III
– EXTENSÃO
O exemplo
mais visível da interação da Unicamp
com a sociedade é a área hospitalar, referência
para o sistema de saúde pública da região
e não raro o único ponto de apoio da população
que não dispõe de convênios médicos
ou de fácil acesso a outros serviços. Esse
papel a Unicamp tem cumprido exemplarmente e continuou a
fazê-lo ao longo do quadriênio 2005-2009 através
de suas duas unidades no campus de Campinas – o Hospital
de Clínicas e o Centro de Atenção Integral
à Saúde da Mulher (Caism) –, do Hospital
Estadual de Sumaré (HES) e das demais unidades de
pesquisa e serviços em saúde: o Gastrocentro,
o Hemocentro, o Centro de Estudos e Pesquisas em Reabilitação
Gabriel Porto, o Centro de Investigação em
Pediatria (Ciped) e a área de atendimento da Faculdade
de Odontologia de Piracicaba (FOP).
Contudo,
as atividades de extensão da Unicamp são muito
mais vastas e começam pela atuação
definidora de sua Pró-Reitoria de Extensão
e Assuntos Comunitários (Preac), cujo leque de programas
e projetos inclui desde cursos, eventos e serviços
de caráter orgânico até ações
contínuas de caráter cultural, desportivo,
educativo, social, científico ou tecnológico,
passando por ações pontuais integradas ou
isoladas que contribuem, em determinado momento, para a
interação da universidade com a sociedade.
Em qualquer
dos casos, um princípio inalienável da política
de extensão da Unicamp é que esteja conjugada
ao ensino e à pesquisa, potenciando a formação
dos estudantes e contribuindo para a geração
de conhecimento, ao mesmo tempo em que serve aos interesses
da sociedade.
A
– POLÍTICAS DE EXTENSÃO
Consolidação
Normativa da Extensão da Unicamp
As atividades de extensão são uma realidade
na Unicamp desde seus primórdios. Entretanto, dada
a amplitude e a complexidade de suas linhas de ação,
faltava compor e aprovar nas instâncias deliberativas
internas um corpo de instrumentos normativos e reguladores
que constituem hoje a base legal para a promoção
e a valorização dessas atividades. O objetivo,
além de definir caminhos mais seguros e eficazes
para preservar a qualidade institucional da extensão
praticada pela Universidade, foi facilitar o estabelecimento
de relações externas mediante a celebração
de convênios e parcerias institucionais, consolidando
os vínculos com a sociedade.
Assim, a expansão
e o fortalecimento da extensão da Unicamp muito devem
ao conjunto de normas legais elaboradas e aprovadas –
pelo Conselho Universitário, pela Comissão
de Ensino e Pesquisa ou pelo próprio Conselho de
Extensão – e colocadas em prática pela
Preac ao longo dos últimos quatro anos. Graças
a esse esforço normativo se institucionalizaram as
formas de implantação, oferta e acompanhamento
dos cursos de especialização e de aperfeiçoamento
na modalidade extensão universitária; aprovou-se
o regimento interno do Conselho de Extensão e consolidou-se
o regimento da Escola de Extensão; criou-se o Conselho
de Desenvolvimento Cultural, responsável pela formulação
e definição das políticas de extensão
para o desenvolvimento cultural da Universidade; regulamentou-se
o pagamento de bolsas de ensino, pesquisa, extensão
e de estímulo à inovação; fixaram-se
critérios para a convalidação de créditos
obtidos em disciplinas e cursos de extensão cursados
fora da Unicamp, bem como foram regulamentadas questões
disciplinares para alunos dos cursos de extensão;
estabeleceram-se critérios para fixação
do custo total de cursos e disciplinas de extensão
da Unicamp; regulamentou-se a participação
de profissionais externos à Unicamp em seus cursos
de extensão; fixaram-se critérios para cálculo
de custo e remuneração associados a disciplinas
e cursos de extensão; definiu-se que os coordenadores
de cursos de extensão oferecidos pela Unicamp devem
ter vínculo institucional com a Universidade; foram
aprovados três novos projetos de extensão de
grande relevância social: Cultura afrobrasileira,
Cooperativas populares e Saúde e meio ambiente; foram
criadas duas disciplinas regulares de extensão (a
Ex-001 – Projeto de Extensão Comunitária
I e a Ex-002 – Projeto Rondon de Extensão Universitária)
visando dar caráter institucional às atividades
de extensão comunitária desenvolvidas por
alunos e docentes da Universidade, integradas à pesquisa
e ao ensino; alteraram-se as disposições que
regem o funcionamento do Lepac (Laboratório de Estudos
e Pesquisas em Artes e Ciências), vinculando-o à
Preac; e criou-se o Centro Cultural de Inclusão e
Integração Social (CIS-Guanabara), capítulo
importante da política de extensão da Unicamp
no período.
Convênios e Parcerias Institucionais
Foram firmados vários convênios plurianuais,
inclusive mediante a participação em editais
públicos de extensão. Destacam-se sete convênios
com o Ministério da Educação e do Desporto
(MEC), no contexto de seu Programa de Apoio à Extensão
Universitária (Proext), firmados entre 2005 e 2007,
gerando ação efetiva e continuada da Unicamp
nos programas “Comunidades Quilombolas”, “Capacitação
de agentes populares de microcrédito produtivo”,
“Capacitação para o Assentamento 12
de outubro do Horto Vergel”, “História
e cultura afro-brasileiras”, “Desenvolvimento
para o protagonismo dos jovens em Saúde e meio ambiente”,
“Metodologias de incubação de grupos
autogestionários” e “Projeto Cultura
no Centro Elesbão – Barão Geraldo”,
este último com o Ministério da Cultura em
parceria com o Proext. Esses convênios aportaram para
a Unicamp recursos de aproximadamente R$ 182 mil no período.
Além desses, foi firmado
em 2007 importante convênio com a Associação
Brasileira de Municípios (ABM), entidade que congrega
mais de três mil municípios, mediante o qual
a Unicamp passou a oferecer cursos de extensão e
especialização em gestão estratégica
em políticas públicas para 1.500 dirigentes
municipais. No que concerne especificamente ao município
de Campinas, dentre as diversas ações conjuntas
desenvolvidas no campo da preservação ambiental,
destacam-se o “Projeto Sustentar”, que visa
a realização anual de um fórum social
para o desenvolvimento sustentável, e dois convênios
para a implantação de hortas comunitárias
em áreas públicas e para a instalação
de um mercado municipal de alimentos orgânicos.
