II
— PESQUISA, DESENVOLVIMENTO E INOVAÇÃO
Com 97% de seu quadro docente
com titulação mínima de doutor e 86%
atuando em regime de dedicação exclusiva,
a Unicamp seguiu sendo a universidade brasileira com maior
número de trabalhos científicos per capita.
Ao mesmo tempo, a Unicamp consolidou sua liderança
no ranking de produção e licenciamento de
patentes e ampliou seu programa de inovação
e parcerias estratégicas.
No quadriênio, além
de manter os programas e ações já existentes,
a Pró-Reitoria de Pesquisa criou uma série
de medidas facilitadoras da pesquisa, como, por exemplo,
a Unidade de Apoio ao Pesquisador, o Espaço da Escrita
e outras. Também no período a Comissão
Central de Pesquisa, criada em 2003, recebeu uma série
de novas atribuições visando acompanhar, avaliar
e incentivar ações que promovam o desenvolvimento
das atividades de investigação científica.
A qualidade e a densidade
da pesquisa da Unicamp muito contribuíram para a
boa classificação da Universidade –
entre a 201ª e a 302ª posição –
num universo de mais de quatro mil instituições
de ensino superior em todo o mundo avaliadas pela Universidade
Jiao Tong de Xangai, China, para o seu ranking de 2008.
Em 2007, a Unicamp já havia sido colocada entre as
melhores do mundo pelo ranking do Times Supplement, de Londres.
Evolução
da Produção Científica
Tomando-se por base levantamentos do Institute for Scientific
Information (ISI), dos Estados Unidos, que monitora dez
mil revistas internacionais especializadas, a produção
científica da Unicamp manteve em 2005-2008 a tendência
de crescimento contínuo experimentada desde 2002.
Em relação a 1989, ano da conquista da autonomia,
a comparação mostra um crescimento notável
de produtividade – de 0,2 para 1,6 artigo per capita
por ano – sobretudo quando se considera que o corpo
docente da Unicamp experimentou, nas últimas duas
décadas, uma redução de 2.103 docentes
para aproximadamente 1.740.
A tabela abaixo mostra que
esse aumento de produtividade se dá em todos os indicadores
da produção acadêmica.
Recursos Contratados
e Investimento Próprio
A tabela a seguir mostra a evolução dos valores
contratados na Unicamp em atividades de pesquisa pelas principais
fontes de financiamento nos últimos sete anos. Destaque
para o expressivo valor dos financiamentos concedidos pela
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado
de São Paulo (Fapesp).
Além dos financiamentos externos, a própria
Unicamp investe em pesquisa, ainda que de forma complementar,
através de seu Fundo de Apoio ao Ensino, Pesquisa
e Extensão (Faepex), gerido pela Pró-Reitoria
de Pesquisa. Em 2005 foi criada, no âmbito desse fundo,
uma nova forma de apoio às atividades de ensino,
baseada em editais periódicos. Foram divulgados até
aqui sete editais, sendo apoiadas 58 propostas das unidades
e aplicados recursos de R$ 3.543.442,00.
Outras linhas de financiamento
foram estimuladas com um conjunto de editais no quadriênio.
O programa denominado Faepex/Novos Temáticos da Fapesp
proporcionou o apoio para um total de 17 projetos novos.
Docentes recém-contratados e com projetos de pesquisa
submetidos às agências de fomento têm
sido contemplados com até R$ 12 mil pelo Programa
de Auxílio à Pesquisa para Docentes em Início
de Carreira. Finalmente, o Programa de Recém-Doutores
na Unicamp, visando atrair jovens talentos, foi aprovado
e apoiado pela Comissão de Planejamento Estratégico
e Institucional (Copei), tendo 23 pesquisadores contemplados
até abril de 2009. A tabela abaixo mostra que os
programas do Faepex representaram um investimento de aproximadamente
R$ 14,5 milhões no período 2005-2008.
Criação
da Comissão Central de Pesquisa
Instituída em 2003, a Comissão Central de
Pesquisa (CCP) recebeu em 2005 uma série de novas
atribuições visando acompanhar, avaliar e
incentivar ações que promovam o desenvolvimento
das atividades de pesquisa realizadas na Universidade. Dentre
as novas atribuições, destacam-se as seguintes:
a) Avaliação
das questões relativas à carreira de pesquisador,
estabelecida pela Deliberação CAD-A-02/05.
