Um
depoimento do matemático e ex-professor Rubens Murillo
Marques marcou no último dia 28 a solenidade em comemoração
aos 40 anos do curso de bacharelado em Ciência da Computação
da Unicamp, o primeiro do gênero no País nas áreas de
tecnologia da informação e teoria da computação. Murillo
Marques, que chegou à Unicamp em 1967 para implantar o
curso de Estatística, e apenas um ano depois propôs a
criação de um curso de computação, desfiou uma série
de episódios que prenderam a atenção da plateia presente
no auditório da Associação dos Docentes da Unicamp (Adunicamp).
Entre eles, ele lembrou a chegada do primeiro computador
da Universidade, um IBM 1130, cujo desempenho equivaleria
ao de uma calculadora nos dias de hoje, mas que à época
era uma verdadeira sensação.
A aquisição do IBM 1130,
conforme ele, exigiu na prática pioneirismo de seus docentes,
bem como qualificação, a mesma que se estendeu à criação
dos cursos de Ciência da Computação e Engenharia de Computação.
O diretor do IC, Hans Kurt
Liesenberg, citou um trecho do livro O Mandarim, escrito
pelo jornalista Eustáquio Gomes, em que Murillo Marques
definiu para o então reitor Zeferino Vaz que a computação
seria o futuro, fato que veio a se confirmar anos depois.
Há 14 anos nascia o Instituto de Computação (IC), mas a
história do bacharelado em Ciência da Computação, de 1969,
já carregava embrionariamente o Instituto. Conforme Hans,
o primeiro ingresso no bacharelado foi feito mediante um
remanejamento interno dos interessados. Com atuais 30 funcionários
e 45 docentes, o IC ganhou projeção no ensino e na pesquisa
e seus alunos têm sido reputados como os melhores do país,
inclusive no último ranking do Guia do Estudante, da Editora
Abril.
Hans, que assumiu a direção
do IC em março, observou que a expectativa é a construção,
em sua gestão, de parte dos prédios para a sede da unidade,
a ser edificada em uma área de 14 mil metros quadrados,
com 2.300 metros quadrados de área útil construída. “O objetivo
é iniciar no próximo ano”, contou. O diretor do IC também
agradeceu a primeira geração de professores na implantação
dos cursos e da unidade, e realçou que a nova geração de
contratados é bastante ativa. “Nos últimos anos registramos
um significativo crescimento, sobretudo na pós-graduação.”
O reitor Fernando Costa
destacou a importância do IC nas atividades de ensino e
pesquisa da Unicamp, lembrando que muitos alunos formados
pela unidade alcançaram postos de liderança em diversas
atividades desenvolvidas no país, seja na academia, no governo
ou nas empresas. Muitas dessas empresas, disse, se notabilizaram
por suas características de inovação e de empreendedorismo,
trazendo riqueza e progresso ao Brasil. Fernando Costa observou,
ainda, que os cursos do IC estão entre os mais procurados
e mais concorridos do Vestibular. Também enfatizou o importante
papel dos professores e encerrou sua fala colocando a infraestrutura
da Universidade à disposição da unidade. “Esperamos comemorar
os 45 anos no novo anfiteatro”, comentou sobre a construção
da sede própria do Instituto.
As origens do IC remontam
a 1969, quando a Unicamp criou um curso de Bacharelado em
Ciência da Computação. Naquele ano, foi oficialmente criado
o Departamento de Ciência da Computação (DCC) dentro do
Imecc. Em março de 1996, o Departamento deixou de fazer
parte do Imecc e tornou-se a vigésima unidade da Universidade.