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Comunidade acadêmica participa
de discussões sobre criação do ProFis
19/4/2010
– Os debates em torno da proposta de implantação
do Programa de Formação Interdisciplinar Superior (ProFis),
que pretende criar 120 novas vagas de graduação na Unicamp,
destinadas aos melhores alunos oriundos das 96 escolas públicas
de ensino médio de Campinas, estão sendo muito profícuos.
A avaliação é do pró-reitor de Graduação da Universidade,
Marcelo Knobel, que visitou dia 19 três unidades de ensino
e pesquisa para apresentar o conceito e as linhas gerais do
projeto a docentes, alunos e funcionários. De acordo com ele,
a participação do público tem sido muito positiva. “Temos
colhido muitas sugestões e críticas construtivas à ideia”,
afirmou.
Knobel esteve no Instituto
de Biologia (IB), Faculdade de Engenharia Química (FEQ) e
Faculdade de Ciências Médicas (FECM). Aos poucos, segundo
ele, o ProFis será apresentado em todas as unidades de ensino
e pesquisa, de modo que a comunidade acadêmica possa se inteirar
dos seus mecanismos e objetivos. Na FCM, o pró-reitor de Graduação
fez questão de assinalar que a proposta do programa ainda
está em aberto. “A intenção de trazer o projeto à discussão
é justamente ouvir o que a comunidade tem a dizer. Estamos
em busca de consenso, e toda contribuição será bem-vinda”,
afirmou.
Knobel disse aos presentes
que o ProFis tem dois eixos importantes. O primeiro refere-se
à oferta de um curso de formação ampla e aprofundada aos 120
melhores alunos egressos das escolas públicas de Campinas.
Após esse período, a proposta é que eles tenham vagas asseguradas
nos cursos tradicionais da Unicamp. A opção pela carreira,
nesse caso, seria feita de acordo com o desempenho acadêmico
de cada um. “A intenção original é usar o resultado do Enem
[Exame Nacional do Ensino Médio, aplicado pelo Ministério
da Educação] para selecionar esses estudantes, mas esta questão
também não está fechada”, informou.
O segundo eixo do ProFis,
acrescentou o pró-reitor, é caracterizado pelo seu caráter
de inclusão social. Knobel lembrou que boa parte dos estudantes
de escolas públicas sequer se inscreve para participar do
vestibular da Universidade, por considerar que não teria condições
de ser aprovada. “Com esse programa, queremos dar oportunidade
para que alguns desses jovens possam vir estudar na Unicamp.
Não pretendemos obviamente resolver o problema da exclusão
social no ensino superior de modo geral, mas queremos apresentar
uma proposta inovadora que contribua para reduzir esses índices.
Esperamos que outras iniciativas do gênero possam ser adotadas
por outras universidades futuramente”.
Caso venha a ser aprovado
nas diversas instâncias da instituição, o ProFis funcionará
como projeto-piloto em um primeiro instante, como esclarece
o pró-reitor de Graduação. A intenção é acompanhar de perto
tanto os estudantes quanto as atividades, de modo a fazer
com que a proposta seja aprimorada e eventualmente ampliada
no futuro. Mesmo sendo um programa relativamente pequeno,
o ProFis deverá produzir um impacto importante na inclusão
desses jovens no ensino superior público de qualidade, como
aponta Knobel. “Se levarmos em consideração que 6 mil estudantes
concluem anualmente o ensino médio na rede estadual de ensino
de Campinas, as 120 vagas que pretendemos oferecer já alcançariam
2% desse contingente, o que é um percentual bastante representativo”,
avaliou o pró-reitor, em recente entrevista do Jornal da Unicamp.
Segundo ele, a expectativa é que o ProFis possa ser implantado
em 2011.
(Manuel
Alves Filho)
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