Ampliação
do Debate Sobre a Extensão
Visando ampliar a discussão, a difusão e a
valorização das atividades de extensão
da Unicamp, de modo a aumentar a compreensão sobre
o seu significado acadêmico e social e fomentar o
desenvolvimento de novas propostas de programas, projetos
e ações, a Preac realizou no período
um extenso leque de fóruns, seminários e congressos.
Veja a seguir os eventos que tiveram participação
direta da Preac em sua organização e realização.
Atuação
do Conselho de Extensão
Presidido pelo pró-reitor de Extensão, compete
ao Conex manifestar-se sobre assuntos que envolvam atividades
de extensão na Unicamp, em especial sobre o mérito
de contratos e convênios, bem como sobre a análise
e aprovação de cursos de extensão.
Durante o quadriênio, o Conex analisou e aprovou mais
de 1.800 processos que geraram recursos extraorçamentários
superiores a R$ 330 milhões, que corresponderam,
respectivamente, a 22% dos recursos extraorçamentários
e 7,3% dos recursos orçamentários no mesmo
período.
A Figura 4 apresenta a distribuição
dos processos, por modalidade, analisados e aprovados pelo
Conex no período. Observe-se a grande quantidade
de termos aditivos celebrados para contemplar partes específicas
de convênios e contratos já homologados.
Por outro lado, a Unicamp
estabeleceu no período 1.937 parcerias, com predomínio
dos convênios firmados com empresas privadas, empresas
estatais e prefeituras, sobretudo nas áreas tecnológicas,
biomédicas e hospitalares e na capacitação
de profissionais.
Criação
do Centro Cultural de Inclusão e Integração
Social
Mediante comodato obtido junto ao governo do Estado, a Unicamp
transformou uma antiga estação ferroviária
– a Estação Guanabara de Campinas –
em importante espaço para a realização
de atividades de extensão nas áreas de formação
educacional, difusão científica, capacitação
profissional e inclusão cultural e digital. Graças
a parceria com o empresariado, fez-se a restauração
completa do prédio, instalou-se ali o recém-criado
Centro Cultural de Inclusão e Integração
Social da Unicamp (CIS) e deu-se início a uma programação
de eventos que, ao mesmo tempo que cria uma nova frente
de produção e difusão para professores
e estudantes, leva à população o produto
cultural da Unicamp.
Para colocar o espaço
em condições de uso foram necessárias
várias ações estratégicas, como
por exemplo a complexa tarefa de transferir, de forma pacífica
e negociada, 48 famílias que ocupavam dependências
do conjunto da Estação para programas de habitação
de interesse social. Feito isso, com evidentes vantagens
sociais para as famílias, pôde-se ativar o
centro cultural em abril de 2006, promover um edital de
chamada para projetos culturais que resultou em 68 propostas
inscritas, realizar nove oficinas educativas em diferentes
áreas com aproximadamente 650 matrículas e
assegurar a realização de obras físicas
para dar forma final e definitiva ao projeto. Em agosto
de 2007, graças a parceria com a IBM, a Estação
foi provida de um laboratório de informática
com o objetivo de promover cursos de inclusão e de
acessibilidade para cidadãos com subvisão.
Finalmente, em fins de agosto de 2008, concluído
o restauro arquitetônico do prédio, a Unicamp
deu por consolidado o projeto.
A antiga Estação
Guanabara foi inaugurada em 1893 para atender as linhas
ferroviárias da Sorocabana, da Funilense e da Mairinque
– hoje extintas. Tombada em 2004, é considerada
um dos maiores e mais representativos bens históricos
culturais de Campinas.
Desenvolvimento Cultural
e Comunitário
O quadriênio foi rico em atividades culturais, com
ênfase no ano de 2006, quando se desenvolveu vasta
programação de eventos relativos às
comemorações do quadragésimo aniversário
da Unicamp, com coordenação da Reitoria e
ativa participação das unidades de ensino
e pesquisa, dos centros e núcleos interdisciplinares,
de órgãos de apoio e das entidades estudantis.
No que concerne à Pró-Reitoria de Extensão,
as atividades culturais foram desenvolvidas em três
instâncias principais.
1. COORDENADORIA
DE DESENVOLVIMENTO CULTURAL
Ao seu papel de oferecer às unidades e demais instâncias
da Universidade a infraestrutura necessária à
realização de eventos científicos e
culturais no espaço do Ginásio Multidisciplinar
e do Centro de Convenções – 996 técnico-científicos,
culturais e esportivos realizados entre 2005 e 2008 –,
a CDC passou a elaborar e implementar políticas de
desenvolvimento cultural na área de extensão,
tendo uma agenda de projetos e ações culturais
próprios.
Entre estes, destacam-se
o projeto “Unicamp Dia-a-Dia: ciência e arte
para o desenvolvimento cultural”, que tem como objetivo
organizar e divulgar a produção científica
e artística apresentadas pelos alunos da Unicamp
no Programa de Iniciação Científica
(Pibic) e no evento Universidade de Portas Abertas (UPA)
para as escolas da comunidade de Campinas e região;
o projeto Espaço de Arte e o Festival “Contando
Contos”, ambos destinados a mostrar a produção
cultural da comunidade da Unicamp para estudantes do ensino
fundamental e médio; o projeto “Contos e Cantos”,
que recebeu premiações da Prefeitura de Campinas;
e a realização de seis exposições
de arte no ambiente da própria CDC. Destaque-se também
a implantação da Sala de Leitura CDC, com
edições de lançamento e catálogo.
2. RÁDIO E
TV UNICAMP
Durante o período de 2005 a 2008 foram produzidos
pela RTV Unicamp 372 programas que foram exibidos nas quatro
horas diárias de programação do Canal
Universitário Campinas (Canal 10 da Net) e 204 vinhetas
por meio de computação gráfica. Na
programação destacaram-se as transmissões
de 104 “Fóruns Permanentes”, 44 “Acontece
no Campus”, 37 “Palavras Cruzadas”, 37
da série “Valvulados”, 36 do programa
“Repórter Unicamp”, 36 “Dicas de
Leitura”, 17 do “Agenda”, 16 do “Primeira
Chamada”, 15 do “Especial Artes” e mais
30 programas diversos. Os programas identificados como especiais
totalizaram 31 produções, com destaque para
“Tradição e História do Quilombo
de Galvão”, detentor do Prêmio Melhor
Documentário de Televisão Universitária
no XV Festival de Gramado de Cine e Vídeo em 2007
e Prêmio de Exibição do Canal Futura.