Atendendo a essa portaria, todos os centros e núcleos
elaboraram novos perfis acadêmicos para a carreira,
que estão sob análise da CCP.
b) Em decorrência da
nova redação dada, em 2006, à resolução
que trata de convênios e contratos, a CCP foi incumbida
de se manifestar sobre os casos que envolvam atividades
de pesquisa.
Dentre as atividades de incentivo,
promoção e divulgação do conhecimento,
a CCP tem sido a responsável por acompanhar e introduzir
mudanças relativas ao Programa de Iniciação
Científica da Unicamp. As atividades do programa
são constituídas por avaliação
dos pedidos de bolsas de iniciação científica,
distribuição e acompanhamento das mesmas,
envolvendo um número significativo de assessores
internos e externos à Universidade.
Neste programa está
prevista a realização do Congresso Interno
de Iniciação Científica, cuja organização
e realização são de responsabilidade
da Pró-Reitoria de Pesquisa. No período 2005-2009,
as bolsas do CNPq-Pibic e SAE resultaram na análise
de 5.033 projetos e na concessão de 3.115 bolsas.
Um aspecto que chama a atenção é o
esforço do corpo de assessores na realização
das avaliações dos pedidos de bolsa, com uma
média de 2.600 pareceres por ano.
A Câmara de Administração
da Unicamp aprovou e o Conselho Universitário homologou,
como forma de reconhecimento e valorização
à capacidade dos pesquisadores da Unicamp em obter
recursos junto aos diversos programas de auxílio
à pesquisa, o valor de R$ 3,1 milhão como
contrapartida institucional. Isto equivale a 5,29% do valor
total obtido junto à Fapesp em 2007. Foram contemplados
364 docentes e pesquisadores das diversas unidades de ensino
e pesquisa, centros e núcleos.
Investimentos em
Laboratórios de Pesquisa
Foram feitos investimentos na construção ou
remodelação física de diversos laboratórios
de pesquisa ou de ensino, entre os quais se destacam as
novas instalações do Laboratório de
Genômica e Proteômica, no Instituto de Biologia,
reforçando as pesquisas de sequenciamento e de formação
de bibliotecas genômicas, desenvolvimento de chips
de DNA e de trabalhos com expressão gênica,
regulação gênica e genômica estrutural;
a construção dos laboratórios de Telecomunicações
e Microbiologia e a reestruturação dos laboratórios
de Construção Civil, Solos e Geologia do Centro
Superior de Educação Tecnológica (Ceset),
unidade localizada em Limeira; a inauguração
de um laboratório voltado para o desenvolvimento
de atividades de pesquisa em epidemiologia e fisiologia
matemática, o Lab-Epifisma, no Instituto de Matemática,
Estatística e Computação Científica;
a inauguração do novo parque computacional
do Centro Nacional de Processamento de Alto Desempenho em
São Paulo (Cenapad-SP), órgão ligado
à Pró-Reitoria de Pesquisa da Unicamp e um
dos sete centros nacionais de processamento de alto desempenho
do Sistema Nacional de Processamento de Alto Desempenho
(Sinapad), do Ministério da Ciência e Tecnologia
(MCT); a inauguração do Laboratório
de Processos Térmicos em Engenharia Ambiental na
Faculdade de Engenharia Mecânica; a instalação
de oito laboratórios de ensino no Instituto de Química
em edifício construído para essa finalidade,
além de salas de apoio para aulas de laboratório
e salas de equipamentos científicos; a instalação
do Laboratório Analítico de Espectroscopia
de Massa com Ionização por Plasma, no Instituto
de Geociências.
Devem ser também destacados,
além da construção de novas instalações
no Instituto de Química, que permitiram a duplicação
do espaço físico da Biblioteca da unidade,
a implantação de três novos laboratórios
no Centro Superior de Educação Tecnológica
(Ceset), em Limeira, que beneficiou aos alunos dos cursos
de Saneamento e Construção Civil; a entrada
em atividade da nova Clínica Odontológica
da Faculdade de Odontologia de Piracicaba, com a incorporação
de novos equipamentos; a criação da segunda
Estação Meteorológica do Centro de
Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas
à Agricultura (Cepagri), no Parque Valença,
em Campinas, projeto realizado em parceria com a Defesa
Civil e a Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento
(Sanasa) e que já cumpre seu objetivo de ampliar
o sistema de alerta da Defesa Civil de Campinas; e a inauguração
do Laboratório de Geoquímica no Instituto
de Química, em parceria com a Petrobras, para o estudo
de reservas de óleo biodegradável.
