Oportunidade de crescimento profissional
amplia interesse por trabalho na Unicamp
6/4/2010
– Aurenyta Helena Alexandre Marinho nutre um desejo antigo
de trabalhar na Unicamp. Uma tia, funcionária da Universidade,
cuidou de cultivar tal anseio. “Ela sempre falou bem da
instituição. Vive dizendo que é um lugar que oferece
boas condições de trabalho e oportunidades para crescer
profissionalmente”, conta. Recentemente, Aurenyta tomou
uma iniciativa concreta para tentar realizar seu objetivo:
prestou concurso público para a função de técnico administrativo.
“Estou esperando o resultado. Pelo gabarito que foi divulgado
da prova, acho que tenho chance”, diz, sem conseguir disfarçar
a ansiedade. Assim como ela, um número crescente de pessoas
tem disputado, por meio de processos de seleção, vagas
para ingressar na Unicamp. Em comum, elas têm a compreensão
de que atuarão em um ambiente que lhes proporcionará a
possibilidade de ascensão tanto profissional quanto pessoal.
Em 2009, somente em relação
à carreira docente, a Unicamp homologou 99 concursos e processos
seletivos, que contaram com 446 participantes. Este ano,
foram concluídos 38 desses procedimentos, com 273 candidatos.
Outros 64 estão em andamento. Já em relação à carreira dos
Profissionais de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão (Paepe),
os números são bem maiores. No ano passado, foram organizados
73 concursos, que ofereceram 85 vagas. Estas foram disputadas
por 15 mil pessoas, o que representou a proporção de 176
candidatos por vaga. Em 2010, já foram lançados 57 concursos,
que disponibilizarão 63 vagas. Foram feitas 1.407 inscrições.
As provas em relação a estes certames ainda não foram realizadas.
O fato de a Unicamp atrair
um elevado contingente de pessoas interessadas em integrar
o seu quadro profissional está intimamente relacionado com
a própria gênese da instituição, como explica o coordenador-geral
da Universidade, professor Edgar Salvadori de Decca. Ele
lembra que a ideia original de Zeferino Vaz, fundador da
Unicamp, era buscar os melhores professores, tanto do país
quanto do exterior, para dar aula no campus de Campinas.
Isso continua acontecendo, mas dentro de um novo contexto.
Se nos primórdios os docentes vinham mais pela possibilidade
de participar de um projeto ousado e promissor, atualmente
eles querem trabalhar em uma instituição consolidada que,
além de estar na vanguarda do conhecimento, proporciona
excelentes condições ao desenvolvimento das atividades de
ensino, pesquisa e extensão.
De acordo com o professor
Edgar de Decca, na Unicamp o docente encontra apoio de toda
a natureza para o cumprimento de suas atribuições, seja
na graduação, seja na pós-graduação. “Ademais, em razão
da excelência dos resultados que temos alcançado, e as notas
da Capes [Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior, órgão vinculado ao Ministério da Educação] conferidas
aos nossos programas de pós-graduação constituem uma importante
referência nesse sentido, a Universidade não tem encontrado
obstáculos à obtenção de recursos para o financiamento de
pesquisas e aprimoramento de seus laboratórios. Esse é um
importante diferencial que oferecemos”. Outra vantagem de
se trabalhar na Unicamp, prossegue o coordenador-geral,
é o fato de a instituição ser de porte médio e estar localizada
fora dos grandes centros urbanos, mas nas imediações de
um importante parque tecnológico.
Por conta dessas características,
é possível encontrar na região de Campinas excelente qualidade
de vida, boas opções culturais e de entretenimento e oportunidades
para o estabelecimento novas relações pessoais, profissionais
e científicas. “Aliás, há uma tendência mundial de valorização
das universidades com o perfil da Unicamp. O programa Eramus
Mundus [voltado ao fomento da cooperação e mobilidade no
âmbito do ensino superior entre instituições européias e
de outros países], por exemplo, tem dado especial atenção
às instituições localizadas fora de capitais, como Oxford,
Cambridge, Universidade de Munique, Universidade do Porto
e Universidade de Barcelona, entre outras”, assinala o professor
Edgar de Decca.
Em relação aos servidores
técnicos e administrativos, o coordenador-geral da Unicamp
entende que eles também se valem desse ambiente fecundo
para crescerem pessoal e profissionalmente. A parte disso,
prossegue, esses profissionais contam com programas internos
voltados ao seu aprimoramento e qualificação. “Nenhuma instituição
com a excelência da Unicamp alcançaria esse estágio sem
que tivesse um quadro de funcionários de qualidade”, considera.
Patrícia Maria Morato Lopes, coordenadora da Diretoria Geral
de Recursos Humanos (DGRH), assinala que muita gente tem
interesse em trabalhar na Universidade por conta das vantagens
que a instituição oferece. Segundo ela, na maioria das funções,
os salários pagos pela instituição empatam ou superam os
praticados pelo mercado.
Outro diferencial, enfatiza
a coordenadora da DGRH, é que os servidores da Universidade
gozam de uma estabilidade relativamente maior do que a oferecida
pela iniciativa privada. “Além disso, o nível de dedicação,
em termos de horário, é em geral menos intenso do que o
exigido na indústria, comércio e serviço”. Patrícia Morato
Lopes também destaca o fato de a Unicamp investir de forma
significativa na qualificação e atualização dos seus funcionários.
“Atualmente, por meio da AFPU [Agência de Formação Profissional
da Unicamp], nós temos como identificar e consequentemente
suprir as necessidades do nosso corpo de servidores no que
toca à sua formação”, diz.
Quanto à sistemática de
abertura de concursos públicos, a coordenadora da DGRH esclarece
que a medida é adotada sempre que há a disponibilidade de
vagas e recursos. Mais recentemente, segundo ela, a Unicamp
tem consolidado a cultura da realização rotineira desse
tipo de procedimento, como forma de estabelecer um banco
de profissionais aptos a trabalhar na Universidade. “Antigamente,
os concursos eram realizados de forma muito pontual, o que
nos impedia de ter uma reserva adequada de pessoas preparadas
para assumir uma função de forma mais imediata, caso isso
fosse necessário. Isso é especialmente importante em relação
às funções ligadas à área da saúde, onde ocorre certa rotatividade”,
detalha.
Flávio Batista Ferreira
ingressou na Unicamp no início de 2009, após prestar concurso
para atuar como analista de apoio técnico e procedimentos
institucionais. Ele está lotado na Faculdade de Ciências
Aplicadas (FCA), com campus em Limeira. Antes, era professor
de educação básica. Flávio conta que se interessou em trabalhar
na Universidade, entre outros motivos, porque já conhecia
a instituição. “Eu me graduei na Unicamp. Quando surgiu
o concurso, eu o enxerguei como uma oportunidade profissional
interessante. Trabalhar na FCA tem sido um aprendizado constante.
É estimulante fazer parte da construção de um projeto”,
analisa.
Quem ainda não entrou para
o quadro profissional da Unicamp esforça-se por fazer parte
dele. É o caso do jornalista Juliano Luis Pereira Sanches,
que fez inscrição para participar do processo seletivo
para a vaga de assessor de comunicação. Na sua visão,
“a Universidade é semelhante a uma árvore que, por ter
muitos galhos profissionais, possibilita à pessoa um autoaperfeiçoamento,
capaz de fecundar oportunidades significativas na vida pessoal,
nas relações comunitárias e nas relações com o universo
e a natureza”. No fundo, completa Sanches, “executar
uma função na Unicamp é se colocar à disposição do
autodesenvolvimento e, assim, ser como um galho em crescimento”.
(Manuel
Alves Filho)