MARIA ALICE DA CRUZ
Pequenos cientistas de 21 escolas públicas de Campinas e Paulínia correram para explicar seus trabalhos na 3ª Feira Científica do Projeto Ciência na Escola, realizada no Ginásio Multidisciplinar da Unicamp no dia 1º de novembro. Entre painéis, objetos e textos eles mostravam o resultado dos trabalhos desenvolvidos a partir de sua própria realidade. O evento foi prestigiado pelo secretário da Educação de Campinas, Graciliano de Oliveira Neto, que manifestou interesse em ampliar o número de escolas participantes no projeto. “A Unicamp presta um serviço de alta qualidade à educação pública. É preciso que não haja interrupção”.
Projeto de ciência traz 21 escolas públicas à Unicamp
A coordenadora do projeto, professora Afira Hipper, afirma que o objetivo do trabalho é estimular o aluno e o professor pesquisadores. Ela enfatizou que as atividades, realizadas desde 1996, são importantes para despertar vocações para as ciências entre os alunos de escolas públicas. Para ela, os projetos desenvolvidos com as crianças no programa têm contribuído não só para a formação do aluno e do professor, mas também para melhorar a qualidade de vida da comunidade onde vivem.
Reeducação alimentar, preservação ambiental, reciclagem, transformação ambiental, direitos humanos, identidade e diversidade. São vários os temas sobre os quais os infantes estudiosos já estão aptos a falar e, mais importante, policiar. A proposta é que os escolares se tornem defensores das idéias que acabam desenvolvendo na pesquisa, divulgando para parentes e amigos a importância de reciclar, de preservar a natureza e de se alimentar bem.
Num tom de voz quase imperceptível, Tainá Rosa, no alto de seus 6 anos de idade, adianta-se em explicar a razão pela qual o sol não secou um tecido que estava envolvido em um plástico. “Esta toalha secou como sol, mas esta permanece molhada porque não entrou ar”, resume.
Para Suander do Patrocínio, de 11 anos, aluno da quarta série da Escola Elvira Muraro, no Jardim São Pedro, aprender mais sobre a cidade onde mora, por meio do projeto “A influência da urbanização nos aspectos naturais do município de Campinas”, foi uma das coisas mais importantes proporcionadas pela escola.
Oriundo de Camaçari, Bahia, Suander garante que nunca mais esquecerá o que é equinócio nem solstício, por conta de seu segundo do trabalho, intitulado “O meio ambiente e sua importância”, sobre o qual falou várias vezes ao público da Unicamp.
Na opinião da professora Valéria Salgado, a feira motiva o aluno a aprender ciências, a partir do momento em que ele se empenha em desenvolver um trabalho que será apresentado a outras pessoas.