Untitled Document
PORTAL UNICAMP
4
AGENDA UNICAMP
3
VERSÃO PDF
2
EDIÇÕES ANTERIORES
1
 
Untitled Document
 

NAS BANCAS


Incubadora artificial de ovos
dispensa decisões de operador

RAQUEL DO CARMO SANTOS

O professor Nelson Luis Cappelli (à direita), orientador, e Carlos Eduardo Bites Romanini: interação entre fenômenos físicos e bioquímicos (Foto: Antoninho Perri)Uma incubadora artificial de ovos controlada por um sistema de lógica fuzzy, sem a necessidade das ações e decisões de um operador, é a mais nova proposta do Laboratório de Instrumentação e Controle da Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri). O sistema de controle foi simulado e demonstrou viabilidade por permitir capturar as ações do operador em determinadas situações que aperfeiçoam o processo de incubação, bem como a biorresposta dos embriões. O engenheiro Carlos Eduardo Bites Romanini, que apresentou dissertação de mestrado sobre o assunto na Feagri, explica que se trata de utilizar algoritmos matemáticos para simulação computacional de um processo de controle extremamente complexo, que envolve a interação entre fenômenos bioquímicos e físicos.

Entre as principais vantagens da estratégia de controle proposta está a possibilidade de se adequar o ambiente de incubação às exigências de cada etapa do desenvolvimento do embrião, levando-se em conta sua biorresposta e permitindo, desta forma, aumentar a eclosão dos ovos e melhorar o sincronismo de nascimento. Um aspecto importante de ser observado é a dificuldade encontrada para se ter acesso aos incubatórios, em razão dos segredos de operação de cada empresa. Os pesquisadores relataram que, sem o apoio das empresas Casp S/A e Perdigão Agroindustrial, dificilmente o estudo teria sido realizado.

Segundo Romanini, o Brasil é o maior exportador de carne de frango do mundo e o terceiro maior produtor, sendo este segmento diretamente afetado pelo sucesso da incubação artificial dos ovos.  “A idéia da incubadora é reproduzir a incubação natural feita pelas galinhas buscando atender as demandas metabólicas para o bom desenvolvimento do embrião. O mercado de incubação dos ovos é extremamente competitivo e opera com tecnologias na fronteira do conhecimento. Isto significa que uma pequena inovação tecnológica que vise a melhora na qualidade da incubação pode refletir em um alto ganho econômico”, destaca o orientador da pesquisa, professor Nelson Luis Cappelli.

Num primeiro momento, Romanini estudou a dinâmica de funcionamento de uma incubadora real de estágio único para então desenvolver a parte computacional do sistema. A intenção foi, justamente, simular o processo, utilizando a lógica fuzzy. Ele lembra que na incubadora estudada podem ser alojados mais de 62 mil ovos de uma só vez. Por isso, a idéia de realizar inicialmente uma simulação em ambiente computacional sem os riscos sanitários e operacionais do processo.

Um sistema adequado, explica o professor Cappelli, deve levar em conta não só as variáveis ambientais da câmara de incubação, mas também a biorresposta dos embriões para se conseguir a melhor qualidade dos pintinhos. Deve-se respeitar, por exemplo, as diferentes linhagens e suas exigências. Neste sentido, outros estudos desenvolvidos no Laboratório da Feagri contemplam a biorresposta do embrião através de biossensores que medem a temperatura do embrião e sua perda de massa durante o processo.

“Em geral, os processos tradicionais controlam o ambiente interno, como temperatura e umidade, sem considerar o comportamento do embrião. É como um sistema de ar condicionado que controla a temperatura ambiente e não contempla a sensação térmica das pessoas”, explica o pesquisador Claudio Kiyoshi Umezu, co-orientador do estudo.

A pesquisa desenvolvida por Carlos Romanini terá continuidade na Bélgica, um dos países referência na área de incubação artificial de ovos.  


 
Untitled Document
 
Untitled Document
Jornal da Unicamp - Universidade Estadual de Campinas / ASCOM - Assessoria de Comunicação e Imprensa
e-mail: imprensa@unicamp.br - Cidade Universitária "Zeferino Vaz" Barão Geraldo - Campinas - SP