A RTV tem como missão
oferecer à comunidade programação no
campo das artes e da comunicação, das humanidades
e da divulgação científica, que contemple
as atividades de ensino, pesquisa e extensão, visando
o desenvolvimento sociocultural e o exercício da
cidadania. Vinculada à Pró-Reitoria de Extensão
e Assuntos Comunitários (Preac), a Rádio e
Televisão – RTV Unicamp prevê para os
próximos meses importantes inovações,
como por exemplo o início das operações
da Rádio Web Unicamp, a implantação
da
TV Web – TV no campus
a partir da implantação de 30 terminais de
TV espalhados pelo campus de Barão Geraldo, a elaboração
dos projetos da TV Unicamp Digital Aberta e da Rádio
Universitária Aberta, que transmitirão para
toda a Região Metropolitana de Campinas e com inauguração
prevista para 2009.
A RTV Unicamp em sua nova
fase conta com a participação mais acentuada
de alunos da própria Universidade, que estão
atuando na elaboração de novos projetos e
na produção de programas, incluindo a produção
de conteúdos a partir de suas próprias experiências
acadêmicas.
Em seu novo formato, a programação da RTV
Unicamp foi enriquecida com uma interligação
dinâmica com o
Portal Unicamp (www.unicamp.br),
o que propiciou uma difusão mais ampla e atualizada
das atividades acadêmicas, agora acessíveis
via portal. Foi criado um programa com o noticiário
de previsão do tempo, destinado a atender à
demanda do setor agrícola de Campinas e região,
em parceria com o Centro de Pesquisas Meteorológicas
e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri).
A nova programação inclui também uma
série de documentários. A primeira produção
da série a ir ao ar foi sobre a participação
da Preac no Projeto Rondon, numa parceria com o Ministério
da Defesa.
3. ESPAÇO
CULTURAL CASA DO LAGO
Ênfase especial se deu à consolidação
do espaço da Casa do Lago, que hoje tem estrutura
organizacional própria e programação
permanente. Inaugurada em 2002, a Casa do Lago nasceu para
fomentar o diálogo cultural com a comunidade interna
e com a sociedade em geral, promovendo produções
geradas pela instituição ou fora dela nos
campos da música, do teatro, cinema, artes visuais
e de projetos especiais como oficinas. Em 2005-2008 a Casa
do Lago recebeu mais de 94 mil visitantes atraídos
por suas exibições de filmes, palestras sobre
cinema, exposições de artes, espetáculos
de teatro e dança e música, entre outros eventos
culturais.
Sua programação
intensa e diversificada fez da Casa do Lago, no quadriênio,
um importante centro de difusão, diálogo e
integração das culturas local, regional, nacional
e também internacional. Suas atividades artísticas,
oferecidas gratuitamente à comunidade, tiveram grande
aceitação do público e boa ressonância
na mídia, destacando-se o “Projeto Folclore/Cultura
Popular”, a “Mostra internacional de Humor Gráfico”,
o “Panorama Musical”, a “Mostra de Dança”,
e as mostras, ciclos e retrospectivas de filmes e documentários,
palestras e shows.
4. ESCOLA DE EXTENSÃO
DA UNICAMP
A Escola de Extensão da Unicamp (Extecamp) tem como
objetivo coordenar o oferecimento dos cursos de extensão
da Unicamp, supervisionar e acompanhar os processos de divulgação
e de realização, e organizar, manter e administrar
um sistema de informações sobre os cursos
de extensão.
A Extecamp atendeu a aproximadamente
42 mil alunos de maio de 2005 a dezembro de 2008, realizando
mais de 96 mil matrículas em cerca de seis mil cursos
de extensão, totalizando 284 mil horas-aulas ministradas.
Os cursos geridos pela Extecamp são oferecidos e
ministrados pelas unidades de ensino e pesquisa da própria
Universidade e abrangem as diferentes áreas do conhecimento.
O programa atinge pessoas
de todos os níveis de escolaridade, do fundamental
ao superior. Note-se, pelo quadro, que todas as áreas
acadêmicas apresentam um alto volume de participação,
com predomínio das ciências tecnológicas
e biológicas.
5. COORDENADORIA DE ASSUNTOS COMUNITÁRIOS
A Coordenadoria de Assuntos Comunitários (CAC) é
um órgão da Preac que tem como objetivo estimular,
apoiar, articular e acompanhar os programas, projetos e
ações de extensão universitária
na Universidade. A partir de fevereiro de 2008 a CAC deu
início a uma parceria com o Centro da Vida Independente
(CVI) com o intuito de desenvolver um trabalho de cunho
educativo e de inclusão social sobre a pessoa com
deficiência. Foi criado um curso intitulado “Vivendo
a diferença, valorizando a diversidade”, que
desde então resultou em oito encontros com 205 participantes,
dos quais 97% consideraram o tema muito relevante e ótima
a qualidade do curso.
6. PROJETO RONDON
Relançado em 2005, o Projeto Rondon é realizado
pelo Ministério da Defesa em parceria com o Ministério
da Educação e o suporte logístico das
Forças Armadas, além da colaboração
de outros ministérios, da Associação
Nacional dos Rondonistas, da União Nacional dos Estudantes
e dos municípios envolvidos. Cada operação
é preparada previamente e durante 15 dias os rondonistas
– equipes constituídas de dois professores
e seis alunos – desenvolvem atividades ligadas a cultura,
direitos humanos e justiça, educação,
saúde, comunicação, meio ambiente,
tecnologia e produção e trabalho.
Sob a coordenação
institucional da Preac, a Unicamp participa desde o início
da nova versão do projeto com equipes integradas
por alunos, docentes e profissionais de apoio. A participação
da Unicamp no período de janeiro de 2005 a fevereiro
de 2009 envolveu 148 pessoas que realizaram trabalhos de
pesquisa científica em extensão comunitária
em cidades do Amazonas e do Vale do Ribeira, em São
Paulo.
7. INCUBADORA TECNOLÓGICA
E COOPERATIVAS POPULARES
A ITCP é um programa de extensão universitária
vinculado à Preac e criado em agosto de 2001 com
a missão de contribuir para o desenvolvimento da
economia solidária a partir da formação
de grupos autogestionário e/ou cooperativas populares.
O programa faz parte da Rede Universitária de ITCPs,
ao lado de outras 33 incubadoras universitárias brasileiras.
A ITCP Unicamp foi formada a partir da necessidade de acompanhamento
técnico e educacional de grupos de trabalhadores
que fariam parte de um programa de geração
de trabalho e renda da Prefeitura de Campinas, somada à
iniciativa de um grupo de alunos e professores que tinham
como objetivo fortalecer o elo entre pesquisa e ensino por
meio de um projeto de extensão.
