As Noites Perfumadas
de Clara Eli
Escrever
um romance não se trata de tarefa fácil, mesmo para quem
se dedica à arte de fazê-lo. Apesar disso, para Clara Eli
foi natural ver que as palavras se materializassem em seu
primeiro livro, talvez porque ali refletisse aspectos de
sua vida. Funcionária da Unicamp desde 1978, ela atualmente
trabalha em um espaço bastante inspirador – a Estação Guanabara
– que em épocas passadas teve o seu glamour, registrando
o entra-e-sai de passageiros e de trens. Mas, ao contrário
de refletir o caminho dos trilhos, foi o andar das carruagens
que marcou vários momentos do livro Noites Perfumadas, que
ela lança no dia 4 de dezembro, às 16h30, no Espaço Cultural
Casa do Lago da Universidade. Será comercializado a R$ 35,00
apenas no lançamento.
O romance acontece no sul
da França do século 19 e é protagonizado pelos personagens
Lady Claire e Claude. Ela, uma moça de família tradicional,
com sonhos e objetivos. Ele, um forasteiro que veio fixar
residência perto do Castelo de Claire. Ela, apaixonada,
viu-se tomada por um infortúnio do destino, que mudou sua
vida. Construiu um Castelo de Cultura, Inventos e Incursões
Sociais chamado Esta-Guanab. Com a superação, o amor venceu
e provou ser possível o recomeço.
Um a um, os sete capítulos
ultrapassaram as barreiras do papel, bem antes de serem
publicados. Ganharam força ao serem lidos por alguns colegas
de trabalho de uma prima de Clara. “Mal acabava de escrever
um capítulo e alguém já me perguntava quando viria o próximo,
o que me estimulou muito”, relata. Os personagens, ressalta
Clara, foram inspirados no seu cotidiano. O leitor verá
no romance que a idéia de Clara escrever não surgiu à toa.
Era uma necessidade que exigia escrita.
O livro tem 184 páginas
e é publicado pela Arte Escrita Editora, que vem se notabilizando
por incentivar a escrita de jovens talentos. Prefaciado
pelo escritor e jornalista Eustáquio Gomes, de quem Clara
foi funcionária na Assessoria de Imprensa da Unicamp, o
livro também resulta desta convivência com ele e outros
jornalistas. Na Unicamp, Clara ainda teve passagens pelo
Gabinete, nas gestões de Plínio de Moraes e José Aristodemo
Pinotti, e pela Moradia Estudantil.
O projeto de escrita foi
uma forma encontrada por Clara para dar vazão à sua vida,
um mix de sentimentos e ficção. Ela está presente em muitos
lugares da leitura, desde que começou o trabalho de escrevê-lo
em 1999 e de concluí-lo em 2007. O romance é um de seus
marcos pessoais, somado a um acidente que sofreu e à adoção
da filha Bianca, hoje com 8 anos. Em nova etapa, Clara está
na iminência da aposentadoria, em janeiro, e pretende se
dedicar à arte das terapias complementares.
A infância em Sorocaba-SP
e a juventude em Campinas foram fontes de alegria para a
escritora. Lembra que escreveu muitas cartas de amor por
encomenda dos amigos e muitos dos acrósticos que gostava
de elaborar estão hoje distribuídos em vários cantos. “É
um prazer repartir meu sentimento com os leitores, pois,
afinal, somos autores de nossas próprias histórias. E é
com grande responsabilidade que procurei desempenhar esta
tarefa”, enfatiza. “Leiam Noites Perfumadas e vejam que
os embates do dia-a-dia devem ser encarados com coragem”,
recomenda. (Isabel Gardenal)