I
- ENSINO
Em março de 2009,
a mês e meio do final do quadriênio administrativo,
a Unicamp contava com aproximadamente 33 mil alunos matriculados
em 66 cursos de graduação e 135 programas
de pós-graduação em seus quatro campi
em Campinas, Piracicaba e Limeira. A Unicamp fechou o ano
como a universidade brasileira com melhor programa de pós-graduação
(segundo a mais recente avaliação trienal
da Capes), com 70% de seus cursos situados nos níveis
de “alto desempenho” e “padrão
internacional”.
A – GRADUAÇÃO
O período 2005-2009
foi marcado por grandes conquistas para a Graduação
da Unicamp. A principal delas foi sem dúvida o aumento
de 17% no número de vagas no vestibular mediante
a criação da Faculdade de Ciências Aplicadas,
em novo campus construído em Limeira, e da entrada
em atividade de seus primeiros oito cursos.
Outras realizações
importantes foram a consolidação do Programa
de Ação Afirmativa e Inclusão Social
(PAAIS), um investimento significativo nos programas de
assistência estudantil – aqui incluído
um consistente apoio ao programa de iniciação
científica – e investimentos relevantes na
infraestrutura para o ensino de graduação
com recursos do programa de Planejamento Estratégico
(Planes) e de outras fontes.
Estas ações
reforçaram e consolidaram a excelência da Graduação
da Unicamp, cujo alto desempenho tem sido demonstrado por
múltiplos indicadores, entre os quais o levantamento
por amostragem feito durante o I Encontro de Ex-Alunos da
Unicamp, em novembro de 2006. O levantamento mostrou que
dos aproximadamente 40 mil ex-alunos de Graduação
que a Unicamp tinha então, 88,2% estavam empregados
e que, desses, 48,3% ocupavam cargos de direção
em empresas ou instituições públicas,
9,3% davam continuidade a seus estudos em nível de
pós-graduação, 2,5% estavam desempregados
e 1,8% eram constituídos de aposentados. Esses indicadores
podem ser explicados por três fatores que se inter-relacionam.
O primeiro é o alto índice de satisfação
do ex-aluno com a formação recebida na Unicamp,
considerada adequada por 88,5% dos entrevistados. Apenas
0,5% afirmou que o modelo de ensino da Universidade foi
inadequado em relação ao exercício
profissional, enquanto outros 7,5% responderam que o ensino
foi adequado “em termos”.
Implantação
do Novo Campus de Limeira
Respondendo à demanda social por mais vagas na Graduação
e ao reclamo pela existência de novos cursos em áreas
ainda não contempladas pela Unicamp, idealizou-se
e implantou-se, a partir de maio de 2005, um novo campus
na cidade de Limeira, onde já se acham em funcionamento,
desde março de 2009, os oito primeiros cursos da
recém-criada Faculdade de Ciências Aplicadas
da Unicamp.
A construção
do novo campus – que veio somar-se aos campi de Campinas,
Piracicaba e o já existente em Limeira – e
a implantação da primeira fase de seu projeto
acadêmico representam 480 novas vagas disponibilizadas
em seu vestibular nacional (ou uma expansão de 17%,
uma das maiores já realizadas de uma só vez
pela Universidade). Prevê-se que essa oferta seja
aumentada para 1.000 vagas quando o campus estiver em condições
de instalação plena, com o que representará,
no total, uma expansão de um terço das vagas
de Graduação oferecidas anualmente pela Unicamp
até 2008.
Previu-se para o novo campus
um leque de 13 cursos em cinco áreas temáticas
(Engenharias, Ciências, Gestão, Saúde
e Artes e Cultura). Aos oito cursos implantados em 2009
– Gestão de Políticas Públicas,
Gestão de Agronegócio, Gestão de Comércio
Internacional, Gestão de Empresas, Ciências
do Esporte, Nutrição, Engenharia de Produção
e Engenharia de Manufatura – devem somar-se em futuro
próximo, quatro outros cursos já aprovados
pelo Conselho Universitário (Consu): Fisioterapia,
Terapia Ocupacional, Conservação e Restauro
e Produção Cultural.
O projeto acadêmico
desenvolveu-se a partir de maio de 2005, quando o Consu
designou grupo de trabalho para estudar e propor a criação
do novo campus sob a presidência do pró-reitor
de Graduação. Aprovado o projeto pelo Consu,
deu-se início à construção.
Com a dotação de recursos estaduais para a
execução da obra – um total de R$ 50
milhões –, a primeira etapa do projeto físico,
que inclui quatro blocos destinados a salas de aula, laboratórios
de informática, biblioteca e anfiteatro, concluiu-se
no início de 2009, perfazendo um total de 11.824
m2 de área coberta.
Por orientação
do Consu, alguns princípios nortearam a proposta
de criação do novo campus, como por exemplo
não duplicar os cursos já existentes nos demais
campi da Unicamp; ter a unidade conceitual de administração
e gestão como eixo para a estruturação
dos cursos em todos os níveis; ter um projeto pedagógico
baseado na integração do conhecimento e na
interdisciplinaridade; propor a abertura de programas de
pós-graduação e extensão; contemplar,
na medida do possível, todas as áreas do conhecimento;
e definir cursos que possibilitem a ampla atuação
de professores tanto nos ciclos básicos como nos
níveis mais elevados de especialização
e de profissionalização.
Vestibular e Inclusão
Social
Instituído em 2004 e implantado no Vestibular de
2005, o Programa de Ação Afirmativa e Inclusão
Social (PAAIS) teve sua primeira avaliação
realizada já no ano seguinte. Essa avaliação
demonstrou que os alunos contemplados pelo programa haviam
apresentado desempenho superior ao dos demais colegas em
31 dos 56 cursos analisados. Os números da pesquisa
demonstraram que é possível fazer inclusão
social adotando-se modelos alternativos àqueles propostos
pelo sistema de cotas.