Liderança
no Ranking Nacional de Patentes
A Unicamp consolidou sua posição de instituição
brasileira com maior número de patentes. No período
entre 2005 e outubro de 2008, realizou-se o depósito
de 211 tecnologias, totalizando 526 em seu banco de patentes.
No mesmo período foram depositados internacionalmente
27 pedidos via PCT (Tratado de Cooperação
em Matéria de Patentes) e seus desdobramentos e/ou
fase nacional direta. Através de sua Agência
de Inovação (Inova), a Unicamp deu sequência
ao esforço para o licenciamento e repasse à
indústria de grande volume de tecnologias da Universidade.
Nos últimos quatro anos, a Unicamp celebrou 26 novos
contratos de licenciamentos de tecnologias, envolvendo 23
patentes. Em outubro de 2008 havia 31 contratos de licenciamento
de tecnologias vigentes e haviam sido assinados 21 convênios
e termos aditivos.
Inovação
e Parcerias Estratégicas
Lançada em maio de 2003, a Agência de Inovação
da Unicamp (Inova) – primeira do gênero no país
– nasceu para ser uma porta de entrada para as demandas
tecnológicas e de serviços do empresariado
e do setor público, com ênfase para as chamadas
parcerias estratégicas. O objetivo é estabelecer
redes de cooperação com a sociedade, capazes
de incrementar as atividades de ensino e pesquisa no interior
da Universidade, além de estimular e orientar o registro
de patentes por pesquisadores da Unicamp, ampliando assim
a liderança da Universidade nessa área.
O crescente volume de acordos
firmados com empresas privadas e públicas nos últimos
anos levou a Organização das Nações
Unidas a mencionar a Agência de Inovação
em seu relatório anual, no capítulo “Innovation:
Applying Knowledge in Development (Millenium Project)”,
como um modelo a ser seguido. Dentro de sua filosofia de
aproximação qualificada com o empresariado
e com o setor público para a realização
de parcerias estratégicas, a Unicamp deu ênfase
a um importante programa que visa identificar áreas
de interesse comum com diferentes organizações.
Dentre os esforços
realizados nesse sentido, destacam-se parcerias e licenciamento
de tecnologias estabelecidos com empresas em diversos setores,
tais como farmacêuticas; empresas de petróleo,
gás e energia; biocombustíveis; automobilísticas
e autopeças; além de diversos projetos com
o setor público.
1. INOVA NOS MUNICÍPIOS
Em 2007, o Inova nos Municípios apoiou o workshop
“Infovia Municipal: um novo paradigma em comunicações”,
organizado pela Faculdade de Engenharia Elétrica
e de Computação em parceria com a prefeitura
municipal de Pedreira. O evento reuniu cerca de 500 pessoas
de 40 prefeituras do Estado de São Paulo para o lançamento
do projeto da primeira rede comunitária de acesso
aberto desenvolvida no Brasil. Resultado de convênio
de parceria firmado entre a municipalidade de Pedreira e
a Unicamp, a Infovia Municipal é uma rede de comunicação
de dados baseada nos padrões da Internet e implantada
com o objetivo de prover informações e meios
de comunicação eletrônica para os cidadãos
do município de forma universal.
Nesse mesmo ano foram abertas
inscrições de projetos para o Caderno de Propostas
de Projetos de Pesquisa, um dos principais mecanismos usados
pela equipe Inova nos Municípios para fazer contato
com gestores públicos e divulgar projetos da Unicamp
junto a cidades. Professores e pesquisadores de todas as
áreas interessados em estabelecer convênios
com prefeituras puderam cadastrar suas propostas. Foram
recebidas 121 propostas que contemplam temas sobre agronegócio,
cultura, educação, emprego e renda, energia,
esporte, educação, lixo, gestão pública,
meio ambiente, patrimônio histórico, saneamento,
saúde, turismo e tecnologia da informação.
Em 2009 será realizado
um encontro para reunir os novos prefeitos na Universidade,
apresentando esses projetos e distribuindo os Cadernos para
que as propostas sejam divulgadas. A idéia é
aproximar o gestor público da Unicamp, possibilitando
um intercâmbio de informações e conhecimentos,
para que essa interação beneficie a comunidade
por meio desses projetos de pesquisa inovadores desenvolvidos
na Universidade.
