22/6/2009 – Oito anos após a sua primeira
passagem pela Unicamp, Richard Matthew Stallman, fundador
do Movimento Software Livre e do projeto GNU/Linux, voltou
à Universidade, reafirmando a máxima de que o software livre
respeita o usuário e a sua liberdade, além da solidariedade
social das comunidades de usuários. Ele falou para cerca
de 400 estudantes, que os softwares proprietários subjugam
os usuários porque os mantêm divididos, sem condições de
contribuir ou mesmo compartilhar o conhecimentos com outros
usuários. “As pessoas não têm acesso ao código fonte e,
portanto, não podem estudá-lo nem mudá-lo. Normalmente,
os softwares proprietários têm a intenção de fazer coisas
ruins ou as fazem intencionalmente”, afirmou Stallman. O
objetivo do movimento é que todo software seja livre em
nome de todos os usuários. Stallman proferiu a palestra
“The Free Software Movement and the GNU/Linux Operating
System”, no último dia 22, no Centro de Convenções da Unicamp.
Segundo ele, é possível identificar um software livre se
o usuário tiver as quatro liberdades essenciais. A liberdade
0 (zero) é a de usar o programa para fazer o que quiser;
a liberdade 1 é a de ter o código-fonte e mudá-lo para fazer
o que desejar; a liberdade 2 é para ajudar o próximo, podendo
fazer cópias exatas do programa e distribuí-las; e a liberdade
3 é a de contribuir com a comunidade, modificando o software
e distribuindo as versões modificadas. Para o fundador do
Movimento Software Livre, se o programa vem com todas essas
liberdades, então ele é um software livre, o que significa
que ele faz parte de um sistema social ético de distribuição
e uso, que respeita a liberdade e a solidariedade social
dos usuários. No entanto, alerta Stallman, se uma dessas
liberdades não está plenamente contemplada então o programa
é proprietário, porque o sistema social é um sistema de
justiça. “A diferença entre o software livre e o proprietário
não é apenas uma diferença técnica”, argumentou.
Stallman destacou ainda que o desenvolvimento de um programa
livre significa o mesmo que uma retribuição à sociedade.
Para ele, um programa proprietário é um ataque à sociedade,
que vem carregado de armadilhas. Se tiver funções atrativas,
explica ele, são para atrair os usuários a abrir mão de
suas liberdades e se tornar preso aos programas proprietários.
“Portanto, se você tiver a escolha entre desenvolver um
programa proprietário ou não desenvolver nada, é melhor
desenvolver nada. Pelo menos não faça nada à sociedade.
É melhor ser neutro do que fazer do mundo um lugar pior”,
comparou Stallman.
(Jeverson Barbieri)