O programa, que alia inclusão
social e mérito acadêmico, sem confundir-se
com sistemas de cotas, confere a estudantes que tenham cursado
todo o ensino médio na rede pública 30 pontos
adicionais na nota final da segunda fase (numa pontuação
média de 535 pontos entre os candidatos aprovados)
e mais 10 pontos aos candidatos autodeclarados negros e
indígenas que tenham cursado o ensino médio
em escolas públicas. Veja, na tabela a seguir, a
evolução da inclusão de pretos, pardos
e indígenas na composição de inscritos
e matriculados.
Uma análise dos primeiros
anos de vigência do PAAIS mostra que, comparativamente
a 2004, a participação de estudantes oriundos
da escola pública no vestibular crescera em 15,7%,
e em 45,8% a participação de autodeclarados
negros e indígenas. Com isso, nos anos de 2005, 2006,
2007 e 2008 os matriculados que fizeram o ensino médio
em escolas da rede pública passaram a representar
respectivamente 34,1%, 32%, 32,4% e 32,8% do total de ingressantes,
contra 28% no vestibular de 2004, um crescimento significativo.
Já os que se declararam negros e indígenas
representam 15,7% do total de aprovados em 2005, 14,7% em
2006, 15,3% em 2007 e 14,6% em 2008, comparativamente a
apenas 11,6% em 2004 – portanto, um crescimento médio
de 33%.
RENDA FAMILIAR
Uma análise das faixas de renda familiar dos inscritos
e dos ingressantes na Unicamp nos últimos anos desmistifica
a idéia dominante de que seus alunos são privilegiados
em termos socioeconômicos. Nos cursos noturnos, 57%
dos alunos matriculados são de famílias cuja
renda per capita mensal é menor que três salários
mínimos. No conjunto de todos os alunos matriculados
nos cursos noturnos e nos de período integral, 8,5%
vêm de famílias com renda per capita inferior
a três salários mínimos. Observe-se
que do total de ingressantes de 2008, um percentual bastante
representativo (29,6%) se origina de famílias cujo
rendimento mensal não ultrapassa os 10 salários
mínimos, 4,7% provêm de famílias cuja
renda mensal supera os 20 salários mínimos
e 5,4% apresentam renda acima de 30 salários mínimos.
Daí que um importante
fator complementar de inclusão é o programa
de isenção de taxa de inscrição
no vestibular para os candidatos de menor poder aquisitivo.
O programa de isenção beneficiou, em 2005,
7.178 estudantes, 6.015 no ano seguinte, 5.674 em 2007 e
5.769 em 2008, quase o dobro do que era praticado antes
da implantação do PAAIS.
EXPANSÃO DO
VESTIBULAR NACIONAL
Empenhada em buscar para seus cursos de graduação
os melhores alunos onde eles estiverem, a Unicamp estendeu
para mais cinco municípios de São Paulo (Mogi
Guaçu, São Bernardo do Campo, São Carlos,
Sumaré e Valinhos) a realização de
seu vestibular nacional. Outras 20 cidades e capitais do
país já vinham sediando as provas da Unicamp:
Campinas, São Paulo, Santo André, Bauru, Jundiaí,
Limeira, Piracicaba, Ribeirão Preto, Santos, São
José do Rio Preto, São José dos Campos,
Sorocaba, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Goiânia,
Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador e Fortaleza.
Ao mesmo tempo a Unicamp
aumentou de 56 para 66, no período, o número
de cursos de Graduação oferecidos no vestibular,
com o acréscimo dos cursos de bacharelado em Estudos
Literários (o primeiro do gênero no Brasil),
do de licenciatura em Música e dos oito cursos implantados
em 2009 no novo campus de Limeira. Com isso foram ampliadas
de 2.830 para 3.310 as vagas nos cursos de graduação
da Unicamp, sem contar as 124 vagas dos cursos de Medicina
e Enfermagem da Faculdade de Medicina de São José
do Rio Preto (Famerp), que a Unicamp realiza.
Ampliação
e Modernização do Ciclo Básico
Novos investimentos foram feitos em seus recursos físicos
e didático-pedagógicos. Nesse sentido atuou
ativamente a Diretoria de Logística e Infraestrutura
para o Ensino (DLIE), órgão ligado à
Pró-Reitoria de Graduação, responsável
pela avaliação e diagnóstico permanentes
dos espaços dos Ciclos Básicos, com as proposições
pertinentes.
Durante o período,
concluiu-se a construção do Bloco C do Básico
II, que totalizou seis laboratórios de informática,
três salas multiuso e três salas de estudos.
Todas as salas do Básico I foram dotadas de instalações
de rede, sistema de multimídia e sistema de segurança
patrimonial. Desse modo, o complexo dos Ciclos Básicos
passou de 36 para 47 salas de aula. Houve também
investimentos do Planes nas salas da Engenharia Básica,
que receberam equipamentos de multimídia e novos
mobiliários.
Esses investimentos beneficiam
cerca de 440 turmas de diferentes cursos da Universidade,
correspondendo à realização, em média,
de 5.200 aulas/hora por mês. Atualmente, os laboratórios
do complexo dos Básicos são frequentados por
aproximadamente 25.000 alunos/mês, entre horários
de aula e de uso nos horários livres.
Além desses investimentos,
já realizados e consolidados, outros foram previstos
para o futuro imediato, como a reestruturação
do projeto de inventário de salas a partir de março
de 2009; a reforma do entorno do CB-II, iluminação
do pátio e instalação de um elevador
no prédio; a reforma de algumas salas do complexo
do Básico para melhoria de acústica, iluminação
e mobiliário; a instalação de mais
três salas de aula no CB-I; e a requalificação
da Praça do Ciclo Básico, projeto já
em fase de elaboração.
