Linha de pesquisa do  IB avalia eficácia
                    de tratamentos de  problemas musculares
                    Estudos em eletromiografia formam pessoal e auxiliam
 
                    em diagnósticos nas áreas médica, odontológica e da fisioterapia
                    MANUEL ALVES FILHO
                      
                       Linha de pesquisa em eletromiografia desenvolvida no  Instituto de Biologia (IB) da Unicamp tem oferecido importantes contribuições a  especialidades da área da saúde, notadamente à fisioterapia, à odontologia e à  medicina. Nos estudos, a técnica tem sido empregada para avaliar a eficácia e  dar sustentação científica a terapias destinadas à superação de problemas de  ordem muscular, como o alongamento miofascial, indicado para corrigir, entre  outras, disfunções decorrentes de lesões e da má postura. “Nos últimos anos,  nossas abordagens têm registrado avanços significativos, tanto do ponto de  vista da geração de conhecimento quanto da formação de recursos humanos  qualificados”, analisa a professora Evanisi Teresa Palomari, coordenadora dos  trabalhos e do Laboratório de Eletromiografia e Controle Motor, ligado ao  Departamento de Anatomia, Biologia Celular e Fisiologia do IB. O laboratório é  financiado e mantido com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de  São Paulo (Fapesp).
Linha de pesquisa em eletromiografia desenvolvida no  Instituto de Biologia (IB) da Unicamp tem oferecido importantes contribuições a  especialidades da área da saúde, notadamente à fisioterapia, à odontologia e à  medicina. Nos estudos, a técnica tem sido empregada para avaliar a eficácia e  dar sustentação científica a terapias destinadas à superação de problemas de  ordem muscular, como o alongamento miofascial, indicado para corrigir, entre  outras, disfunções decorrentes de lesões e da má postura. “Nos últimos anos,  nossas abordagens têm registrado avanços significativos, tanto do ponto de  vista da geração de conhecimento quanto da formação de recursos humanos  qualificados”, analisa a professora Evanisi Teresa Palomari, coordenadora dos  trabalhos e do Laboratório de Eletromiografia e Controle Motor, ligado ao  Departamento de Anatomia, Biologia Celular e Fisiologia do IB. O laboratório é  financiado e mantido com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de  São Paulo (Fapesp).
                     Dito de maneira simplificada, a eletromiografia é um método  de auxílio diagnóstico usado para avaliar a atividade elétrica muscular. A  técnica se assemelha a um exame de eletrocardiograma. Sensores são fixados em  pontos estratégicos do corpo para medir os impulsos elétricos emanados pelo  músculo. As pesquisas nessa área, afirma a professora Evanisi, têm um caráter  marcadamente multidisciplinar. De acordo com ela, nos últimos anos os estudos  têm contado com a participação de especialistas em educação física, medicina,  biologia, odontologia e fisioterapia.
Dito de maneira simplificada, a eletromiografia é um método  de auxílio diagnóstico usado para avaliar a atividade elétrica muscular. A  técnica se assemelha a um exame de eletrocardiograma. Sensores são fixados em  pontos estratégicos do corpo para medir os impulsos elétricos emanados pelo  músculo. As pesquisas nessa área, afirma a professora Evanisi, têm um caráter  marcadamente multidisciplinar. De acordo com ela, nos últimos anos os estudos  têm contado com a participação de especialistas em educação física, medicina,  biologia, odontologia e fisioterapia. 
                    Um dos trabalhos desenvolvidos pela equipe coordenada por  ela analisou a recuperação de mulheres submetidas à mastectomia, cirurgia de  remoção da mama. O objetivo foi verificar como o trapézio, músculo postural,  passou a se comportar depois da intervenção. Outro estudo verificou a ação  muscular de indivíduos tratados com a acupuntura. O trabalho gerou uma  possibilidade inédita de se comprovar, por meio da eletromiografia de  superfície, a ação da técnica oriental sobre o sistema musculoesquelético.  Resultados preliminares de estudos ainda em andamento apontam que será possível  padronizar, em futuro bem próximo, metodologia de investigação que permita uma  avaliação mais rigorosa do efeito desse método de tratamento, assim como  auxiliar a investigar a ação de diferentes estímulos (laser e/ou ultra-som) nos  mesmos pontos utilizados na acupuntura. 
