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Estudo avalia técnica combinada
de anestesia em partos
Combinar
a anestesia raquidiana e a peridural em gestantes durante
o trabalho de parto pode causar febre materna sem que isso
signifique uma infecção. A conclusão
é do estudo apresentado na Faculdade de Ciências
Médicas (FCM) pela anestesista Flávia Orange.
A técnica combinada, assim chamada quando se unem os
dois tipos de analgesia, tem sido utilizada na última
década como alternativa à aplicação
da anestesia peridural. Isto porque, segundo a autora da pesquisa,
a técnica combinada promove anestesia de melhor qualidade
com excelente mobilidade materna, além de minimizar
os riscos de aplicar apenas uma ou outra analgesia.
Outro aspecto consiste nos estudos recentes que relacionam
o aumento da temperatura materna à anestesia peridural,
ao passo que não existe nenhuma informação
sobre a associação de febre com a anestesia
combinada, motivo pelo qual Flávia Orange quis investigar
o assunto pela primeira vez. "A febre materna após
o parto resulta em administração de antibióticos
e exames, muitas vezes invasivos para se detectar algum tipo
de infecção. No entanto, a pesquisa mostrou
que o aumento da temperatura não significa necessariamente
a existência de uma infecção", explica.
Segundo a anestesista, o conhecimento
de que a técnica combinada pode aumentar a temperatura
materna faz com que se reflita melhor em relação
aos procedimentos necessários para conter o quadro.
O que muitas vezes ocorre, conta Flávia, é que
os obstetras prescrevem antibióticos de alta resistência
bacteriana, visto não se conseguir localizar rapidamente
o "possível" foco de infecção.
São necessários vários exames, às
vezes demorados e, como forma de prevenir complicações
pós-parto, os obstetras acabam optando pelo uso dos
medicamentos antes mesmo dos resultados.
A pesquisa envolveu 75 parturientes, sendo que 35 receberam
a analgesia baseada na técnica combinada e as outras
35 foram submetidas a métodos não-farmacológicos
para alívio da dor durante o parto. Os testes apontaram
que 14% das gestantes que receberam anestesia desenvolveram
a febre, ou seja, o aumento da temperatura materna foi significativamente
maior do que no outro grupo controle, em que não se
observou nenhum caso de febre materna.
As mulheres com febre não
tomaram nenhum antibiótico ou se submeteram a exames
para se detectar infecção. Mesmo assim evoluíram
sem nenhum tipo de intercorrência ou outras formas de
infecção materna ou neonatal. "Acredita-se
que à semelhança da anestesia peridural, a técnica
combinada cause uma alteração na termorregulação
materna. De qualquer forma, o estudo confirma que não
existem evidências de que o aumento da temperatura produza
efeitos deletérios à mãe e bebê",
esclarece.
Publicação
Tese "Anestesia
combinada para parto vaginal e temperatura materna intraparto:
ensaio clínico randomizado"
Autor: Flávia Augusta de Orange Lins da Fonseca
e Silva
Orientador: Renato Passini Junior
Unidade: Faculdade de Ciências Médicas
(FCM)
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