Investimentos em
Infraestrutura de Ensino
Desde 2008, com recursos do Planes (Planejamento Estratégico),
estão sendo investidos R$ 3 milhões em infraestrutura
de salas de aula e laboratórios de ensino. O objetivo
é aprimorar as condições de ensino
e de infraestrutura nas unidades de ensino e nos colégios
técnicos. As melhorias abrangem a expansão
da rede de informática e multimídia, a aquisição
de novos mobiliários para aluno e professor, a climatização
e, de um modo geral, a aquisição de equipamentos
e a reforma da infraestrutura de salas de aula.
No plano acadêmico,
o programa prevê a criação de projeto-piloto
de novas disciplinas que integrem áreas do conhecimento,
a criação de uma oficina de planejamento de
ensino a distância, a criação de projeto-piloto
de curso a distância para ensino de línguas
(Read in Web), a redefinição do processo de
avaliação de disciplinas, a criação
de um Centro de Apoio ao Ensino, a implantação
de rede sem fio (Wi-Max) nas áreas externas dos Ciclos
Básicos, na Moradia Estudantil e no Ginásio
Multidisciplinar (CDC), a criação do Portal
do Ex-Aluno e a intensifcação do processo
de internacionalização da Graduação,
em parceria da Pró-Reitoria de Graduação
com a Coordenadoria de Relações Institucionais
e Internacionais, visando potencializar os convênios
com instituições estrangeiras.
Programa de Gestão
de Informações
Além da melhoria da infraestrutura dos cursos diurnos
e noturnos, a Pró-Reitoria de Graduação
centrou esforços na agilização dos
processos operacionais que envolvem o ensino de Graduação.
Exemplo é o Sistema de Informações
de Gestão Acadêmica (Siga), um projeto que
visa integrar e disponibilizar as ferramentas necessárias
para o gerenciamento de informações no âmbito
das áreas de apoio ao ensino – graduação,
pós-graduação, extensão e colégios
técnicos.
A ressaltar também
a reformulação do site da Diretoria Acadêmica,
com o enriquecimento e a reestruturação de
seu conteúdo, visando facilitar o acesso do aluno
às informações de seu interesse e inclusive
com a introdução de recursos de acessibilidade
e usabilidade que permitem a navegação plena
de usuários portadores de deficiências.
Investimento na Assistência
Estudantil
Ciente de que não basta promover a inclusão
dos estudantes menos favorecidos economicamente, mas que
é preciso também criar condições
para a sua manutenção na universidade, a Unicamp
investiu no quadriênio 2005-2009 aproximadamente R$
80 milhões em seus programas de assistência
estudantil. Somente ao programa de bolsas para a Graduação
– um dos mais abrangentes da universidade brasileira
– foram destinados R$ 26,4 milhões, aí
incluídas cinco modalidades de bolsas-auxílio,
bolsas de apoio didático, de complementação
da bolsa Fundap para os alunos do ensino médico e
o programa de monitores dos colégios técnicos.
Em 2008, aproximadamente um quinto dos alunos regulares
matriculados nos 58 cursos de graduação então
existentes contava com algum tipo de bolsa para ajudar em
sua manutenção pessoal.
Outros importantes itens
da assistência estudantil são o atendimento
médico-odontológico disponibilizado no Centro
de Saúde da Comunidade (Cecom), o Programa de Moradia
Estudantil (cerca de 1.200 estudantes atendidos), o fornecimento
diário de alimentação subsidiada em
quatro restaurantes universitários e a manutenção
de um Serviço de Apoio ao Estudante com um extenso
leque de atividades de apoio (educacional, social, jurídico,
psicológico, emergencial etc) que não encontra
paralelo em outras universidades brasileiras.
Ainda no contexto da assistência
estudantil, três serviços cumprem importante
papel no atendimento às necessidades acadêmicas
dos alunos da Unicamp, quais sejam: o Serviço de
Apoio ao Estudante (SAE), o Serviço de Assistência
Psicológica e Psiquiátrica ao Estudante (Sappe)
e o Programa de Moradia Estudantil.
Serviço de
Apoio ao Estudante
Subordinado à Pró-Reitoria de Graduação,
o Serviço de Apoio ao Estudante (SAE) tem sob a sua
responsabilidade a gestão de vários programas
de assistência estudantil e dos programas de estágio
e bolsa pesquisa-empresa, o desenvolvimento de interfaces
com o mercado de trabalho na forma de palestras, o oferecimento
de apoio a várias iniciativas dos alunos ou a entidades
nascidas por iniciativa de alunos, como por exemplo as empresas
juniores. Atualmente o SAE desenvolve e coordena uma extensa
agenda de atividades culturais e artísticas, oferecendo
espaço de apresentação aos alunos que
desejem apresentar seus trabalhos. Além dessas atividades,
presta ainda assistência jurídica aos alunos
e desenvolve um programa de orientação educacional.
Serviço de
Assistência Psicológica e Psiquiátrica
ao Estudante
Criado em 1987, o Sappe é um serviço pioneiro
na atenção psicológica e psiquiátrica
a estudantes universitários. Desde então,
fortaleceu sua missão focada na atenção
clínica ao aluno, com ênfase na confidencialidade
das informações e na procura espontânea
pelo serviço. No período, o número
de alunos assistidos cresceu de 844 para 965 ao mês
nas diversas modalidades de atendimento (psicoterapia breve
individual, psicoterapia de grupo, de casal, relacional,
pronto atendimento psicológico e atendimento psiquiátrico),
o que representou uma média de 9.619 atendimentos/ano.
A equipe atual é formada por oito psicólogas
clínicas, duas psiquiatras, três profissionais
administrativos e uma coordenadora docente do Departamento
de Psicologia Médica e Psiquiatria da FCM.
