Lifante, autora da pesquisa, os resultados foram satisfatórios e indicaram que o estímulo da família, escola e sociedade são determinantes no desenvolvimento dessas crianças. “Teve criança de cinco anos que apresentou, no mesmo teste, condições melhores do que outra de 12 anos. Neste sentido, o ponto forte da pesquisa foi concluir que as funções motoras não deixam tanto a desejar em relação à média das crianças em geral”, destaca Sonia.
A ideia de aplicar dois testes distintos – de habilidades e de coordenação motora – foi implantada com o objetivo de se obter resultados mais eficientes. Em geral, os testes são aplicados em separado e, por isso, tendem a ser incompletos. Sonia explica que a coordenação motora está ligada à estrutura física da criança, enquanto as habilidades relacionam-se à freqüência da prática dos movimentos.
“As duas funções são fundamentais para o Down, uma vez que o retardo mental pode também afetar o desenvolvimento motor, pois o andar, por exemplo, pode ocorrer com dois ou três anos de idade”, esclarece. Neste sentido, estimular a criança desde muito cedo com fisioterapia ou atividades como dança, artesanato, ginástica e outros seria o recomendável, na opinião da educadora física, para que o atraso diminua sensivelmente.
Sonia foi orientada pelo professor José Irineu Gorla e avaliou dez crianças, sendo quatro meninos e seis meninas com idades entre cinco e 12 anos, todas da Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE).