Estimar
a estatura humana a partir da medição de dentes superiores
em ossadas já é possível com estudo conduzido na Faculdade
de Odontologia de Piracicaba (FOP), pela cirurgiã-dentista
Laíse Nascimento Correia Lima. Na verdade, Laíse testou
um novo denominador no índice de Carrea, recurso já utilizado
para este fim com eficiência, só que como base é feito a
partir das medidas da arcada dentária inferior, cujas características
são diferenciadas.
“Em casos nos quais a mandíbula é acometida
por um trauma, uma patologia ou outras situações, o uso
da técnica torna-se inviável. Por isso, a iniciativa de
se ampliar a utilização do índice de Carrea no intuito de
aumentar as chances de identificação de ossadas quando apenas
o crânio é encontrado, pois toda e qualquer informação extraída
é de fundamental importância para a resolução do caso”,
explica a cirurgiã-dentista, cuja orientação do trabalho
foi do professor Eduardo Daruge Junior.
A cirurgiã-dentista destaca que existem
inúmeros métodos para estimar a estatura por meio dos ossos
longos, mas a grande maioria é antiga, sem contar que não
há dados nacionais. A inovação do trabalho está justamente
em tentar mensurar a estatura por meio dos dentes. “Trata-se
de um assunto inovador e pouquíssimo estudado e referenciado”,
argumenta.
Os testes foram feitos em 378 modelos de gesso, com idades
entre 18 e 30 anos. Dos modelos analisados, 189 eram correspondentes
a elementos dentários superiores e, outros 189 aos inferiores,
todos eles pertencentes aos alunos do curso de Odontologia
da Universidade Federal da Paraíba.
Um novo denominador para o índice Carrea
foi descoberto depois de Laíse estimar a estatura dos modelos
a partir da mensuração dos incisivos central, lateral e
canino dos arcos tanto superior, como inferior. A partir
daí, foram muitas fórmulas matemáticas até se conseguir
um denominador apropriado que permitisse chegar aos valores
de referência adequados às medidas dos dentes superiores.
Os valores obtidos com o novo índice foram comparados à
estatura real previamente mensurada.
Segundo Laíse, os números de acertos foram
satisfatórios, ainda que seja necessário realizar outros
estudos na área. De qualquer modo, ela acredita ser um importante
subsídio de estudo para a odontologia legal, pois existem
inúmeras ossadas nos diversos IMLs do país que não são identificadas.
“É necessário extrair dessas ossadas todas as informações
possíveis para reconstruir o perfil biológico do indivíduo
em questão e assim poder prosseguir com trâmites legais
da documentação pós-morte”, relata.
A cirurgiã-dentista lembra que devido à
falta de infraestrutura do sistema pericial brasileiro há
uma demanda para que se realizem técnicas mais simples e
de baixo custo, mas que sejam precisas. Um próximo passo
do estudo, explica Laíse, será encontrar uma fórmula diferenciada
para os diferentes tipos de arcos dentais – normais, apinhados
e com diastema –, modelos que estão presentes na população
de forma geral, mas que possuem medidas específicas para
cada tipo.
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Publicações
Artigo
Lima, Laíse Nascimento Correia; Neves, Germana Louanne Santos
e Rabello, Patrícia Moreira. Carrea’s index in dental students
at the
Federal University of Paraíba. Braz J Oral Sci. October/December
2008 - Vol. 7 - Number 27
Dissertação: “Validação do índice de Carrea
por meio de elementos dentários superiores para a estimativa
da estatura humana”
Autora: Laíse Nascimento Correia Lima
Orientador: Eduardo Daruge Junior
Unidade: Faculdade de Odontologia de Piracicaba
(FOP)
Financiamento: Capes
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