Programa de Moradia
Estudantil
O Programa de Moradia Estudantil (PME) ocupa uma área
total de 55.000 m², sendo 22.000 m² de área
construída. É composta por 226 casas, 27 estúdios
(destinados a casais), um prédio administrativo,
13 salas de estudo e leitura, quatro centros de vivência,
uma quadra de vôlei, um campo de futebol e um parque
infantil. Cerca de 980 moradores (sendo 34 crianças)
convivem com a diversidade cultural, racial e étnica.
A Moradia está localizada a três quilômetros
do campus, no distrito de Barão Geraldo.
O quadriênio foi marcado
pela valorização institucional do programa
como uma das assistências prioritárias ao estudante.
Deu-se ênfase ao incentivo dos estudantes com bolsa-trabalho,
aprovando a instalação de novos projetos de
cunho sociocultural como capoeira, atividades relacionadas
ao meio ambiente, sala de estudos e leitura, Programa Moradia
Ativa, curso de línguas, informática na administração
e outras atividades como coral, curso de violão e
de flauta, entre outras.
Ao mesmo tempo, promoveu-se
a melhoria de projetos já existentes (curso pré-vestibular
e programas internos como Veja, Vivência de Jovens
e Adultos, e Cine-Moras) e a realização de
oficinas e palestras sobre meio ambiente, com especial incentivo
aos projetos de reciclagem e de conscientização
da comunidade do PME. Promoveu-se também a reforma
de uma das alas residenciais do complexo.
Apoio ao Programa
de Iniciação Científica
Pode-se atribuir à expansão do programa de
bolsas de iniciação científica nos
últimos quatro anos o incremento progressivo do número
de trabalhos inscritos no Congresso de Iniciação
Científica da Unicamp realizado anualmente pelas
pró-reitorias de Pesquisa e de Graduação.
Em setembro de 2008, o 16º Congresso reuniu 1.178 estudos
desenvolvidos por alunos de Graduação em cinco
grandes áreas do conhecimento: Artes (61 trabalhos),
Biomédicas (306), Exatas (223), Humanas (234) e Tecnológicas
(354), significando um aumento expressivo em relação
ao ano anterior (1.046 projetos inscritos), número
que já representava um incremento de 13,5% em relação
a 2006.
O Congresso de Iniciação
Científica, que já se tornou tradicional na
Unicamp, mobiliza um grande número de docentes para
a sua realização. Inicialmente, um comitê
assessor composto por 246 docentes analisa e organiza os
trabalhos inscritos. Posteriormente, um grupo formado por
40 professores avalia e indica os melhores estudos para
premiação. Um comitê organizador, constituído
por 12 docentes, se ocupa da preparação do
evento. Além desses há um comitê externo,
formado por 21 representantes de diversas instituições
de ensino e pesquisa, que avalia o congresso como um todo.
A partir de 2007 a Unicamp passou a contemplar anualmente
os autores dos 20 melhores trabalhos com um prêmio
em dinheiro no valor de R$ 3 mil.
De Portas Abertas
para a Escola Pública
Buscando intensificar sua aproximação com
os estudantes do ensino médio, sobretudo das escolas
públicas, a Unicamp realizou no período –
aqui incluído o ano de 2007 – quatro edições
do programa Unicamp de Portas Abertas (UPA), evento que
já se tornou tradicional e em que a instituição
literalmente abre seus laboratórios, bibliotecas
e unidades de ensino e pesquisa à visitação
de escolas de todo o país.
No total, desde 2005, visitaram
a Unicamp aproximadamente 210 mil estudantes procedentes
de escolas dos estados de São Paulo, Minas Gerais,
Distrito Federal, Rio de Janeiro, Espírito Santo,
Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso, Goiás,
Ceará, Pará, Pernambuco, Piauí e Tocantins.
Ao longo de dois dias por ano, ofereceu-se aos visitantes
– a maioria dos quais tem o vestibular em seu horizonte
próximo – a oportunidade de conhecer o cotidiano
de uma instituição de ensino superior que
é ao mesmo tempo um importante centro de investigação
científica e tecnológica.
Estímulo às
Empresas Juniores
Com o fim de estimular o empreendedorismo, aproximar o aluno
de Graduação do mercado de trabalho e complementar
o ensino com aplicações, as unidades da Unicamp
têm favorecido o desenvolvimento de um importante
núcleo de empresas juniores – 18 ao todo –,
criando um clima propício para a realização
de suas atividades.
As juniores são organizações
juridicamente autônomas, dirigidas por alunos sob
supervisão docente, aptas a prestar consultoria,
apoio técnico, realizar estudos e desenvolver projetos
para empresas, entidades e em alguns casos para a própria
Universidade. Sem fins lucrativos, o capital reunido com
a execução de seus projetos é usado
no pagamento de estagiários e na manutenção
da própria empresa. Um requisito importante é
que os projetos tenham a ver com as atividades curriculares
do aluno.
A política de apoio
às juniores, que favorece alunos provenientes de
todas as camadas sociais, encontra ressonância na
tradição empreendedora de um número
relativamente alto de profissionais formados na Unicamp.
Levantamento recente mostra que, somente na região
de Campinas, mais de uma centena de empresas de pequeno
e médio porte – a maioria nas áreas
de tecnologia de base – têm à sua frente
ex-alunos da Universidade.
B – PÓS-GRADUAÇÃO
Crescem Indicadores
de Qualidade da Pós-graduação
Com 48% de seus alunos concentrados na Pós-graduação
– proporção inédita na América
Latina — a Unicamp responde por aproximadamente 12%
das teses e dissertações produzidas no país.
O processo de avaliação institucional iniciado
em 2004 e concluído em 2006, com a participação
de especialistas externos, destacou a pós-graduação
da Unicamp como um de seus pontos mais robustos de referência
acadêmica. No período avaliado, 1999-2003,
já se constatava que o número de alunos matriculados
no mestrado e no doutorado seguia uma tendência de
crescimento moderado, embora persistente. O número
de teses e dissertações defendidas por ano
está razoavelmente estável, com números
oscilando ao redor de 800 e 1.200, respectivamente, refletindo
a maturidade institucional alcançada.
A qualificação
do sistema de pós-graduação pode ser
aferida, entre outros parâmetros, pelas notas atribuídas
pela Capes em seu processo trienal de avaliação
nacional. Vê-se, por essa avaliação,
que há um crescimento qualitativo em todas as áreas.
Em 2006 se encerrou um novo triênio em fase de avaliação
pela Capes e os resultados mostram uma evolução
nas quatro grandes áreas do conhecimento e um distanciamento
da nota média da Unicamp em relação
à média nacional, como se pode ver pelo quadro
a seguir.
Cursos Novos de Pós-graduação
A expansão das atividades de pós-graduação
está entre os principais objetivos do planejamento
estratégico da Unicamp. Entre 2005 e 2008 foram implantados
quatro novos cursos. O de mestrado profissional em Engenharia
Automotiva iniciou-se no segundo semestre de 2007. Iniciaram-se
em março de 2008 o curso de mestrado profissional
em Saúde, Interdisciplinaridade e Reabilitação
e em agosto de 2008 o curso de doutorado em Enfermagem,
ambos ministrados pela Faculdade de Ciências Médicas.
Em março de 2009 teve início o curso de mestrado
em Tecnologia, a cargo do Centro Superior de Educação
Tecnológica (Ceset).
O curso de mestrado profissional
em Engenharia Automotiva envolve três unidades de
ensino e pesquisa da Unicamp – Faculdade de Engenharia
Mecânica, Faculdade de Engenharia Elétrica
e de Computação e Instituto de Química
–, além do Instituto de Tecnologia de Aeronáutica
(ITA), mantendo um caráter interdisciplinar já
na definição do seu conteúdo, um aspecto
tido como prioritário no plano de gestão da
pós-graduação da Unicamp.
Como resultado do processo
de avaliação institucional, realizou-se uma
revisão do planejamento estratégico no que
diz respeito ao plano de atividades da pós-graduação,
priorizando-se a discussão de novos cursos de natureza
multidisciplinar com envolvimento de várias unidades
de ensino e pesquisa. Entre os programas em fase de discussão
estão aqueles nas áreas de energia e biocombustíveis,
segurança pública, inovação,
fármacos, e ensino de ciências e matemática.
Uma Nova Institucionalidade para a Pós-graduação
A Pós-graduação da Unicamp dispunha
de um conjunto de normas fragmentadas e em certos casos
desatualizada em relação às novas regulamentações
do Conselho Nacional de Educação e do Conselho
Estadual de Educação. Em 2008 o Conselho Universitário
aprovou a Deliberação Consu A-8 de 25-03-2008,
um regramento unificado que inclui todas as modalidades
de pós-graduação strito sensu (Mestrado,
Mestrado Profissional e Doutorado) e lato sensu (Aperfeiçoamento,
Especialização, Aprimoramento e Residência
Médica).
A Pós-graduação
lato sensu
No período 2005-2009 a Unicamp teve um crescimento
expressivo na pós-graduação lato sensu,
resultado de uma atuação coordenada entre
a PRPG, o GGPE (Grupo Gestor de Projetos Educacionais) e
várias unidades de ensino e pesquisa. Da mesma forma
que no mestrado profissional, em todos os cursos de pós-graduação
lato sensu levou-se em conta o compromisso com os valores
constantes no programa de administração difundido
em 2005: o do ensino público, gratuito e de boa qualidade.
No contexto dos projetos
implantados, ressalta-se o papel – absolutamente destacado
entre 2006 e 2007 – da Faculdade de Educação,
que assumiu a condução de quatro cursos e
atraiu a maioria das matrículas conforme o quadro
a seguir, e do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas.
Ambas as unidades envolveram-se profundamente com a requalificação
de professores, dirigentes e coordenadores pedagógicos
da rede estadual de educação mediante projetos
realizados em parceria com a Secretaria de Educação
do Estado de São Paulo. Nesse período, matricularam-se
nos cursos ministrados nas várias unidades da Unicamp
10.435 alunos, incluindo-se entre estes os de residência
médica.
Como parte do planejamento
estratégico de ampliar a atuação junto
à rede pública de ensino fundamental e médio,
outras propostas de cursos de pós-graduação
lato sensu (modalidade especialização) serão
implantadas a partir de março de 2009: ensino de
Ciências e de Matemática para Professores do
Ensino Fundamental, da primeira à quarta série,
envolvendo Faculdade de Educação, Instituto
de Química, Instituto de Física, Instituto
de Computação, Instituto de Geociências,
Instituto de Biologia e Instituto de Matemática,Estatística
e Computação Científica, além
de dois cursos novos na área de Linguagem, sob a
responsabilidade do Instituto de Estudos da Linguagem, e
de aproximadamente 50 cursos de especialização
na modalidade Aprimoramento, ministrados pela Faculdade
de Ciências Médicas para profissionais não-médicos,
a maioria deles em convênios com a Secretaria Estadual
de Saúde ou com o Ministério da Saúde.
Programas de Docência
Envolvendo Pós-graduandos
O processo de avaliação institucional evidenciou
a importância do Programa de Estágio Docente
(PED) para todas as unidades de ensino da Unicamp. Mostrou
também que este não apresentava indicadores
tão consistentes quanto seria de desejar entre a
dimensão do programa – em número de
participantes – e a efetiva qualificação
desses alunos para a docência. Em função
desse diagnóstico, as pró-reitorias de Graduação
e de Pós-Graduação atuaram conjuntamente
na redefinição das atividades dos alunos participantes
e incorporaram ao programa as chamadas Bolsas de Instrutores
Graduados (BIG).
