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NAS BANCAS


Pesquisadora da Feagri desenvolve
técnica para pós-tratamento de esgoto

RAQUEL DO CARMO SANTOS

A tecnóloga Adriana Ribeiro Francisco: "Alternativa é barata e de fácil aplicação em pequenas comunidades" (Foto: Antoninho Perri)Garrafas plásticas do ti­po PET e a radiação UV solar como fonte de energia são os elementos utilizados pela tecnóloga Adriana Ribeiro Francisco para desenvolver um reator fotocatalítico com objetivo de proceder a desinfecção microbiológica e a degradação da matéria orgânica no pós-tratamento do esgoto. O objetivo, segundo Adriana, é possibilitar uma alternativa barata e de fácil aplicação em pequenas comunidades que não dispõem de recursos para investimentos no tratamento de efluente. “A garrafa PET, ao invés de ir para o lixo, pode ser transformada em algo útil, sem contar a radiação solar que é encontrada de forma abundante no Brasil”, destaca.

Os testes realizados nos laboratórios da Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri), orientados pelo professor José Euclides Stipp Paterniani, permitiram converter poluentes químicos para que a água fosse reutilizada. O tratamento atingiu eficiência média de remoção em 99,99% de Escherichia coli e 42% de redução do teor de matéria orgânica. “É necessário ampliar as análises para outros parâmetros de qualidade para identificar os possíveis usos da água, e desta forma verificar a sua viabilidade de implantação em escala real em pequenas propriedades”, destaca Adriana.  

Em geral, o método usado no tratamento de água para desinfecção é chamado SODIS ou Desinfecção Solar. No entanto, o sistema não se mostra eficiente quando a água apresenta alta turbidez e matéria orgânica em grande quantidade. Como esse método não tem a propriedade de remoção de poluentes químicos, a alternativa proposta na dissertação de mestrado apresentada na Feagri, associa ao SODIS, o semicondutor da fotocatálise heterogênea, o dióxido de titânio e oxigênio para acelerar o processo. Os resultados foram satisfatórios para a desinfecção e eliminação de poluentes orgânicos, sendo que também a cor verdadeira foi um parâmetro que apresentou índices de 93% de remoção. 

Na pesquisa, Adriana analisou a eficiência do reator de fotocatálise, tomando como base amostras de efluente final da estação de tratamento de esgoto da Feagri. Em uma segunda etapa, foram comparados os dois sistemas de fotocatálise que emprega a radiação UV emitida pelo sol e aquela realizada por lâmpada artificial. “A radiação artificial também apresenta bons resultados. No entanto, trata-se de uma tecnologia cara que demanda o uso de energia elétrica, ao contrário da radiação solar”, argumenta.


 
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