Em função do
programa foram assinados no período convênios
que têm permitido a incubação de sete
cooperativas populares que atuam nas áreas de agricultura
familiar, triagem de resíduos sólidos e customização
de roupas e empreendimentos de base artesanal; a incubação
de dois grupos cooperados em Campinas, um para atender portadores
de vírus HIV e outro no âmbito de uma associação
de profissionais do sexo, além da incubação
de uma incubadora de cooperativas populares na região
do Vale do Ribeira. Veja quadro dos convênios assinados
no período pela ITCP.
8. PROGRAMA COMUNIDADES
QUILOMBOLAS
Tem por missão articular ações estratégicas
e atividades operacionais que resultem em projetos integrados
em benefício do desenvolvimento de comunidades quilombolas
do Vale do Ribeira, que propiciem melhor formação
acadêmica aos universitários e que ofereçam
a elas a oportunidade do exercício de sua responsabilidade
social. O programa desenvolve projetos participativos, realizados
em parceria, cujos objetivos e resultados reforçam
três dimensões do desenvolvimento local desejado
pelas comunidades: a existência de atividades que
possam levar à geração de trabalho
e renda, especialmente às mulheres e aos jovens;
o fortalecimento da cultura quilombola e da cidadania dos
moradores destas comunidades; a organização
e integração comunitária.
No período 2005-2009
foram desenvolvidos 36 projetos e ações de
extensão. Citem-se como exemplos a incubadora de
fábrica comunitária para processamento artesanal
de alimentos nos quilombos Sapatu e Nhunguara; os “pontos
digitais” em cinco quilombos; um curso de manipuladores
de alimentos no quilombo Sapatu; a elaboração
de um plano de turismo para os quilombos André Lopes
e Sapatu; a elaboração de projeto de memória
dos quilombos André Lopes, Sapatu, Galvão
e São Pedro História; e o projeto Cultura
Afrobrasileira: interfaces comunidade, escola e universidade;
apoio aos telecentros comunitários; capacitação
em informática para os quilombos Poça, Pilões,
Galvão, Sapatu e São Pedro; e a elaboração
de projetos em assistência técnica e extensão
rural para cinco quilombos.
9. EDUCAÇÃO
SOCIOAMBIENTAL
Em 2007, a Coordenadoria de Assuntos Comunitários
criou uma área intitulada Educação
Sociombiental com o objetivo de agregar e potencializar
os projetos que já eram desenvolvidos no âmbito
da Preac de forma isolada. A seguir o resumo dos programas,
projetos, público envolvido e financiamentos.
10. CRIAÇÃO
DO LEPAC EM PARATY
Vinculado à Preac em 2008, a Unicamp tem desde 2005
um braço de desenvolvimento cultural na cidade de
Paraty (RJ), o Laboratório de Estudos e Pesquisas
em Artes e Ciências (Lepac), com áreas de interesse
acadêmico nas questões ambientais e navais
– ênfase em projetos de biologia e ecologia
marinha –, saneamento e sustentabilidade, construção
naval, oceanografia, astronomia e navegação.
No período 2007 a 2009, o Lepac desenvolveu três
projetos de pesquisa em extensão e dois cursos de
extensão: “Formação de aquaviários
– Capitania dos Portos de Paraty” e “Iniciação
à construção e manutenção
naval – pequenas embarcações”.
Programas e Projetos
Além das atividades desenvolvidas sob a orientação
de seus órgãos auxiliares, a Pró-Reitoria
de Extensão e Assuntos Comunitários promove
ações sob a forma de programas e projetos
de extensão universitária.
1. PROGRAMA DE PESQUISAS
EM EXTENSÃO COMUNITÁRIA
Para estimular o surgimento de novos projetos de extensão
comunitária no contexto da atividade acadêmica,
foi instituído, por iniciativa da Preac, um programa
específico cujo primeiro edital foi lançado
em 2007, no valor de R$ 150 mil. Em 2008 lançou-se
o segundo edital, no valor de R$ 250 mil. Os projetos deveriam
privilegiar segmentos da população de baixa
renda ou grupos específicos (minorias, comunidades
étnicas, portadores de necessidades especiais, faixas
etárias etc), visando promover ação
de natureza social, artística, cultural, desportiva
ou educativa. São exigências do programa que
a ação de extensão comunitária
“deve estar diretamente vinculada a uma atividade
acadêmica regular de ensino e/ou de pesquisa, deve
ser dirigida por um docente da Unicamp, deve contar necessariamente
com a participação de alunos regularmente
matriculados na Universidade e deve promover a troca mútua
de conhecimentos e de experiências entre os acadêmicos
participantes do projeto e as pessoas da comunidade atendida”.
No primeiro ano foram aprovados 22 dos 44 projetos apresentados
e, no segundo, dos 56 projetos apresentados foram aprovados
30.
2. SOS AÇÃO
MULHER E FAMÍLIA
Serviço oferecido pela Unicamp e destinado ao desenvolvimento
da mulher e da família, prevenindo e atuando em situações
de violência intrafamiliar, estimulando o exercício
da cidadania e, ao mesmo tempo, gerando pesquisa e conhecimento.
O serviço realizou, no quadriênio, 26.167 atendimentos
a mulheres e grupos familiares, dos quais mais de 75% concentraram-se
no projeto de capacitação feminina (63%),
jurídicos individuais e de casal (8%) e psicológicos
individuais e de casal (5,4%). A capacitação
feminina consiste na realização de cursos
que possibilitam a iniciação profissional
das mulheres, facilitando o processo de autonomia e oferecendo,
também, espaço de convivência e reflexão
sobre o exercício da cidadania e sobre os direitos
humanos.
3. PROGRAMA DE GESTÃO
ESTRATÉGICA EM POLÍTICAS PÚBLICAS
O PGEP foi criado junto à Preac em 2006 a partir
da experiência docente, de pesquisa e extensão
acumulada por diversas equipes de professores e alunos da
Unicamp, em especial do Grupo de Análise de Políticas
de Inovação (Gapi), vinculado ao Departamento
de Política Científica e Tecnológica
(DPCT) do Instituto de Geociências.
O objetivo do PGEP é
desenvolver ações de extensão universitária
(cursos, pesquisas, consultoria) que contribuam para a melhoria
da gestão pública brasileira nos níveis
federal, estadual e municipal através da capacitação
de seus dirigentes. Desde seu início até o
final do ano de 2008, os cursos do PGEP formaram 535 alunos
em 14 cursos ministrados para dirigentes da administração
pública em parcerias com 31 municípios paulistas:
Americana, Amparo, Atibaia, Botucatu, Bragança Paulista,
Campinas, Campo Limpo Paulista, Cordeirópolis, Guarulhos,
Hortolândia, Indaiatuba, Itapira, Jacareí,
Jales, Jarinu, Jundiaí, Limeira, Mogi das Cruzes,
Mogi Mirim, Paulínia, Piracicaba, Rio Claro, Salto,
São José dos Campos, São Paulo, Sousas,
Sumaré, Suzano, Valinhos, Várzea Paulista
e Vinhedo.
