Untitled Document
PORTAL UNICAMP
4
AGENDA UNICAMP
3
VERSÃO PDF
2
EDIÇÕES ANTERIORES
1
 
Untitled Document
 


Parcerias e programas de
intercâmbios serão ampliados

Continuação da página 5

A Unicamp possui também acordos de Duplo Diploma com as Ecoles Centrales francesas (Lyon, Lille, Nantes, Marseille e Paris) e com a Ecole Nationale Supérieure d'Arts et Métiers (ENSAM). O interessante dessa iniciativa é que ela confere aos estudantes de Engenharia Mecânica, Engenharia Elétrica, Engenharia de Alimentos e Engenharia Civil a obtenção de dois diplomas, um da Unicamp e outro da escola francesa escolhida, depois de um intercâmbio de quatro semestres. "Esse aspecto é extremamente importante, pois além de proporcionar uma experiência acadêmica e pessoal ao jovem, o duplo diploma também abre as portas para uma eventual colocação em empresas ou instituições de ensino da Comunidade Européia", destaca o professor Cortez. Em 2008, 18 alunos foram selecionados para participar do referido programa. Eles tiveram direito a passagens aéreas, seguro saúde e uma bolsa no valor de 1,2 mil euros por mês, financiados pela agência francesa Egyde-Eiffel. Além da parceria com as escolas francesas, a Unicamp mantém acordo de dupla-diplomação semelhante com o Politécnico de Torino, na Itália.

Os alunos da Universidade podem contar ainda com o Programa de Bolsas Santander de Mobilidade Internacional, que abre a perspectiva para que os interessados aprimorem os conhecimentos em instituições espanholas, portuguesas e mexicanas. Atualmente, esta ação permite o envio anual de cerca de 20 estudantes para a Espanha, 15 para Portugal e cinco para o México. "O programa assegura a vinda de igual número de alunos estrangeiros para a Unicamp, o que garante uma internacionalização efetiva nos dois sentidos", avalia o professor Cortez.

Outro programa que estimula a mobilidade estudantil é a Rede Magalhães, criada em 2005. Participam dela 15 universidades de noves países da América Latina e América Central e 16 instituições de dez países da União Européia. Um dos objetivos da rede é intensificar o intercâmbio de estudantes principalmente entre a América Latina e o Caribe, por intermédio de uma ação denominada Smile. "Além dessas parcerias, a Unicamp mantém outros 250 acordos de cooperação com escolas de ensino superior do exterior, sendo que boa parte deles possui termos aditivos específicos para o intercâmbio de estudantes. Esses acordos concedem isenções de taxas aos nossos alunos que vão ao exterior, dado que os estudantes que vêm para cá contam automaticamente com esse benefício por sermos uma instituição pública e gratuita", explica o professor Cortez.

No início de 2008, a Cori organizou a submissão de propostas dentro da rede Erasmus Mundus, que redundou na aprovação de três projetos que envolvem a mobilidade de estudantes de graduação, além de estudantes de pós-graduação e de docentes. Para 2009 as oportunidades são para áreas de engenharias e ciências com aplicações tecnológicas e, em alguns casos, educação e ciências humanas. Nestes projetos participam 31 universidades européias e 27 universidades brasileiras.

O coordenador da Cori observa que, a despeito de os programas mencionados estarem consolidados, a Unicamp continua buscando novas estratégias para continuar ampliando as oportunidades aos alunos de graduação que desejam ter uma vivência acadêmica e pessoal internacional. Atualmente, a Universidade tem criado fundos para financiar a mobilidade estudantil, por meio do remanejamento de recursos de outros convênios. Dois já estão em operação, um em parceria com a Argentina e outro com Portugal. "Inicialmente, pretendemos mandar seis alunos por ano para universidades argentinas e dois para instituições portuguesas". O professor Cortez informa, ainda, que tanto a Cori quanto a PRG têm trabalhado no sentido de envolver cada vez mais as unidades de ensino no esforço de internacionalização da graduação. "Queremos que esse assunto tenha uma ampla participação das faculdades e institutos. Nosso desejo é que as ideias e ações não fiquem centralizadas apenas na Cori e na PRG", diz.

Segundo o professor Edgar Salvadori de Decca, pró-reitor de Graduação, o incentivo à mobilidade estudantil é uma ação de caráter estratégico para a Unicamp. "Ao mesmo tempo em que proporciona novas oportunidades aos nossos estudantes, esse tipo de programa também ajuda a divulgar a Universidade internacionalmente. Uma das conseqüências desse trabalho é a mudança de percepção por parte das instituições estrangeiras, inclusive da Europa e Estados Unidos. Atualmente, elas entendem que tão importante quanto receber estudantes de outros países é mandar seus alunos para cumprirem parte da formação em boas escolas da América Latina", analisa.