Entre os principais resultados
do Inova nos Municípios destacam-se, em 2007 e 2008,
convênios celebrados com as prefeituras de Pedreira,
Salto, Itatiba, Osasco, Santos, Itajaí/SC, além
de assessoria na implantação do Parque Tecnológico
de Limeira junto com a Incubadora da Unicamp (Incamp), renovações
de convênio com a Receita Federal, além de
mais de uma dezena de projetos culturais formulados pela
Universidade – aprovados ou em análise no Ministério
da Cultura – com vistas a obterem os benefícios
fiscais previstos na Lei Federal de Incentivo à Cultura
(Lei Rouanet). Dois desses projetos já resultaram
em contratos de patrocínio.
2. PROJETO InovaNIT
Com a missão de auxiliar na estruturação,
intercâmbio e melhoria contínua da gestão
da inovação em instituições
de ciência e tecnologia, a Inova Unicamp recebeu da
Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) a incumbência
de desenvolver um projeto – o InovaNIT – de
capacitação e cooperação com
os núcleos de inovação tecnológica
existentes no país. O convênio foi firmado
em 2007, com duração de dois anos, e resultou,
até novembro de 2008, em 23 treinamentos de 701 participantes
de 177 instituições. Ao mesmo tempo, o InovaNIT
assumiu o convênio que a Unicamp tem com o Instituto
Nacional de Propriedade Industrial (INPI) e ofereceu um
ciclo completo de treinamentos em propriedade intelectual.
Em paralelo à capacitação, o projeto
também desenvolve atividades de cooperação
e fortalecimento de uma rede entre os Núcleos de
Inovação Tecnológica do país.
Nesse sentido, foi estabelecida uma parceria com o Fórum
Nacional de Gestores de Inovação e Transferência
de Tecnologia (Fortec), entidade que possui 132 associados
de todas as regiões brasileiras.
3. PROPRIEDADE INTELECTUAL:
INSERÇÃO EM DOIS PROJETOS INTERNACIONAIS
Em 2008 a Unicamp passou a integrar – por meio da
Inova e a convite da Universidade de Alicante, Espanha –
a equipe de formulação de dois projetos relacionados
com a gestão da propriedade intelectual, em parceria
com importantes universidades internacionais. O primeiro
é o Projeto IP-UniLink, que visa promover práticas
de gestão da propriedade intelectual (PI) na União
Européia para facilitar articulações
de desenvolvimento de pesquisa e tecnologia com os países
BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) e conexões
universidade-indústria. O outro é o Projeto
PILA Network, que tem o objetivo geral de promover a modernização
e harmonização das práticas de gestão
da propriedade intelectual em sistemas de educação
superior na América Latina com vistas a fortalecer
as colaborações universidade-indústria
(empresas) e contribuir para o desenvolvimento social e
econômico. A Unicamp, como integrante da comissão
de gestão do Projeto PILA Network, será responsável
por sua gestão científica. Nessa condição,
deverá liderar as tarefas científicas e coordenar
a implementação de atividades. O projeto teve
início em 19 de janeiro de 2009 e tem duração
prevista para 36 meses.
4. INCUBADORA DA
UNICAMP: BERÇO DE 27 EMPRESAS
Primeira incubadora de empresas do Estado em uma universidade
pública, a Incamp (Incubadora de Empresas de Base
Tecnológica da Unicamp) encerrou o quadriênio
com 17 empresas graduadas e outras dez em incubação.
A Incamp mantém parceria com o Sebrae Nacional e
o Sebrae São Paulo, que financiam o desenvolvimento
dos empreendimentos. O principal papel da Incamp é
o de proporcionar às incubadas a superação
de suas dificuldades iniciais, oferecendo-lhes consultoria
especializada e acesso à estrutura tecnológica
da Universidade. Em 2008, a Incamp foi considerada a melhor
incubadora da região Sudeste, distinção
atribuída pela Associação Nacional
de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec).
A Incamp também atua no apoio às atividades
de outras incubadoras, tendo mediado convênio entre
a Unicamp e a prefeitura de Limeira para a implantação
do parque tecnológico desse município. É
também incubadora-âncora do cluster de incubadoras
da região de Campinas no contexto do projeto “Inovando
a prospecção e incubação de
EBTs”. Criada em 2001, a Incamp foi incorporada à
Agência de Inovação em 2003.