4. PROGRAMA DE ALFABETIZAÇÃO
SOLIDÁRIA
Trata-se de um programa do governo federal que alcança
todo o território nacional e até mesmo outros
países (Cabo Verde, no caso da Unicamp). Seu objetivo
é diminuir o índice de analfabetismo nas regiões
assistidas. No quadriênio 2005-2009, a Unicamp coordenou
ações em municípios de Alagoas e Tocantins.
As atividades desenvolvidas envolveram a formação
de professores alfabetizadores, o acompanhamento e a avaliação
dos cursos, a seleção e a elaboração
de material didático, a coleta de dados para pesquisas,
a elaboração de relatórios, a seleção
de alfabetizadores para módulos futuros e o cadastramento
dos alunos que constituirão as novas turmas.
Vários municípios
foram atendidos pelos programas coordenados pela Unicamp:
em Alagoas, Canapi, Traipu, Olho d’Água das
Flores e Carneiros, projetos encerrados no final de 2007;
Trairi (CE), Campinas (SP), Inhapi (AL) e Olho D’Água
do Casado (AL), além da República do Cabo
Verde. Em 2008, além da continuação
dos trabalhos nestes municípios, a Unicamp assumiu
os municípios de Lajeado, Tocantínia e Miracema,
todos no Tocantins, dentro de um projeto de parceria com
a empresa Investco, responsável pela hidroelétrica
de Lajeado.
Além desse trabalho,
a Unicamp está participando como convidada da implementação
do recém-criado programa Telesol, que tem por objetivo
o letramento de pessoas não escolarizadas com o apoio
de novas tecnologias. Quantitativamente, a participação
da Unicamp pode ser resumida num total de 3.203 alunos alfabetizados
e 86 professores formados para serem alfabetizadores.
5. PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO
DE PESCADORES ARTESANAIS
O Programa de Capacitação de Pescadores Artesanais
para o Manejo da Pesca (Capesca), vinculado à Preac,
foi concebido e instalado a partir de 2006 para criar possibilidades
de manejo pesqueiro através da interação
entre conhecimento científico e conhecimento local
sobre espécies de peixes, biologia e ecologia de
peixes, áreas de pesca, dentre outros. Essa interação,
ao abrir um diálogo entre ambas as formas de conhecimento,
possibilita o encaminhamento de subsídios e políticas
de manejo da pesca costeira e de água doce.
O programa, coordenado pela
pesquisadora Alpina Begossi, conta com a colaboração
de dez alunos-estagiários de graduação,
mestrado, doutorado e pós-doutorado. Dentre as principais
atividades estão a realização de estudos
sobre etnobiologia e etnoecologia e a realização
de cursos de extensão sobre manejo pesqueiro.
No período de 2006
a dezembro de 2008 foram desenvolvidos os projetos de pesquisa
“Ecologia e Etnoecologia de Lutjanidae”, “Community
based Management and Food Security in Brazil”, em
colaboração com o Natural Resource Institute
da University of Manitoba, Canadá, e “Diagnóstico
Socioambiental de comunidades de pescadores artesanais de
Ilha Grande e Paraty”, projeto realizado em parceria
com Instituto BioAtlântica”. Os três projetos
obtiveram recursos de diversas fontes.
O programa publicou um livro
e 11 artigos em periódicos especializadas, realizou
um curso de extensão sobre manejo pesqueiro e organizou
o XVth International Meeting of the Society for Human Ecology
de 4 a 7 de outubro de 2007, no Rio de Janeiro.
6. PROGRAMA CAFÉ
CULTURA SANTA LUZIA
O Café Cultura Santa Luzia é um projeto de
extensão apoiado pela Preac, sob a responsabilidade
do professor Paulo Maria Ferreira de Araújo, do Instituto
de Biologia da Unicamp, em parceria com a Universidade Federal
da Paraíba, a prefeitura de Santa Luzia (PB) e a
comunidade local. O projeto visa a inclusão social
e a promoção da cidadania através de
um Núcleo de Estudos Educacionais para a Cidadania,
para elevar o município de Santa Luzia ao patamar
de uma comunidade saudável em conformidade com os
preceitos da Organização Mundial de Saúde.
B – SERVIÇOS DE SAÚDE
Através de suas unidades
de atendimento, ensino e pesquisa na área da saúde
– o Hospital das Clínicas, o Centro de Atenção
Integral à Saúde da Mulher (Caism), o Hospital
Estadual de Sumaré, o Gastrocentro e o Hemocentro
– a Unicamp consolidou ao longo do período
sua condição de centro de referência
hospitalar e de saúde na região de Campinas
e no interior do Estado. Cobrindo uma área de 90
municípios e uma população superior
a cinco milhões de habitantes, as unidades de saúde
da Universidade disponibilizaram em média 778 leitos
que propiciaram, no quadriênio, a realização
de aproximadamente 141 mil internações. Conjuntamente,
realizaram cerca de 1,8 milhão de consultas, 106
mil cirurgias, 20 mil partos, 10,5 milhões de exames
laboratoriais e quase 300 transplantes de córnea,
medula óssea, rim e fígado. Ressalte-se que,
em 2008, a Unicamp superou a marca dos quatro mil transplantes
realizados.
Hospital de Clínicas
O Hospital de Clínicas da Unicamp vem melhorando
ano a ano sua estratégia de funcionamento. Avanço
importante foi a conclusão e implantação
de seu novo regimento, que proporcionou a criação
do Conselho Superior e do Conselho Executivo do Hospital.
Os sete objetivos estratégicos do Planejamento Estratégico
do HC de 2003 persistem como diretrizes para o desenvolvimento
de ações atuais e projeções
futuras, que são acompanhadas e revisadas sistematicamente
através da elaboração de planos de
metas anuais.
Em 2007 o HC passou a fazer parte da Rede Universitária
de Telemedicina (Rute), uma iniciativa do Ministério
de Ciência e Tecnologia que visa apoiar o aprimoramento
da infraestrutura para telemedicina entre os hospitais universitários,
com a finalidade de promover a integração
de projetos de telessaúde.