A tendência, conforme Edgar de Decca, é que nos próximos anos os programas de intercâmbios em vigor sejam ampliados e outros sejam criados, de forma a atender um número maior de interessados. "No longo prazo, isso deve interferir nos currículos da graduação, que provavelmente terão que ser adequados para contemplar esse tipo de atividade. Temos que estar preparados para enfrentar os desafios que a competitividade internacional nos impõe", afirma o pró-reitor de Graduação. Ele destaca que a Unicamp também deverá intensificar o intercâmbio com universidades brasileiras. A idéia é oferecer aos graduandos a chance de conhecer melhor a realidade do país, que tem dimensões continentais e abriga uma vasta diversidade cultural.

Para o reitor da Unicamp, professor José Tadeu Jorge, cada vez mais a experiência internacional torna-se elemento necessário à formação mais completa dos estudantes. De acordo com ele, a oportunidade de vivenciar outra cultura amplia a visão de mundo e de cidadania. "Conhecer a profissão em outro país permite completar a formação específica com abrangência significativamente maior. Além disso, consolida-se o aprendizado de outra língua, ganha-se independência e se estabelecem relações pessoais e profissionais importantes. Para a Universidade há vários pontos positivos: torna-se mais conhecida, passa a receber mais estudantes de outros países e enriquece a vida cultural em seu interior", elenca o reitor.

Para a professora Maria Teresa Moreira Rodrigues, coordenadora do Serviço de Apoio ao Estudante (SAE), o cumprimento da meta do Planes de proporcionar a 10% dos alunos de graduação a oportunidade de ter uma experiência internacional, materializou-se até antes do esperado. "Há cerca de cinco anos, quando [a meta] foi estabelecida, todos acharam que seria complicado cumpri-la", lembra a docente, que à época era coordenadora de Graduação da FEQ.

Na opinião de Maria Teresa, boa parte do sucesso da iniciativa deve ser creditada ao apoio dos coordenadores de Graduação. "São eles que 'acomodam' esses alunos do ponto de vista acadêmico. Temos vários convênios e, nesse contexto, o papel dos coordenadores é fundamental, seja na divulgação dos programas institucionais nas respectivas unidades, seja na disponibilização de vagas para alunos oriundos do exterior, dentre outras ações. E tudo isso demanda tempo", avalia Maria Teresa. "Houve um amadurecimento das pessoas que podem interferir de forma positiva nesse processo".

No âmbito da mobilidade estudantil, explica Maria Teresa, destacam-se dois papéis desempenhados pelo SAE. O primeiro, de receber e auxiliar alunos estrangeiros. O outro, cujas raízes são históricas na Unicamp, é a intermediação da oferta de vagas em estágios, na Universidade, para alunos estrangeiros e, em contrapartida, a demanda de posições para alunos brasileiros no exterior. "Apenas no ano passado, por exemplo, a Unicamp enviou 40 alunos para o exterior por meio de um convênio com o IAESTE. Trata-se de um número bastante significativo, sobretudo se levarmos em conta que preferencialmente isso acontece nas áreas de engenharias".

Os gráficos acima apresentam o número de alunos nos seus respectivos cursos dentro da grande área do conhecimento. Considerando a área de Ciências Exatas, Tecnológicas e da Terra, nota-se que a mobilidade internacional nos cursos de Engenharia é a maior. Dentro da área de Artes a maior contribuição foi dada pelo curso de Midialogia. Na área de Ciências Humanas a maior participação foi do curso de Ciências Econômicas. Finalmente, na área de Ciências Biológicas e Profissões da Saúde, o curso com maior número de estudantes em intercâmbio foi o de Ciências Biológicas.

De olho no mundo

Em meados de outubro passado, um grupo formado por cerca de 80 estudantes de graduação da Unicamp se concentrava nas proximidades do posto de atendimento da Coordenadoria de Relações Internacionais e Institucionais (Cori), instalado no prédio da Biblioteca Central "César Lattes". Ansiosos, eles aguardavam pelo resultado da prova escrita que haviam acabado de fazer. Os aprovados participariam de uma entrevista com representantes da ParisTech, entidade que agrupa as mais conceituadas escolas de nível superior nas áreas de engenharia e ciências exatas da região de Paris. Encerrada aquela etapa, os selecionados ainda seriam submetidos a uma avaliação final. Os escolhidos - o número não é fixo - embarcarão para a França no segundo semestre de 2009. Na volta ao Brasil e após a conclusão do curso na Unicamp, todos terão direito a um duplo diploma.