Chegou-se, dessa forma, a
um programa com três níveis de participação,
cada nível com atribuições bem-definidas
envolvendo alunos de mestrado situados num patamar mais
inicial e alunos de doutorado já detentores de maior
experiência com atividades em sala de aula. Compôs-se
um cadastro único de participantes. O programa foi
implantado nessa nova sistemática a partir do primeiro
semestre de 2007, envolvendo 354 bolsistas, 103 participantes
sem bolsa e 62 bolsistas pagos com recursos extraorçamentários
das unidades. Em 2008 participaram do programa 845 bolsistas
e 218 alunos sem bolsa, num total de 1.063 alunos.
Em paralelo, criou-se o Programa
PED-LS para permitir a participação de alunos
de pós-graduação como auxiliares didáticos
nos cursos de pós-graduação lato sensu.
Ressalte-se que muitos desses cursos já foram ministrados
para professores e gestores das escolas públicas
estaduais e municipais, dando cumprimento a uma outra proposta
do programa de gestão da pós-graduação
da Unicamp, que é a de abrir oportunidades de interação
dos alunos de mestrado e de doutorado com o ensino público
fundamental e médio.
Difusão do
Conhecimento Gerado na Pós-graduação
A pós-graduação é a principal
responsável pela produção científica,
tecnológica e artística na Unicamp. Uma das
formas de difundir esse conhecimento é através
da divulgação das teses e dissertações
produzidas. Para isso adotaram-se estratégias para
aumentar o contingente de teses e dissertações
disponibilizadas pela Internet, garantindo a rastreabilidade
da informação.
Em 2005 o número de
teses e dissertações disponibilizadas era
de aproximadamente três mil (15% do total de teses
e dissertações defendidas). Em 2007 esse número
já atingia 15 mil (aproximadamente 50% das teses
defendidas) e no final de 2008 temos mais de 25 mil teses
disponibilizadas por acesso on line. Dessa forma, a Unicamp
é a universidade brasileira com o maior número
de teses e dissertações disponibilizadas e
o melhor sistema de controle de acesso do país, destacando-se
como modelo para outras universidades brasileiras nessa
área.
Eficiência
na Administração
O ensino de pós-graduação na Unicamp
se destaca por dois aspectos centrais: sua dimensão
relativa (tem um número de alunos matriculados nos
cursos stricto sensu similar ao número de matrículas
no ensino de graduação) e pela sua qualidade
(é uma das melhores, se não a melhor universidade
do país). Em função desses dois aspectos,
a qualificação da gestão é um
requisito essencial para a manutenção desse
patamar, tendo em vista o dinamismo da vida acadêmica
dos alunos. Por isso, dada sua dimensão, o sistema
pede agilidade na tomada de decisões. Definido esse
requisito, e tomando-se como referencial a institucionalidade,
explicitada através da estrita observância
ao Regimento Geral da Pós-graduação
e às normas vigentes, foram estabelecidos como objetivos
estratégicos a descentralização e a
autonomia de gestão das unidades. Dentro desse contexto,
os principais resultados até agora alcançados
foram:
* transferência, para as secretarias de pós-graduação
das unidades, do controle e gestão de todos os processos
relacionados com transporte, gráfica, correio e almoxarifado
central;
* informatização de todos os processos de
atribuição de bolsas da Capes (Mestrado e
Doutorado) com centralização das informações
sobre bolsas do CNPq, Fapesp e Funcamp;
* informatização do sistema de bolsas PED,
com cruzamento automático de informações
com o sistema de bolsas Capes, CNPq, Fapesp e Funcamp;
* inserção no sistema de todos os bolsistas
Capes, OAB e CNPq da Unicamp, desde o primeiro convênio
firmado, de modo a permitir a emissão de declarações
sem a necessidade de consulta de arquivos antigos;
* informatização do sistema de prestação
de contas dos convênios Capes, disponibilizando-o
para as unidades incorporarem as informações
e acompanharem on line os respectivos saldos;
* preenchimento on line pelas unidades das frequências
dos bolsistas Capes com elaboração automática
da folha mensal de pagamento;
* regularização de teses e dissertações
defendidas e não homologadas, desde o início
da Pós-graduação da Unicamp.
* inserção no sistema de registro acadêmico
dos cursos de Pós-graduação lato sensu
(Especializações e Aperfeiçoamentos)
ministrados a partir da década de 80;
* revisão completa do Catálogo dos Cursos
de Pós-graduação, com simplificação
de conteúdo e inclusão de todos os professores
dos vários programas de acordo com o Regimento Geral
de Pós-graduação da Unicamp.
Todos esses sistemas estão
sendo desenvolvidos e implantados por pessoal técnico
da Unicamp, lotados na PRPG, sem nenhuma despesa adicional
com pessoal. Essas alterações de procedimentos
administrativos exigem que tanto os servidores lotados na
PRPG quanto aqueles lotados nas secretarias das unidades
sejam convencidos de que estes são processos melhores
e precisam ser requalificados para que seu uso tenha pleno
efeito, introduzindo-se corretamente as informações
sempre que as mesmas estiverem disponíveis. O trabalho
de sensibilização e de requalificação
está sendo conduzido no local de trabalho pelos servidores
da PRPG, sempre que um novo processo é implantado.
Outros processos estão em fase de desenvolvimento.
Internacionalização
da Pós-graduação
Uma das características importantes dos programas
de pós-graduação na Unicamp é
sua abrangência geográfica, mostrando-se capaz
de atrair estudantes de diversas partes do Brasil e do exterior.
A distribuição geográfica de nossos
alunos de pós-graduação, definida a
partir do local onde o aluno se graduou, mostra que o número
de alunos oriundos de outros países tem apresentado
uma tendência de estabilização ao redor
de 2,5% a 2,8% (mestrado) e 3% (doutorado).