Com o objetivo de colocar
em prática as propostas de melhoria e manutenção
do hospital apontadas pela Vigilância Sanitária
Municipal, o HC criou o grupo de trabalho VISA HC, que até
dezembro de 2007 obteve como resultado 73% das não-conformidades
sanadas referentes a procedimentos, 72% em relação
à limpeza e 47% de estrutura. O Programa Educativo
de Vigilância Sanitária treinou 600 profissionais,
inclusive plantonistas e docentes da FCM para a manutenção
das melhorias sanadas.
Várias outras ações
de educação e capacitação profissional
vêm sendo realizadas nos eixos gestão (Gestão
por Processos, Programa de Desenvolvimento Gerencial e Gestão
Hospitalar, com 195 profissionais), técnico (VISA,
VRE e NR32, com 1.084 profissionais), Políticas SUS
(Sistema Único de Saúde) com 30 profissionais
e Telessaúde (promovido pela Anvisa–Hospitais
Sentinela) com 44 profissionais do HC, em videoconferência
com aproximadamente 2.500 profissionais do Brasil. Todos
esses cursos vêm resultando na implantação
de projetos de melhorias significativas e duradouras nas
práticas do hospital.
Em 2006 o HC fechou acordo
com a Secretaria da Saúde do Estado de São
Paulo e com o Ministério da Saúde para a ampliação
de cirurgias cardíacas e vasculares no hospital.
O projeto aumentou o número de procedimentos que
podem ser realizados no HC para pacientes de toda a região.
Em 2006, o HC atingiu a marca de 500 cirurgias bariátricas
realizadas desde 1998, quando foi criado o ambulatório
da área.
A transferência das
consultas ginecológicas para o Centro de Atenção
Integral à Saúde da Mulher (Caism) proporcionou
a reforma e ampliação do ambulatório
do Serviço de Oncologia Clínica, que passou
de 220 m2 para 440 m2, o mesmo acontecendo com o ambulatório
de otorrinolaringologia, que inaugurou com oito novas salas
o Serviço de Otologia. A reforma e ampliação
de ambas as obras aconteceram com recursos da Universidade
e de parceiros sociais do hospital. Também foram
reformados os ambulatórios de Psiquiatria, Ortopedia
e Hemodiálise. Foi substituída parte da rede
hidráulica e elétrica das enfermarias, bem
como concluída a reforma da UTI Pediátrica
e da enfermaria de Nefrologia, que servirá de modelo
para as outras enfermarias. Em dezembro de 2007, foram iniciadas
as atividades do Hospital-Dia, antes realizadas na enfermaria
do sexto andar do HC, com a inauguração do
prédio de 1.520m2 .
Setores importantes no hospital,
como a UTI-Adulto, complexo cirúrgico, imagem e radioterapia
receberam investimentos dos governos federal, estadual e
de parceria social que viabilizaram reformas e a aquisição
de equipamentos e materiais de alta tecnologia, tais como
um tomógrafo multislice de 64 canais com recursos
da Secretaria de Estado da Saúde, além de
sistema computadorizado de planejamento tridimensional em
radioterapia, ultrassons, entre outros. Também foram
substituídos os cinco elevadores e mais de sete mil
luminárias com economia de 3.000 MWh por ano –
quantidade de energia elétrica suficiente para abastecer
19.500 residências durante um mês – graças
a parceria com a concessionária Elektro, além
da troca de parte do sistema de aterramento da rede elétrica
do hospital.
Centro de Atenção
Integral à Saúde da Mulher
Uma das conquistas do Caism no quadriênio foi a criação
de seu Banco de Leite Humano, inaugurado em 17 de novembro
de 2005 com o objetivo de melhorar o acolhimento da nutriz
atendida na neonatologia, incrementar o apoio e promoção
do aleitamento materno, favorecer a amamentação
exclusiva ao seio na alta hospitalar e aperfeiçoar
as condições de manipulação
do leite materno e, desta forma, fornecer ao recém-nascido
internado na Neonatologia um leite adequado do ponto de
vista nutricional e seguro do ponto de vista microbiológico.
Em agosto de 2006 inaugurou-se
o prédio Humanitas, Bloco H, com 2.642 metros quadrados
distribuídos em seis andares, com o objetivo de dar
continuidade às ações de humanização
do hospital oferecendo melhores acomodações,
com quartos, banheiros e corredores amplos, cadeiras de
acompanhantes, paredes com cores terapêuticas e iluminação
natural compondo um ambiente acolhedor.
Foi também criado
o Núcleo Técnico de Gestão por Processo,
tendo como principal objetivo buscar a sistematização
e organização dos processos de trabalho visando
à melhoria na assistência prestada e à
segurança nas ações para o paciente
e para os profissionais que atuam neste serviço.
Nesse contexto fizeram-se as descrições e
adequações dos processos de trabalho em todo
o hospital, segundo a norma regimental que trata da saúde
e segurança no trabalho em estabelecimentos de saúde.
Com uma gestão programática
da tecnologia da informação e comunicação
(TIC), consolidou-se uma política institucional que
visa assegurar que toda informação fique disponível
operacionalmente, facilitando-se o acesso às etapas
de consulta, estudos, pesquisa, elaboração
de estatísticas e faturamento, graças a um
sistema totalmente informatizado e descentralizado.
Em setembro de 2005 o Caism
oficializou a criação do Núcleo de
Voluntariado externo do hospital, que tem como finalidade
criar condições para o envolvimento da comunidade
nas atividades relacionadas ao funcionamento hospitalar
e ao atendimento das usuárias.
Em abril de 2007 implantou-se
a Central de Atendimento do Serviço Social com o
intuito de reorganizar a atuação do Serviço
Social no Caism, implantar o programa de documentação
para benefícios sociais, o Programa Sala-de-Espera
e o programa de atendimento às demandas espontâneas.
Desde então, a Central instituiu-se como um espaço
de referência do atendimento aos usuários e
de garantia da legitimidade das ações do Serviço
Social no hospital.
Hospital Estadual
de Sumaré
Um dos maiores destaques do Hospital Estadual de Sumaré,
que desde o ano 2000 é administrado pela Unicamp,
foi a conquista, em julho de 2006, do nível mais
importante da certificação de Acreditação
Hospitalar – a Acreditação com Excelência
Nível 3 –, consagrando-o como um dos três
melhores hospitais públicos do país, segundo
classificação da ONA (Organização
Nacional de Acreditação), órgão
credenciado pelo Ministério da Saúde. Na época,
apenas oito hospitais no Brasil, cinco dos quais privados,
detinham essa acreditação.