Criação
do Polo de Pesquisa e Inovação da Unicamp
Em 2008 foi elaborado, no âmbito da Reitoria, um projeto
de criação e implantação do
Polo de Pesquisa e Inovação da Unicamp, com
objetivo geral de ampliar as oportunidades de formação
de alunos, valorizar a pesquisa, criar projetos de empresas
inovadoras e contribuir na produção e transferência
de conhecimentos, tecnologias e inovação aos
setores públicos e privados, na perspectiva de apoiar
o desenvolvimento socioeconômico da região
de Campinas e do Estado de São Paulo.
O projeto define
ainda como objetivos específicos:
I – Ampliar a interação
da Universidade com os demais atores do sistema nacional
de ciência, tecnologia e inovação por
meio da criação de interfaces com a sociedade
que estimulem a emergência de pesquisa colaborativa
e multidisciplinar com organizações públicas
e privadas interessadas no desenvolvimento científico
e tecnológico e na promoção da inovação;
II – auxiliar na promoção da
interação entre a Universidade e organizações
públicas e privadas como forma de ampliação
das oportunidades de formação de alunos, de
valorização da pesquisa e de empreendimentos
nascentes inovadores a partir dos recursos humanos formado
na Universidade;
III – propiciar a emergência de projetos
selecionados e inovadores, a serem desenvolvidos por empresas
brasileiras em parceria com grupos de pesquisa e pesquisadores
de unidades da Unicamp em colaboração com
organizações pública e privadas e que
ofereçam oportunidades de participação,
por meio de bolsas e estágios, a alunos de graduação
e de pós-graduação da Unicamp;
IV – efetivar a infraestrutura adequada para
a residência temporária, em suas instalações,
de projetos inovadores, desenvolvidos em parcerias com organizações
públicas e privadas;
V – apoiar os projetos pré-residentes
selecionados de negócios inovadores.
A Unicamp conta com um conjunto
de estruturas e projetos, incluindo importantes áreas
e grupos de pesquisa, bem como inúmeros projetos
de parcerias na produção de conhecimentos,
tecnologias e inovação em desenvolvimento,
que lhe propicia o alcance destes objetivos. Entretanto,
concluiu-se que é necessário criar novos estímulos
e maior apoio institucional visando não só
a transferência de tecnologia e a colaboração
dos setores públicos e privados, mas também
o aumento de oportunidades de atuação de seus
professores e alunos no campo da ciência, tecnologia
e inovação. É com esta motivação
que o Pólo de Pesquisa e Inovação da
Unicamp foi proposto e será viabilizado, devendo
se tornar um importante mecanismo de indução
do desenvolvimento acadêmico e social.
Forte Expansão
da Biblioteca Digital
Detentora do maior acervo de documentos digitais do país,
a Biblioteca Digital da Unicamp alcançou, no final
de 2008, a marca de 25.166 teses e dissertações
digitalizadas e colocadas à disposição
da sociedade no endereço www.sbu.unicamp.br, o que
representa mais de 84% do total de teses defendidas nos
programas de pós-graduação da Unicamp.
Os 400 mil usuários de todo o mundo cadastrados na
Biblioteca Digital realizaram, até aqui, 3,4 milhões
de downloads de suas teses digitais.
Desempenho dos Núcleos
e Centros Interdisciplinares
As pesquisas interdisciplinares desenvolvidas pelo sistema
de Centros e Núcleos encontraram, no período,
condições propícias para a implementação
ou a continuidade de um expressivo número de projetos
coletivos, em interação com diferentes instituições
acadêmicas ou com órgãos governamentais,
empresas e entidades diversas.
Num quadriênio em que
a maioria dos núcleos e centros completou seu primeiro
quarto de século de existência, e em que sua
coordenadoria, a Cocen, completou seu primeiro decênio
em 2008, o excelente desempenho do conjunto permitiu, talvez
pela primeira vez, uma percepção adequada
de plano sistêmico com indicadores qualitativos e
quantitativos.
No plano qualitativo, estabeleceu-se
uma integração cooperativa com qualidade na
Universidade nas suas várias dimensões, exprimindo
em parte uma realidade já perceptível no período
em questão: o envolvimento dos núcleos e centros
nas atividades de pós-graduação e na
graduação (participação nos
cursos de farmácia e física médica),
e contribuições à reflexão sobre
diversos temas da agenda tanto acadêmica quanto social,
econômica e cultural por meio da organização
de eventos na programação dos Fóruns
Permanentes. Conquistas importante, no período, foram
o aperfeiçoamento do processo de avaliação
dos núcleos e centros – aproveitando-se a rica
experiência acumulada desde 1993 e buscando um aprimoramento
dos indicadores relativos às diferentes dimensões
envolvidas nela – e a consolidação,
em 2006, da carreira de pesquisador.