                     Além dessas, duas pesquisas recentes conduzidas pelo grupo,  ambas em nível de mestrado, merecem referência. A primeira, já concluída, é de  autoria da bióloga Flávia Da Ré Guerra. Embora o trabalho não tenha lançado mão  da eletromiografia propriamente dita, os resultados obtidos abrem perspectivas  para o uso da técnica em investigação complementar. Flávia analisou a eficácia  da utilização do laser de baixa potência no tratamento de disfunções da  articulação temporomandibular. “Esse método terapêutico é muito empregado nas  clínicas odontológicas, principalmente para reduzir as dores dos pacientes”,  explica.
Além dessas, duas pesquisas recentes conduzidas pelo grupo,  ambas em nível de mestrado, merecem referência. A primeira, já concluída, é de  autoria da bióloga Flávia Da Ré Guerra. Embora o trabalho não tenha lançado mão  da eletromiografia propriamente dita, os resultados obtidos abrem perspectivas  para o uso da técnica em investigação complementar. Flávia analisou a eficácia  da utilização do laser de baixa potência no tratamento de disfunções da  articulação temporomandibular. “Esse método terapêutico é muito empregado nas  clínicas odontológicas, principalmente para reduzir as dores dos pacientes”,  explica.
                    A bióloga desconfiava que o tratamento, além de aliviar a  dor dos portadores de disfunção temporomandibular (DTM), também agia  diretamente no tecido, contribuindo para a sua reconstituição. Para investigar  se a sua hipótese estava certa, Flávia fez uso de um modelo animal. Por meio da  administração de droga específica, ela provocou alteração no disco articular de  uma espécie de rato. “O modelo que escolhemos é menos traumático que outros  relatados pela literatura, que exigem, entre outras intervenções, a extração de  dentes dos animais”, compara. 
                    Após aplicar o laser de baixa potência nos roedores, a  pesquisadora analisou amostras de tecidos por intermédio de testes histológicos  e bioquímicos. “Dentro do protocolo normalmente utilizado pelas clínicas  odontológicas, foi possível identificar que a aplicação do laser de baixa  potência causou uma resposta positiva por parte dos tecidos. Entretanto,  concluímos que o protocolo comumente utilizado, que é padronizado, talvez não  seja o mais adequado, sendo necessárias, portanto, novas investigações, de  maneira a adequar os protocolos de tratamento que podem ser de grande benefício  para portadores de DTM e outras doenças degenerativas das articulações. Por  conta disso, estamos propondo o estudo de novos protocolos para poder afirmar,  com evidência biológica, qual deles é mais indicado para o tratamento das DTM.  Nessa fase, o uso da eletromiografia será fundamental”, esclarece Flávia.  
                    O segundo trabalho, em fase final de desenvolvimento, é de  autoria do fisioterapeuta Ivan Pires. Ele está usando a eletromiografia para  avaliar a eficiência de uma técnica denominada alongamento miofascial. Esta é  recomendada, por exemplo, para corrigir problemas decorrentes da má postura e  desvios posturais. Nos ensaios clínicos realizados até aqui, relata o  pesquisador, está sendo possível comprovar que esse tipo de abordagem de fato  contribui para o melhor desempenho dos músculos. 
                    Tal resultado, conforme Ivan, é extremamente importante  porque confere dados quantitativos ao emprego do alongamento miofascial. “Até  então, nós tínhamos uma sustentação teórico-literária, bem como uma resposta  qualitativa para o uso dessa técnica. Em outras palavras, nós sabíamos que o  alongamento miofascial trazia benefícios aos pacientes, mas não sabíamos  exatamente qual o nível dessa melhora. Nossa avaliação era baseada apenas na  declaração do paciente. Assim, não tínhamos como saber, por exemplo, se a  evolução poderia estar relacionada com um eventual efeito placebo. Com o uso da  eletromiografia, porém, temos como aferir com precisão qual o progresso  proporcionado pelo tratamento. Penso que a fisioterapia carecia desse tipo de  sustentação científica, desse tipo de evidência biológica”, considera o  mestrando.
                  Segundo o fisioterapeuta, com os resultados obtidos com seu trabalho de  mestrado será possível estabelecer protocolos específicos para o uso do  alongamento miofascial. “Na minha pesquisa, trabalhei apenas com o trapézio. O  passo seguinte será considerar outros músculos, de modo a criar protocolos  diferenciados para cada um deles. Isso deverá conferir ainda mais efetividade  ao uso da técnica, que tem sido prescrita para tratar de disfunções musculares  e alterações posturais. Esses problemas decorrem de diversos fatores, entre os  quais o sedentarismo e alguns tipos de lesões”, detalha.