Para manter esse padrão
de qualidade, o hospital vem investindo em aparelhos de
última geração para proporcionar conforto
e segurança tanto ao paciente quanto aos próprios
profissionais médicos. Isso permitiu que em 2005
o HES se tornasse o primeiro hospital no Estado e uns dos
poucos no país a realizar neurocirurgias para extração
de tumores cerebrais com pacientes acordados, tendo realizado
até hoje oito procedimentos. Também em 2005
o HES foi o primeiro hospital público do Estado a
implantar um moderno sistema informatizado de gestão
hospitalar, o MV 2000i, que administra as informações
clínico-assistenciais, administrativas e financeiras
geradas em todos os setores do hospital, inclusive com um
módulo exclusivo de prontuário eletrônico
do paciente.
Em 2006 o HES foi o terceiro
hospital público do Estado e o único na região
a implantar o sistema digital PACS (Picture Archiving and
Communications System). O sistema, implantado com investimento
de R$ 1,5 milhão, possibilita, mediante softwares
específicos, capturar, armazenar e distribuir imagens
digitais em alta resolução de raios-x, tomografias,
ultrassons, endoscopia e ecocardiogramas, gerando redução
de custos com filmes, otimizando o fluxo de trabalho e permitindo
um diagnóstico rápido e preciso de qualquer
área do hospital.
Outro destaque foi a construção
da nova UTI pediátrica com seis leitos, sendo um
de isolamento com pressão negativa. Também
foi entregue a nova área de Ensino e Pesquisa e o
Pólo de Capacitação, com 1.800 m2,
incluindo salas de aula, anfiteatro e biblioteca. A nova
área de Ensino e Pesquisa e o Pólo de Capacitação
atendem requisitos exigidos para um hospital de ensino.
O investimento foi de R$ 1,3 milhão, custeado pelos
ministérios da Saúde e da Educação
e pela Secretaria da Saúde do Estado.
Em 2008 o HES deu mais um
passo na modernização de seu parque tecnológico.
O hospital adquiriu para seu Centro de Diagnóstico
o mais moderno equipamento de tomografia computadorizada
com 64 imagens por ciclo (Multislice). O equipamento, que
custou R$ 1,6 milhão, foi o primeiro do interior
do Estado a ser instalado em um hospital público.
Esse tipo de tomógrafo representa o mais recente
avanço na área da medicina diagnóstica
e revolucionou o modo como inúmeras doenças
são abordadas.
No tempo de exame de pulmão
numa tomografia convencional são necessários
cerca de 30 segundos, enquanto que com o MultiSlice 64 canais
o tempo para o mesmo estudo é reduzido para três
segundos. São cerca de 160 cortes de 0,5mm de espessura
em apenas um segundo. O MultiSlice 64 canais permite, por
exemplo, o mapeamento anatômico tridimensional de
várias patologias, como as do tórax, abdome,
pélvis e cardiovasculares, podendo ser utilizada
também para o diagnóstico precoce de algumas
lesões como os tumores de intestino grosso e do pulmão.
Com a incorporação
do MultiSlice Aquilion 64, o HES se torna um dos poucos
hospitais do País dotados de tecnologias de última
geração na área diagnóstica
e de TI como o PACS (Picture Archiving and Communications
Systens) e o Sistema MV 2000i.
Em 2008 também houve
um incremento nas cirurgias cardíacas pediátricas
envolvendo as equipes do HC e do HES. O novo serviço
do Hospital, até então restrito na região
à Unicamp, amplia o atendimento regional e desafoga
o HC. A previsão é realizar 10 cirurgias com
diagnóstico de persistência do canal arterial
(PCA) de moderada repercussão hemodinâmica
por ano.
No final de 2008 o governador
José Serra, o prefeito de Santa Bárbara D’Oeste,
José Maria de Araújo Júnior, o secretário
de Estado da Saúde Luiz Roberto Barradas e o reitor
da Unicamp, José Tadeu Jorge, inauguraram (08/12)
a Unidade de Cirurgia Ambulatorial do Ambulatório
Médico de Especialidades - AME de Santa Bárbara
D’Oeste. A administração da Unidade
é de responsabilidade do Hospital Estadual Sumaré
(HES-Unicamp). Trata-se do primeiro AME Cirúrgico
no interior entregue à população pelo
Governo do Estado. O investimento da Secretaria de Estado
da Saúde em obras e equipamentos foi de cerca de
R$ 7 milhões.
A nova unidade de saúde
começou a funcionar no dia primeiro de dezembro e
terá capacidade de realizar, quando estiver em pleno
funcionamento, cerca de 3.150 atendimentos/mês, cobrindo
uma população de cinco milhões de pessoas.
A unidade dispõe de 1.985 metros quadrados de área
construída e vai realizar cirurgias ambulatoriais
de diversas especialidades para pacientes de 62 municípios.
O hospital também será o primeiro 100% SUS
na região a dispor de um serviço de litotripsia,
que possui um equipamento para fragmentação
de cálculo renal, através de ondas de choque
que explodem a pedra, sendo os fragmentos eliminados através
da urina. O equipamento custou R$ 1,3 milhão.
A Unicamp tem ainda a responsabilidade
de administrar outros quatro AMEs (Rio Claro, Jundiaí,
Piracicaba e Bragança) e um novo Hospital Regional
(Jundiaí).
Hemocentro
O período de 2005 a 2009 foi um marco em termos de
avanço tecnológico, científico, assistencial
e de ensino para o Hemocentro. Embora a manutenção
do equilíbrio financeiro ainda seja um desafio constante
no dia-a-dia da unidade, as realizações foram
muitas. Destacam-se a implantação do Laboratório
de Imunologia Plaquetária, o aumento significativo
da abrangência de distribuição de hemocomponentes,
a automação do Laboratório de Imuno-Hematologia
Eritrocitária, a aquisição de um dos
primeiros equipamentos do país para a análise
de mutações de DNA, a implantação
de técnica de quimioluminescência para a realização
de testes HBSAg e HIV de antígenos e anticorpos,
a aquisição de um separador de células
e de um analisador Facs-Aria por citometria de fluxo (projeto
multiusuário); e ainda a introdução
de técnica SSO por citometria de fluxo para identificação
de HLA classes I e II por biologia molecular, a implantação
do Laboratório de Biologia Molecular de grupo sanguíneo,
a adequação da rotina laboratorial para coleta
e processamento de amostras de doadores voluntários
do Redome (registro de doadores de medula óssea),
a implantação da técnica de Elisa para
detecção de anticorpos do sistema HLA, a implantação
do laboratório de sangue de cordão umbilical,
a renovação dos equipamentos para a quimioterapia
antineoplásica, a renovação dos equipamentos
para o laboratório de HLA, a criação
do Núcleo do Centro de Referência multidisciplinar
para pacientes com hemofilia incluindo ortopedia, fisioterapia,
psicologia e psicopedagogia, e o estabelecimento de parceria
com o Ministério da Saúde para armazenamento
de plasma humano fresco e congelado.