Em 2008 matricularam-se em
cursos de Pós-graduação da Unicamp
estudantes de 49 países, com predominância
de argentinos, chilenos, colômbianos, cubanos, peruanos,
uruguaios e portugueses. Note-se, contudo, que se incluem
também nessa lista um certo número de estudantes
advindos de países que podem ser considerados centrais
em termos de desenvolvimento científico e tecnológico,
tais como Alemanha, Austrália, Bélgica, Coréia
do sul, Estados Unidos da América, França,
Holanda, Japão, Rússia, Suécia, entre
outros.
Além dessa busca espontânea,
várias iniciativas institucionais têm colaborado
para a atração de estudantes de outros países,
por exemplo a inserção da Unicamp como membro
de várias redes internacionais de universidades,
a atuação de seus docentes nos vários
programas das agências brasileiras de apoio à
pesquisa, o uso sistemático por seus estudantes das
oportunidades de estágios no exterior através
de bolsas-sanduíche, a participação
de docentes nos centros associados de pós-graduação
com a Argentina, os convênios em co-tutela que permitem
a dupla titulação na qual o aluno de doutorado
matriculado em uma instituição brasileira
ou em uma instituição do exterior pode realizar
parcialmente o projeto de tese em outra instituição
etc. A Unicamp mantém no momento convênios
para bolsas-sanduíche com universidades dos Estados
Unidos, França, Alemanha, Itália, Holanda,
Suíça e Espanha.
Infraestrutura de
Pós-graduação
Implantou-se em 2008 um projeto de infraestrutura de apoio
à Pós-graduação com o objetivo
de dar continuidade aos programas de qualificação
dos nossos cursos, visando fundamentalmente a redução
da evasão e a criação de novas vagas.
Foram aplicados R$ 10 milhões no projeto, que está
em fase de execução. Os recursos permitiram
o financiamento de itens como reformas em instalações
e a aquisição de instrumentos multiusuários.
C
– ENSINO TECNOLÓGICO
Centro Superior de
Educação Tecnológica
Constituído em 1988 para abrigar os cursos de graduação
com ênfase tecnológica da Unicamp, o Centro
Superior de Educação Tecnológica (Ceset)
oferece formação superior em Saneamento Ambiental,
Construção Civil, Informática e Telecomunicações.
Com 340 ingressantes anuais, o Ceset contava em 2008 com
1.480 graduandos atendidos por um corpo de 69 docentes e
35 técnicos laboratoriais e administrativos.
Como resposta ao processo
de expansão de vagas proposto pela Unicamp, o Ceset
contribuiu com o aumento de 95 vagas por meio da criação
de dois novos cursos de turno integral – Tecnologia
em Informática e Telecomunicações –
cujas primeiras turmas se formaram em 2005 e 2006, respectivamente.
No quadriênio 2005-2009,
o Ceset passou por uma série de transformações
tanto no contexto acadêmico quanto em sua estrutura
física. Com o apoio da Reitoria, reformulou-se a
sua biblioteca, readequando seu espaço físico,
adquirindo novo mobiliário e melhorando o acervo
em quantidade e qualidade. Também houve melhorias
em todas as salas de aulas, que receberam novo mobiliário,
computadores e recursos multimídia. Duas salas de
aulas foram transformadas em anfiteatros com capacidade
para 230 pessoas cada. Os laboratórios de Graduação
foram reformados e reequipados. Também a área
externa da unidade foi restaurada e recebeu nova pintura.
Os serviços de informática foram modernizados,
com atualização dos servidores, aumento da
capacidade de transmissão e rede wireless, tornando
mais eficientes os trabalhos acadêmicos e administrativos.
No plano acadêmico,
dois fatos marcaram a consolidação do Ceset
como unidade de ensino e pesquisa: a discussão, elaboração
e aprovação, pela Capes, do mestrado stricto
sensu em Tecnologia (com início em 2009) e a alteração
do regimento interno, permitindo concursos de docentes na
carreira MS e reforçando a pesquisa acadêmica
nas diferentes áreas tecnológicas. Essas mudanças
tiveram rápido e efetivo impacto sobre a produção
científica docente, a expansão do número
de projetos de iniciação científica,
a criação e oferecimento de cursos de especialização
em nível de Pós-graduação e
o estabelecimento de convênios com instituições
nacionais e internacionais que têm a pesquisa como
foco principal.
D
– ENSINO TÉCNICO
Colégio Técnico
de Campinas (Cotuca)
Criado em 1967, o Colégio Técnico (Cotuca)
da Unicamp atua na formação profissional e
de ensino médio. Conta com 1.976 alunos distribuídos
em 11 cursos técnicos e três especializações
no nível técnico, 60% dos quais no período
noturno. A qualidade de seus cursos reflete-se diretamente
na procura por seu vestibulinho anual: 6.372 candidatos
em 2005, 6.574 em 2006, 5.993 em 2007, 4.997 em 2008 e 5.505
em 2009.
No exame nacional do ensino
médio (Enem) de 2005 e 2006, o Cotuca conquistou
seguidamente o primeiro lugar entre as escolas públicas
da Região Metropolitana de Campinas e o segundo lugar
entre as públicas e particulares. Em 2007 ficou em
primeiro lugar entre as escolas públicas e particulares,
figurando no décimo quinto posto entre as escolas
públicas de ensino médio de todo o país.
Um dos pontos fortes do Cotuca,
além da qualidade do ensino regular, é o grande
número de atividades extracurriculares nas quais
os alunos se envolvem diretamente, tais como semanas de
palestras, atividades em artes, estudos do meio em cidades
históricas e no Petar, gincana sociopedagógica
e curso de expressão corporal. Em 2008 foi realizada
a primeira Semana de Ensino Médio e Técnico
do Cotuca, que contou com 53 palestras, três minicursos
e uma mesa-redonda, envolvendo um público total de
1.650 participantes.
A destacar a premiação
de alunos do colégio em olimpíadas nacionais
como as de Matemática OPM, OBM, OBMEP, OMU e as olimpíadas
de Física, Química, Biologia, Informática
e de Algoritmo. Em 2008, o colégio conquistou o primeiro
lugar nas Olimpíadas de Física do Estado de
São Paulo.
