22/8/2011 –
Dos 104 candidatos que preencheram os formulários
logo na abertura das inscrições para o Vestibular Nacional
Unicamp 2012, na manhã desta segunda-feira, 61 são de escolas
públicas. A informação levada pelo professor Maurício Kleinke,
coordenador-executivo da Comvest, pareceu pautar os discursos
na cerimônia de lançamento do Vestibular, que estimulavam
os estudantes do ensino médio público a aceitar o desafio
de disputar uma vaga. “A Unicamp é possível”, pontuou o
professor Edgar De Decca, coordenador-geral da Universidade,
depois de convidar os jovens para o evento Unicamp de Portas
Abertas (UPA), nos dias 2 e 3 de setembro, quando poderão
conhecer as faculdades e institutos, professores, pesquisadores
e o cotidiano no campus.
As inscrições para o Vestibular 2012
poderão ser feitas até o dia 23 de setembro, exclusivamente
pela internet, em formulário disponível na página da Comissão
Permanente para os Vestibulares. Há um total de 3.444 vagas
em 66 cursos da Unicamp e dois cursos da Famerp (Faculdade
de Medicina e Enfermagem de São José do Rio Preto). A taxa
de inscrição é de R$ 128,00. Na mesma página pode ser consultado
e impresso o Kit do Vestibulando (com o manual e a revista).
A primeira fase acontece no dia 13 de novembro de 2011 e,
a segunda fase, nos dias 15, 16 e 17 de janeiro de 2012.
Na opinião de Edgar De Decca, a Unicamp
vem aprimorando há décadas um modelo de vestibular que se
tornou referência para a própria reestruturação do ensino
de segundo grau. “Nosso Vestibular cumpre um papel que não
é apenas pontual, de seleção de alunos, mas que aponta para
uma transformação do modo de ensinar. As provas não são
feitas de ‘pegadinhas’ e sim inspiradas nos PCNs [Parâmetros
Curriculares Nacionais], na integração de conteúdos e na
multidisciplinaridade, a fim de oferecer a oportunidade
de refletir sobre as respostas às questões propostas”.
Maurício Kleinke, por sua vez, apresentou
uma série histórica do Vestibular demonstrando que a Unicamp
é uma universidade pública de qualidade e inclusiva. “Em
quase todos os anos, o número de inscritos e de matriculados
do ensino médio público são muito próximos, e não é nada
desprezível. Outro dado interessante se refere ao desempenho
dos calouros de 2005, primeiro ano do Programa de Ação Afirmativa
e Inclusão Social: no início, os ingressantes de escolas
públicas apresentam uma nota um pouco abaixo, mas depois
do primeiro semestre passam a ter comportamento comparável
ou melhor do que os demais. Isso mostra que podemos fazer
inclusão social com qualidade e com critérios acadêmicos”.
Outra mensagem dirigida por Edgar
De Decca aos vestibulandos diz respeito à universidade do
século 21, que se pauta na internacionalização e em patamares
de excelência cada vez maiores. “Os ingressantes viverão
uma experiência completamente nova em relação às gerações
anteriores, podendo formar seus currículos e competências
não só nas salas de aulas, mas em oportunidades abertas
para o mundo. Passar neste vestibular significar abrir a
porta para o mundo – a grande diferença oferecida pela universidade
do futuro”.
Algumas mudanças
O professor Marcelo Knobel, pró-reitor
de Graduação, falou sobre a responsabilidade de sempre inovar
e manter o padrão de qualidade do Vestibular Unicamp, um
desafio constante a cada ano. “Esta é uma das maiores operações
realizadas na Universidade e que tem enorme repercussão,
pois envolve a vida de milhares de jovens. No ano passado,
foram 57 mil inscritos, número que deve ser multiplicado
por quatro ou cinco, já que toda a família se mantém unida
em torno do estudante”.
A Comvest manteve o mesmo formato
de provas lançado no ano passado. Na primeira fase, a prova
tem duas partes: a Redação, em que o candidato deve produzir
três textos de gêneros diversos, todos de execução obrigatória;
e a parte de Conhecimentos Gerais, com 48 questões de múltipla
escolha. Na segunda fase, todas as provas são de natureza
discursiva: no dia 15 de janeiro, prova de Língua Portuguesa
e de Literaturas da Língua Portuguesa e prova de Matemática;
no dia 16, prova de Ciências Humanas e Artes e prova de
Língua Inglesa; e no dia 17, prova de Ciências da Natureza.
Segundo o coordenador Maurício Kleinke,
uma das mudanças para o Vestibular 2012 é que a nota da
primeira fase deixa de ser absoluta e passa a ser padronizada.
“Antes, os candidatos precisavam alcançar um percentual
fixo de pontos para termos entre três e oito concorrentes
por vaga. Agora, com a nota padronizada, a média é de 500
pontos e, considerando uma curva de mais 100 pontos, o aluno
precisa conseguir cerca de 550 pontos, ou seja, um pouco
acima da média da primeira fase. O que mudou, portanto,
é que se depende do desempenho coletivo e não mais de um
valor absoluto”.
Uma modificação menor é que deixou
de existir a opção Ciências da Terra, que agrupava os cursos
de Geologia e Geografia (ambos em período integral), sendo
que o candidato deve escolher entre um e outro já na inscrição.
“Foi uma decisão interna do Instituto de Geociências, por
considerar que a divisão definirá melhor o perfil dos alunos”,
justificou Kleinke. Uma última mudança é que as provas deixam
de ser aplicadas nas cidades de Valinhos e Goiânia, por
falta de bons locais e do risco à segurança.
A isenção e o Enem
Os candidatos beneficiados com a
isenção do pagamento da taxa de inscrição não são automaticamente
inscritos no Vestibular. É preciso realizar a inscrição,
no mesmo período dos demais candidatos, utilizando o código
específico de candidato isento, disponível na página da
Comvest. Os pedidos de isenção foram recebidos no mês de
maio, com o benefício concedido a 4.741 candidatos. No período
de 23 a 26 de agosto serão aceitos pedidos de redução de
50% na taxa de inscrição.
A Comvest decidiu que as notas do
Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) só serão utilizadas
para fins de classificação para a segunda fase caso o Ministério
da Educação (MEC) disponibilize o cadastro e as notas relativas
ao exame de 2011 até o dia 30 de novembro; ou para compor
a nota da primeira fase no cálculo da nota final do Vestibular
caso as mesmas informações sejam disponibilizadas até 15
de janeiro de 2012. (Luiz
Sugimoto)