Foram investidos R$ 943,8
mil na melhoria das instalações do Hemocentro.
Para as obras a serem executadas, já com recursos
empenhados, os valores somam R$ 594,7 mil, totalizando no
período investimento em obras de mais de R$ 1,5 milhão.
Quanto à aquisição de equipamentos
para evolução do parque tecnológico,
foram captados e investidos R$ 2,7 milhões.
Foram firmados no período
importantes convênios que permitiram a captação
de um pouco mais de R$ 11 milhões em recursos para
aquisição de equipamentos, estudos clínicos
e prestação de serviços.
No plano da produção acadêmica, o Hemocentro
registra no período 18 dissertações
de mestrado concluídas e oito em andamento, 23 teses
de doutorado concluídas e 18 em andamento, 18 iniciações
científicas, 207 trabalhos publicados em periódicos
internacionais e mais de 400 trabalhos apresentados em congressos.
O padrão científico
do Hemocentro permitiu que fosse captado o montante de R$
5,1 milhões (para mercado nacional) e USD 1,5 milhão
(para mercado internacional) junto à Fapesp, Ministério
da Saúde, CNPq, Secretaria da Saúde do Estado
e entidades privadas.
Outros Serviços
de Saúde
Ao amplo volume de serviços prestados pelas unidades
de saúde já mencionadas devem ser acrescidos
os indicadores de desempenho das seguintes unidades da área:
Centro de Pesquisas em Reabilitação Gabriel
Porto, Gastrocentro, Centro Integrado de Pesquisas Oncohematológicas
na Infância (Cipoi) e a área de atendimento
da Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP).
C
– RELAÇÕES COM OS SETORES PÚBLICO
E PRIVADO
Qualificação
de Gestores da Rede Pública do Estado
Em parceria com a Secretaria de Educação do
Estado, a Unicamp implementou e realizou um curso de pós-graduação
em Gestão Educacional, através de sua Faculdade
de Educação, para 6.021 gestores da rede pública
de São Paulo – diretores, coordenadores, supervisores
e dirigentes regionais de ensino. Desses, 4,2 mil foram
aprovados e diplomados em março de 2007. O curso,
iniciado em novembro de 2005 e com duração
de 16 meses, teve carga de 360 horas-aulas e incluiu aulas
presenciais e por teleconferência a 89 diretorias
regionais de ensino. Na organização e ministração
do curso estiveram envolvidas cerca de 300 pessoas, entre
professores, alunos de pós-graduação
e técnicos do Centro de Computação
da Universidade. O curso é pioneiro no país.
Apoio às Políticas
Públicas dos Municípios
1. INOVA NOS MUNICÍPIOS
Desde 2002 a Unicamp, através de sua Agência
de Inovação, tem promovido um fórum
periódico de debates – o evento Inova nos Municípios
– cujo propósito é oferecer idéias
que auxiliem na estruturação de políticas
públicas nas áreas de cultura, educação,
meio ambiente e instrumentos para administração
pública. Ao mesmo tempo, a Unicamp se coloca à
disposição das prefeituras para a implementação
dessas políticas. O projeto articula parcerias com
cidades a partir de pesquisas realizadas na Universidade.(leia
mais a respeito no Capítulo II - Pesquisa).
2. APOIO TÉCNICO
A MUNICÍPIOS E AO SETOR PÚBLICO
Por solicitação do governo do Estado, a Unicamp,
através de seu Centro de Pesquisas Meteorológicas
e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri)
iniciou a organização de um sistema de planejamento
e monitoramento agrícola para 34 municípios
com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH),
com o objetivo de melhorar seu desempenho por meio de práticas
mais adequadas e da substituição de culturas
tradicionais por opcionais. No início de 2006, a
Unicamp firmou também convênio de cooperação
técnico-administrativa com a Fazenda Pública
de Campinas visando melhorar sua eficiência no fluxo
de processos mediante a capacitação de escreventes,
escrivães e chefias daquela unidade. Destaque também
para a assinatura de convênio com o Comando do Exército
Brasileiro, através de seu Departamento de Ciência
e Tecnologia, para o desenvolvimento de estudos de prospecção
sobre o potencial de mercado de tecnologia da informação
na região de Campinas.
3. AÇÃO FORMATIVA JUNTO AOS MUNICÍPIOS
A exemplo de outras ações levadas à
prática pela Unicamp junto aos municípios
– como a qualificação dos gestores de
escolas públicas do Estado, o Núcleo de Estudos
de Políticas Públicas (Nepp) e o Centro de
Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho (Cesit), em
parceria com a Rede Nacional de Capacitação
Descentralizada do Ministério do Desenvolvimento
Social e Combate à Fome, realizaram um curso de capacitação
de gestores da assistência social que envolveu 35
municípios.
4. ESTUDO DE VIABILIDADE
DO PARQUE TECNOLÓGICO DE CAMPINAS
Através de seu Núcleo de Economia Social,
Urbana e Regional (Nesur), do Instituto de Economia e da
Agência de Inovação (Inova), em parceria
com a Prefeitura de Campinas, a Unicamp concluiu um estudo
de viabilidade de implantação do Parque Científico
e Tecnológico de Campinas no Polo II de Alta Tecnologia,
área destinada à implantação
de empresas de base tecnológica através de
lei municipal. Ao mesmo tempo, iniciou o cadastramento das
empresas interessadas em agregar-se ao projeto do Parque.
O novo parque compreende uma área prevista de oito
milhões de metros quadrados onde já estão
localizados o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações
(CPqD) e o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron
(LNLS) – compreendendo um perímetro que limita
com a Unicamp, a PUC-Campinas e a rodovia Campinas-Mogi
Mirim. O projeto do Parque está inserido no programa
de parques tecnológicos do governo do Estado, que
inclui, além de Campinas, as cidades de São
Carlos, São José dos Campos, Ribeirão
Preto e São Paulo.
Novas Parcerias Estratégicas
Dentro de sua filosofia de aproximação qualificada
com o empresariado e com o setor público para a realização
de parcerias estratégicas, a Unicamp deu ênfase
em 2006 a um importante programa que visa identificar áreas
de interesse comum com diferentes organizações.
Dentre os esforços realizados nesse sentido, destaca-se
a parceria firmada com a Petrobras para projetos de pesquisa
e desenvolvimento, mediante a qual a Universidade se envolveu
em 19 das 38 redes temáticas definidas pela empresa
para incrementar sua atuação nos segmentos
de petróleo, gás e energia.