Erickson Hatanaka, aluno do terceiro ano da Faculdade de Engenharia Química (FEQ), demonstrava uma confiança contida na sua seleção. "A prova de química foi fácil, mas a de matemática foi um pouco complicada. Vamos ver o resultado", dizia. Na avaliação dele, participar de um intercâmbio internacional traz muitas vantagens ao futuro profissional. "Penso que isso amplia as chances de ingressar no mercado de trabalho. Quem tem experiência internacional leva vantagem sobre quem não tem. Realizar parte da formação no exterior não apenas amplia o conhecimento específico sobre uma determinada área, como traz experiências pessoais importantes. Ter contato com outra cultura, por exemplo, é sempre enriquecedor".

Para Sérgio Campos, aluno do terceiro ano da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC), outra grande vantagem de participar de um programa de duplo diploma com instituições francesas é a abertura de uma porta para o possível ingresso no mercado de trabalho da União Européia. "Num mundo cada vez mais globalizado, isso sem dúvida conta muito", analisava. A mesma opinião foi manifestada por Nadia Leão, terceiranista da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA). Segundo ela, os programas de mobilidade estudantil constituem uma oportunidade para o crescimento pessoal e profissional de um jovem. "Assim como vamos buscar novas informações lá, nós também temos a chance de levar um pouco da nossa experiência para as universidades estrangeiras", lembrava.

Matheus Boucault, aluno do curso de Ciências Sociais da Unicamp, é um ex-intercambista. Ele passou o primeiro semestre de 2008 estudando na Universidade Nacional de Tucumán, na Argentina. A experiência, de acordo com ele, foi enriquecedora, principalmente sob o ponto de vista cultural. "O contato com uma cultura diferente sempre traz novos aprendizados. Eu diria que minha viagem me ensinou muito, inclusive a ver o Brasil de um modo diferente. Lá, eu convivi com brasileiros de vários estados, o que me trouxe novas percepções sobre o país", conta.

A região onde está localizada a província de Tucumán, na porção noroeste do território argentino, apresenta características culturais muito distintas da capital Buenos Aires, de acordo com Matheus. A localidade tem uma forte tradição folclórica.

O estudante teve oportunidade de viajar por diversos lugares do país, ocasiões em que travou contato com diferentes costumes e gastronomias. "Eu diria que os seis meses em que passei na Argentina equivaleram a um amplo trabalho de campo de caráter antropológico", compara. Um aspecto que chamou a atenção de Matheus foi o hábito da sesta. Entre 13h e 16h, os moradores suspendem suas atividades para tirar um restaurador cochilo. "Penso que essa prática deveria ser adotada por nós também", brinca. Em relação à experiência acadêmica, Matheus a classifica igualmente de "interessante". Segundo ele, a infra-estrutura da Universidade Nacional de Tucumán deixa um pouco a desejar. Ele assinala, porém, que se trata de uma instituição pública, que oferece um excelente nível de ensino aos estudantes. Estes, sequer passam pelo exame vestibular. Para o ex-intercambista, uma experiência internacional desse tipo acrescenta muito ao currículo do futuro profissional. "Eu recomendo. Aliás, entre meus planos está fazer uma pós-graduação que me permita realizar outro intercâmbio fora do país", revela.

Aluna do curso de Saneamento Ambiental, oferecido pelo Centro Superior de Educação Tecnológica (Ceset), em Limeira, Gisela Fagnani passou um ano na Universidade do Novo México, nos Estados Unidos, entre janeiro de 2007 e janeiro de 2008, graças a um dos programas de mobilidade estudantil mantidos pela Unicamp. Na avaliação da estudante, a experiência "foi uma das melhores coisas que eu poderia ter feito". Além de ter aperfeiçoado a fluência do idioma inglês, ela destaca como ponto positivo da viagem a convivência com jovens de diversos países. "Isso sem dúvida amplia os horizontes de qualquer pessoa", pontua. Gisela destaca, ainda, a diferença de abordagem das disciplinas, o que oferece novas visões acerca de um mesmo tema, e a qualidade da infra-estrutura da instituição norte-americana. "Os laboratórios são muito bem equipados. Os computadores são novos e há uma máquina para cada aluno. Outro aspecto importante foi a acolhida dada aos intercambistas. Havia uma pessoa responsável pelo grupo de brasileiros, que agia como se fosse um pai. Ele nos dava todo suporte necessário", afirma. Na visão da aluna do curso de Saneamento Ambiental, a participação em intercâmbios internacionais tende a ser um diferencial importante no currículo do futuro profissional. "Entre uma pessoa que tem experiência internacional e uma que não tem, o mercado normalmente opta pela primeira", analisa.

