A
Unicamp realiza a 16ª edição do Congresso
Interno de Iniciação Científica nos dias 24
e 25 de setembro, com novo recorde de trabalhos inscritos
pelos alunos da graduação: serão 1.178 painéis (132 a mais
do que no ano passado), retratando estudos nas áreas de
Tecnológicas (354), Biomédicas (306), Humanas (234), Exatas
(223) e Artes (61).
A cerimônia de abertura acontece às 14h30 desta quarta-feira,
na sala III do Centro de Convenções. A exposição de painéis
dos jovens pesquisadores, no Ginásio Multidisciplinar, poderá
ser visitada pela comunidade interna e o público em geral
no período das 15h30 às 17h30, durante os dois dias de Congresso.
“Este ano, pela primeira vez, a Universidade colocou o
Congresso de Iniciação Científica no calendário escolar,
o que vai implicar uma maior participação dos alunos de
graduação e de pós-graduação no evento”, informa o professor
Daniel Pereira, pró-reitor de Pesquisa.
Outra novidade, segundo o pró-reitor, será a montagem dentro
do Congresso de um estande da Agência de Inovação Inova
Unicamp, criada há cinco anos com o objetivo de estabelecer
uma rede de relacionamentos da Universidade com a sociedade
para incrementar as atividades de pesquisa, ensino e avanço
do conhecimento. “O objetivo é estimular os alunos ao empreendedorismo,
com informações, por exemplo, sobre processos de patente
e licenciamento”.
Daniel Pereira afirma que a nova edição do evento reitera
a consolidação da atividade de pesquisa entre os alunos
da graduação, com uma qualidade que se repete ano a ano.
“O envolvimento precoce do estudante com os métodos de investigação
científica é extremamente saudável, podendo despertar sua
vocação para a pesquisa. E, mesmo que ele não se torne um
pesquisador, a experiência vai aprimorar sua formação. É
um conhecimento que tende a diferenciar um profissional
no mercado de trabalho”.
O
novo recorde de trabalhos inscritos (aumento de 11,2% em
relação a 2007), conforme observa o pró-reitor de Pesquisa,
ilustra o grande interesse dos alunos em prestigiar o Congresso
de Iniciação Científica, devido à ressonância do evento
no âmbito da Universidade e também fora dela. “É uma valiosa
oportunidade para submeter o trabalho dos jovens pesquisadores
à apreciação das agências de fomento e também para divulgar
sua produção para a sociedade”.
Na opinião de Daniel Pereira, a excelência dos programas
de pós-graduação e pesquisa da Unicamp influi diretamente
para a qualidade dos trabalhos apresentados no Congresso
Interno de Iniciação Científica. “O reflexo está na maturidade
das pesquisas dos graduandos. Embora a originalidade não
seja uma exigência na iniciação científica, boa parte dos
trabalhos apresenta esta característica”.
De acordo com o pró-reitor de Pesquisa, somente para a
análise e organização dos trabalhos que serão expostos no
Ginásio Multidisciplinar, foi constituído um Comitê Assessor
com 244 professores de todas as áreas do conhecimento. “Uma
subcomissão com 44 docentes vai realizar nova avaliação
para indicar perto de 80 trabalhos que concorrerão à premiação.
Caberá ao Comitê Externo, formado por representantes de
diversas instituições de ensino e pesquisa, eleger os 20
melhores trabalhos – cada um destes estudantes receberá
a quantia de 3 mil reais”.
Ação estratégica
O professor Daniel Pereira ressalta que a iniciação científica
é considerada como uma das atividades estratégicas das áreas
de ensino e pesquisa da Unicamp, merecendo total suporte
e atenção por parte da administração. Ele acrescenta que
o vigor da iniciação científica na Universidade não tem
relação apenas com a excelente estrutura de ensino e pesquisa,
estando também ligado com a efetividade dos programas de
bolsa de estudos.