Os indicadores quantitativos
são ilustrados sinteticamente pelas tabelas a seguir.
Ao longo do quadriênio o sistema realizou convênios
de pesquisa que significaram a captação de
R$ 190,8 milhões para seus projetos de pesquisa,
além de recursos provenientes de anos anteriores,
fruto de convênios ainda vigentes. Isto significa
um salto extraordinário em relação
ao período anterior (2002-2005), quando foram captados
R$ 47,5 milhões.
Importante ressaltar uma
característica própria dos centros e núcleos
de estabelecer colaborações com universidades,
instituições de pesquisa e empresas, tanto
nacionais quanto internacionais. O sistema Cocen celebrou
mais de 500 convênios dessa natureza no quadriênio
2005-2009.
Divulgação
da Ciência a Alunos do Ensino Médio
Criado em 2002, o programa Ciência e Arte nas Férias
tem o objetivo de fomentar o interesse pela ciência
entre estudantes de ensino médio e assim atrair talentos
para os diferentes campos do saber. Por meio de um estágio
na Universidade pelo período de um mês, os
estudantes, orientados por docentes da Unicamp, realizam
atividades científicas, culturais e artísticas
nos laboratórios e outros espaços acadêmicos.
Entre 2005 e 2009 participaram do programa 480 estudantes
de escolas da região de Campinas.
Por iniciativa da Pró-Reitoria
de Pesquisa, que gere o programa, a partir de 2005 o CNPq
e a Fapesp passaram a apoiar o Ciência e Arte nas
Férias mediante concessão de bolsas aos estudantes
e apoio aos docentes para a aquisição de material
de consumo. Em 2006, juntou-se à parceria o sistema
Anglo de cursos pré-vestibulares, no caso com a concessão
de bolsas integrais de estudo para os estudantes do programa.
Em 2008, essa linha de trabalho
foi bastante fortalecida com a formalização
de convênio com o CNPq para o início de um
Programa de Bolsas de Iniciação Júnior
(PICJr), objetivando despertar vocação científica
e incentivar talentos potenciais em estudantes de ensino
fundamental, médio e profissionalizante da rede pública
de ensino,proporcionando a participação dos
alunos em atividades de pesquisas sob orientação
de pesquisador qualificado. A PRP é responsável
por sua operacionalização e em 2008 já
lançou edital que estabelece as especificidades de
sua aplicação, que prevê 150 bolsas
para os alunos do programa.
Medidas Facilitadoras
da Pesquisa
Outras iniciativas da Pró-Reitoria de Pesquisa implantadas
no período, visando facilitar o cotidiano do pesquisador
da Unicamp, merecem ser mencionadas:
a) projeto de criação de
uma rede temática virtual com a finalidade de propiciar
ambiente via Internet capaz de dar visibilidade e expectativas
de interação entre pesquisadores da Unicamp
referentes a linhas temáticas abrangentes;
b) criação do centro-multiusuário
em bioinformática junto ao Cenapad/Unicamp, com o
objetivo de prestar serviços de apoio ao pesquisador;
c) ampliação das atividades
científicas através de parcerias no exterior,
com o objetivo principal de estimular a consolidação
dessas parcerias, prioritariamente em caráter complementar
a projetos já apoiados por outras agências
de fomento.
Criação
do Espaço da Escrita
Implantado em novembro de 2006 e ligado à Coordenadoria
Geral da Universidade, o Espaço da Escrita é
um serviço que visa auxiliar os pesquisadores na
fase de preparação editorial de seus trabalhos
científicos para apresentação em congressos
ou a serem submetidos a periódicos de circulação
internacional. O serviço vai da correção
de textos em inglês ou francês à tradução
de textos em português para o inglês ou o francês
ou vice-versa, oferece ajuda na identificação
das publicações adequadas aos artigos em preparação,
auxilia nos procedimentos de encaminhamento de artigos e
acompanha os trâmites editoriais subsequentes estabelecendo
contatos entre autores, tradutores e editores. Em seus dois
anos de funcionamento, o Espaço da Escrita auxiliou
os professores da Unicamp em mais de 280 trabalhos. A Faculdade
de Engenharia Agrícola, a Faculdade de Engenharia
Civil, Arquitetura e Urbanismo, a Faculdade de Engenharia
Química e a Faculdade de Educação foram
as unidades que mais utilizaram os serviços do escritório.