Uma das responsáveis pelos programas de mobilidade estudantil internacional da Cori, Marta Rodrigues destaca que a procura dos alunos de graduação pelos intercâmbios tem crescido significativamente nos últimos anos. "Eles perceberam que uma experiência desse tipo pode transformar para melhor o futuro deles". De acordo com ela, a Cori, com a cooperação do Serviço de Apoio ao Estudante (SAE), oferece todo o suporte necessário tanto ao estudante que viaja ao exterior quanto o estrangeiro que chega para realizar parte da sua formação na Unicamp. Isso inclui desde a preparação da documentação até ajuda para a escolha de alojamentos e moradias, passando pela orientação de participação em eventos de caráter acadêmico, como seminários e simpósios. "Além disso, nós mantemos contatos freqüentes com os alunos que estão fora do país, para saber se estão enfrentando algum tipo de dificuldade. No regresso desses estudantes à Unicamp, eles apresentam um relatório com informações detalhadas sobre a experiência. Isso serve para aperfeiçoarmos cada vez mais nossos programas", explica.


Erickson Hatanaka: "Quem tem experiência
internacional leva vantagem"

Sérgio Campos: "Experiência conta muito num
mundo cada vez mais globalizado"

Nadia Leão: "Podemos levar a nossa experiência
para as universidades estrangeiras"

Matheus Boucault: "O contato com uma cultura
diferente sempre traz novos aprendizados"

 

Uma instituição hospedeira

Marta Rodrigues, da Cori: estudantes estrangeiros recebem amplo apoio institucional. Foto Antoninho PerriTão importante quanto enviar estudantes para o cumprimento de intercâmbio em universidades do exterior é receber alunos estrangeiros de graduação interessados em ampliar o conhecimento na Unicamp. Os programas de intercâmbio internacional mencionados anteriormente têm permitido que a Universidade se estabeleça como instituição hospedeira. Além disso, a infraestrutura local permite que os estudantes estrangeiros recebam um amplo apoio institucional. "Nós tratamos de toda a documentação e orientamos sobre as providências que esse aluno deve tomar para viajar ao Brasil. Quando ele chega ao país, nós o recepcionamos e o ajudamos a se instalar. Graças ao apoio do SAE, nós mantemos um banco de moradias e buscamos oportunidades de bolsas para que esse estudante possa se manter sem dificuldades. Além disso, nós informamos a esse participante de intercâmbio sobre a realização de eventos como seminários, simpósios e feiras", detalha Marta Rodrigues, uma das responsáveis pelos programas de mobilidade estudantil da Cori. Por último, mas não menos importante, a Unicamp também coloca à disposição do estudante visitante a chance de se matricular no curso de português para estrangeiros, oferecido pelo Centro de Ensino de Línguas (CEL), unidade vinculada academicamente ao Instituto de Estudos da Linguagem (IEL).

Em 2008, a Unicamp recebeu um número de alunos estrangeiros aproximadamente cinco vezes maior que em 2003.

Além disso, de acordo com os dados da coletânea, nesse período 45% dos alunos estrangeiros vieram de países da América Latina, sendo que Argentina, Peru e Colômbia enviaram juntos um total de 37%. Os alunos oriundos da Europa representam 27% do total, sendo que deste montante 17% vieram da França e da Alemanha.

Outra ação que tem permitido ampliar o número de vagas aos jovens de outros países é o Programa Estudante Convênio de Graduação (PEC-G), mantido pelo Ministério da Educação por meio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). O objetivo é oferecer novas oportunidades a graduandos de nações em vias de desenvolvimento, especialmente da África e América Latina. Os candidatos são submetidos a um processo de seleção. Os aprovados passam a ter dois vínculos com o Brasil: um com o PEC-G, por meio de sua aceitação diplomática, e outro com a instituição de ensino receptora.

 

Os dados dos gráficos acima são referentes aos alunos estrangeiros que participaram de algum programa de intercâmbio internacional e não incluem o número de alunos inscritos no programa PEC-G, uma vez que no PEC-G o aluno estrangeiro faz todo o curso de graduação na Unicamp. No programa PEC-G, a Unicamp recebeu um total de 45 alunos no período de 2003 a 2008, oriundos dos seguintes países: Angola, Argentina, Bolívia, Cabo Verde, Colômbia, Costa Rica, Equador, Guiné-Bissau, Panamá, Paraguai, Peru, São Tomé e Príncipe, Senegal e Trinadad e Tobago.

 


 


 
Untitled Document
 
Untitled Document
Jornal da Unicamp - Universidade Estadual de Campinas / ASCOM - Assessoria de Comunicação e Imprensa
e-mail: imprensa@unicamp.br - Cidade Universitária "Zeferino Vaz" Barão Geraldo - Campinas - SP