Na
avaliação do pró-reitor, a atividade de iniciação científica
na Unicamp vem aumentando em qualidade e quantidade de forma
sistemática, atraindo interesse crescente tanto do corpo
discente como do corpo docente. Além das bolsas concedidas
dentro do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação
Científica (Pibic) e do Edital 01/2007 do CNPq, e das oferecidas
pela Fapesp, a Unicamp possui um programa de bolsas com
recursos próprios, através do Serviço de Apoio ao Estudante
(SAE).
Em 2007 foram atribuídas 1.735 bolsas: 541 pelo Pibic/CNPq,
244 pelo SAE/Unicamp, 541 pela Fapesp, 270 em projetos integrados
do CNPq e 139 do Edital CNPq 01/2007. Para Daniel Pereira,
os principais impactos que o programa de iniciação científica
proporciona aos estudantes são a melhor preparação para
a pós-graduação e o desenvolvimento do raciocínio independente,
da criatividade e do método no tratamento de novos problemas.
O leque de temas em exposição
O XVI Congresso
Interno de Iniciação Científica terá 1.178
trabalhos expostos no Ginásio Multidisciplinar
da Unicamp (GMU). Abaixo, listamos alguns
deles, pinçados aleatoriamente do caderno
de resumos, apenas para que o leitor tenha
uma idéia do leque de temas que encontrará
na mostra e que estão iniciando os alunos
da graduação na pesquisa acadêmica.
Um trabalho
da área de Biomédicas trata da formação ético-humanística
do médico em escolas do Estado de São Paulo,
destacando a introdução do curso de Bioética
e Ética Médica pela Unicamp. Outro estudo
na área, junto a mais de 3 mil pacientes do
Caism, levantou a incidência de sífilis, toxoplasmose,
rubéola, hepatite e HIV, principais doenças
infecciosas em gestantes. Também na Medicina,
uma graduanda se ateve às conseqüências positivas
e negativas da convivência entre irmãos surdos
e ouvintes.
Na área de
Artes, um estudo relaciona arte e saúde, avaliando
a inclusão das artes plásticas no contexto
hospitalar como terapia para pacientes com
problemas mentais, tanto no campo psíquico
como biológico. Outro estudo analisa a melhor
pronúncia do “r” no canto erudito, como por
exemplo, quanto à duração de tempo e a intensidade
da emissão da consoante. O grupo musical Mamonas
Assassinas, que se consagrou com o humor,
a paródia e a hibridização de estilos e ritmos,
também é objeto de pesquisa.
“A magia do
vidro” é o título de um subprojeto da área
de Exatas, vinculado ao projeto “Unicamp dia-a-dia:
ciência e arte para o desenvolvimento cultural”,
cujo objetivo é apresentar o tema para alunos
de ensino fundamental e médio. Os secundaristas
são contemplados com outro projeto, “A vida
real nas aulas de matemática”, que procura
associar a disciplina a temas como aquecimento
global, álcool no sangue e esportes. Ainda
em Exatas, uma estudante da Física confeccionou
lentes difrativas para telas holográficas.
Na área de
Ciências Humanas, um aluno do Instituto de
Economia analisa a política econômica da era
Chávez na Venezuela, que é extremamente dependente
do petróleo. Outro trabalho no mesmo Instituto
avalia o impacto do rendimento da aposentadoria
sobre a redução da pobreza e da desigualdade
no Brasil. A visão de usuários do Orkut sobre
os romances oitocentistas, extraída dos debates
em 89 comunidades que adotam os romancistas
brasileiros da época como tema, é fruto de
pesquisa no Instituto de Estudos da Linguagem.
Barras de
manga enriquecidas com cereais foram formuladas
por uma aluna da Faculdade de Engenharia de
Alimentos, visando atender à demanda por alimentos
naturais com alto conteúdo de fibras e baixos
níveis de aditivos. Nesta área de Tecnológicas,
outro trabalho resultou em um kit de condensação
evaporativa que reduz o consumo de energia
do refrigerador doméstico. E, da Engenharia
Mecânica, um graduando expõe uma pesquisa
voltada para o desenvolvimento de aços microligados
para substituição dos aços usados atualmente
na produção de rodas ferroviárias.
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