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Equipamento adensa palha da cana

O engenheiro Omar Hildinger: “Um dos grandes desafios dos fabricantes é alcançar a precisão nas medidas de consumo de óleo lubrificante”. (Foto : Divulgação)O engenheiro agrícola Henrique Leandro Silveira construiu e avaliou em sua dissertação de mestrado, apresentada na Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri), um protótipo para o adensamento da palha de cana-de-açúcar, muito usada para geração de energia. Isto porque a baixa densidade da palha é um dos fatores que mais contribui para o aumento dos custos de transporte, pois a capacidade de carga dos caminhões e o espaço físico dos pátios de armazenamento das usinas ficam subutilizados. O protótipo faz parte do projeto Unidade Móvel de Auxílio à Colheita (Unimac-cana), cujo objetivo é a construção de uma colhedora capaz de reunir em um só equipamento várias funções envolvidas na colheita da cana-de-açúcar. O projeto é coordenado pelo orientador de Silveira, professor Oscar Braunbeck, e pelo professor Paulo Graziano Magalhães.

Atualmente, enfardadoras ou picadoras de forragem – máquinas originalmente projetadas para a cultura do feno – têm sido utilizadas para compactar o resíduo. “No entanto, elas são inadequadas para processar o elevado volume de material proveniente da cana‑de‑açúcar”, argumenta. Além disso, a corda utilizada para amarração dos fardos constitui cerca de 40% do custo total de enfardamento, revelando ser um importante insumo a ser eliminado do processo. O engenheiro destaca a importância de se pesquisar novas soluções de adensamento a baixo custo, para viabilizar de forma econômica a recuperação dos resíduos de colheita da cana‑de‑açúcar.

No protótipo construído, o engenheiro idealizou um dispositivo constituído por cone rotativo, no qual o material é alimentado de forma bruta. As forças de atrito geradas entre a palha e a superfície do cone torcem e estruturam o material, que pode, por sua vez, ser enrolado continuamente sob a forma de corda em bobinas compactas. Depois de construído, o engenheiro procedeu os testes de viabilidade técnica do processo e densidade final alcançada pela corda. O estudo só não avaliou os gastos energéticos e os custos envolvidos no adensamento, mas é possível adiantar que no sistema proposto não seriam necessários dispositivos extras de amarração dos fardos.

Segundo Silveira, um dos principais desafios atualmente enfrentados pelas usinas sucroalcooleiras no Brasil tem sido a logística de recuperação dos resíduos de colheita da cana‑de‑açúcar, voltada para fins de aproveitamento energético. Estes resíduos, que até recentemente eram queimados nos canaviais como prática de pré‑colheita, contêm cerca de um terço de toda a energia presente na biomassa, justificando a sua recuperação tanto do ponto de vista ambiental quanto econômico. Entretanto, os custos envolvidos na fase de recuperação e adensamento deste material ainda são elevados, devido principalmente à sua baixa densidade in natura. Trata-se de um problema para as usinas, que consideram os resíduos agrícolas uma fonte para a cogeração de energia em suas instalações. Ademais, as tecnologias para a produção de etanol de segunda geração a partir da palha estão bastante avançadas e, por isso, alternativas para viabilizar o seu transporte a baixo custo são atraentes.

Publicação

Dissertação: “Adensamento da palha de cana-de-açúcar utilizando o princípio de torção por atrito”
Autor: Henrique Leandro Silveira
Orientador: Oscar Braunbeck
Unidade: Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri)
Financiamento: Capes e Fapesp

 



 
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