No plano da infraestrutura,
o período foi marcado pela reforma e adequação
da Biblioteca, com renovação de mobiliário,
aumento do acervo para 13 mil títulos, além
da dotação de todas as salas de aula com recursos
multimídia, a atualização de 100% do
parque computacional didático integrado por 110 estações
de trabalho, troca de todo o mobiliário das salas
de aula, implantação do sistema de matrículas
e controle de aproveitamentos por Internet, e a implantação
de sistema de controle acadêmico, de gestão
escolar e de acompanhamento educacional com contingenciamento
de processos e cópias de segurança.
Graças ao PAAIS, aplicado
no processo seletivo do Cotuca no quadriênio, houve
um aumento de 50% para 60% no número de matriculados
provenientes da escola pública em 2007. Outro fato
a ser destacado é que, no período, realizaram-se
cerca de 4.000 novos contratos de estágio envolvendo
760 empresas conveniadas e alunos em fase de conclusão
de curso.
Colégio Técnico
de Limeira
Com 600 ingressantes anuais, 93 professores em seu quadro
docente e 31 funcionários, o Colégio Técnico
de Limeira (Cotil) tem aproximadamente 1.500 estudantes
em seus cursos de Construção Civil, Enfermagem,
Geomática, Informática, Mecânica e Qualidade
e Produtividade. No período, a exame de seleção
foi descentralizado, passando a ocorrer em seis outras cidades:
Americana, Araras, Campinas, Cosmópolis, Piracicaba
e Rio Claro, além de Limeira. A descentralização
permitiu regionalizar e diversificar a captação
de alunos e levou a um aumento do número de inscritos
vindos da escola pública, hoje em torno de 70%.
O quadriênio foi marcado
por melhorias de infraestrutura que já se refletem
na qualidade do ensino e na dinâmica administrativa
do colégio. Destacam-se a reformulação
de pontos de rede de todas as seções administrativas
e funcionais; a disponibilização de uma Sala
de Informática para Alunos (SIA), com equipamentos
de última geração; a modernização
dos laboratórios de informática; a atualização
do laboratório de Enfermagem; a instalação
do laboratório de Construção Civil
e Geomática (aquisição de novos micros
e de softwares atualizados).
Foi um período fecundo
também nas atividades culturais e extracurriculares,
podendo-se destacar, entre os eventos realizados, palestras
periódicas aos alunos das áreas técnicas,
o Simpósio de Orientações e Oportunidades
Profissionais e o Cotil Arte, que já se firmou como
um dos grandes eventos culturais de Limeira. A mencionar
também a realização de um concurso
literário, do Cotil de Portas Abertas (Copa) e da
Feira de Ciências, com apresentação
de trabalhos e experiências na área de Exatas
para alunos de escolas visitantes.
Houve ainda a ampliação
da oferta de cursos de extensão e a participação
em importantes certames acadêmicos como a Olimpíada
Brasileira de Matemática, a Olimpíada Brasileira
de Física e o Desafio Nacional Acadêmico (DNA).
E
– ENSINO DE LÍNGUAS
Centro de Ensino
de Línguas
Vinculado administrativamente à Reitoria, o Centro
de Ensino de Línguas da Unicamp (CEL) oferece disciplinas
vinculadas academicamente ao Departamento de Lingüística
Aplicada (DLA) do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL),
atendendo às demandas pelas disciplinas de línguas
dos cursos de Graduação da Unicamp (alemão,
espanhol, francês, hebraico, inglês, italiano,
japonês, russo e português para estrangeiros).
No período, a demanda
atendida pelo CEL alcançou um total de 12.823 matrículas
semestrais, como se pode ver pelo quadro a seguir.
Devido à sua vocação
de proporcionar a ampliação do diálogo
acadêmico, uma vez que nesse espaço convergem
todas as áreas do saber da Universidade, o CEL tem
sido um centro que se caracteriza pela experimentação
de ferramentas e ambientes virtuais. Neste contexto, trabalhando
conjuntamente com o Centro de Computação,
seus docentes estão engajados em projetos de uso
de plataformas e ambientes virtuais tais como Read in Web,
Moodle, Galanet, SAKAI – esta última com o
desafio de unificar e digitalizar os exames de proficiência
e classificatório realizados semestralmente pelo
Centro. Ao testarem tal plataforma, entretanto, seus docentes
também tiveram a preocupação de verificar
sua viabilização para o possível oferecimento
de um curso semipresencial lato-sensu via Univesp.
A vocação de
servir como um centro favorável para a experimentação
tem facilitado a seus docentes o diálogo com outros
centros nacionais e estrangeiros mediante acordos bilaterais
envolvendo a pesquisa avançada na área de
linguística aplicada ao ensino de língua estrangeira
e o ensino a distância, além do uso de plataformas
que propiciam a intercomunicação plurilíngue.
Nesse sentido, em 2008 ampliou-se a atuação
conjunta com as universidades de Siena e Politécnica
de Valência. Ponto importante foi que, recentemente,
docentes do CEL tomaram a iniciativa de criar, credenciar
e registrar junto ao CNPq um grupo de pesquisa sobre ensino/aprendizagem
de língua e virtualidade.
No período, o CEL
aumentou a sua atuação na prestação
de serviços envolvendo línguas estrangeiras,
em especial na aplicação de testes de proficiência
para os cursos de Pós-graduação da
Unicamp e de outras instituições de ensino
superior, como é o caso da Faculdade de Arquitetura
e Urbanismo (FAU), da Universidade de São Paulo.
Consolidou-se também, em 2008, como centro aplicador
de dois diplomas estrangeiros – o CELU (Certificado
de Español Lengua y Uso) e o CILS (Certificazione
di Italiano come Lingua Straniera).