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Congresso de Iniciação Científica
tem recorde de trabalhos inscritos
16ª edição vai reunir nos dias 24 e 25 1.178 painéis de jovens pesquisadores no Ginásio Multidisciplinar

LUIZ SUGIMOTO

O pró-reitor Daniel Pereira: excelência dos programas de pós-graduação e pesquisa influi diretamente para a qualidade dos trabalhos (Foto: Antônio Scarpinetti)A Unicamp realiza a 16ª edição do Congresso Interno de Iniciação Científica nos dias 24 e 25 de setembro, com novo recorde de trabalhos inscritos pelos alunos da graduação: serão 1.178 painéis (132 a mais do que no ano passado), retratando estudos nas áreas de Tecnológicas (354), Biomédicas (306), Humanas (234), Exatas (223) e Artes (61).

A cerimônia de abertura acontece às 14h30 desta quarta-feira, na sala III do Centro de Convenções. A exposição de painéis dos jovens pesquisadores, no Ginásio Multidisciplinar, poderá ser visitada pela comunidade interna e o público em geral no período das 15h30 às 17h30, durante os dois dias de Congresso.

“Este ano, pela primeira vez, a Universidade colocou o Congresso de Iniciação Científica no calendário escolar, o que vai implicar uma maior participação dos alunos de graduação e de pós-graduação no evento”, informa o professor Daniel Pereira, pró-reitor de Pesquisa.

Outra novidade, segundo o pró-reitor, será a montagem dentro do Congresso de um estande da Agência de Inovação Inova Unicamp, criada há cinco anos com o objetivo de estabelecer uma rede de relacionamentos da Universidade com a sociedade para incrementar as atividades de pesquisa, ensino e avanço do conhecimento. “O objetivo é estimular os alunos ao empreendedorismo, com informações, por exemplo, sobre processos de patente e licenciamento”.

Daniel Pereira afirma que a nova edição do evento reitera a consolidação da atividade de pesquisa entre os alunos da graduação, com uma qualidade que se repete ano a ano. “O envolvimento precoce do estudante com os métodos de investigação científica é extremamente saudável, podendo despertar sua vocação para a pesquisa. E, mesmo que ele não se torne um pesquisador, a experiência vai aprimorar sua formação. É um conhecimento que tende a diferenciar um profissional no mercado de trabalho”.

Edição do ano passado do Congresso Interno de Iniciação Científica: exposição  de painéis poderá ser visitada pela comunidade interna e o público em geral (Fotos: Antônio Scarpinetti)O novo recorde de trabalhos inscritos (aumento de 11,2% em relação a 2007), conforme observa o pró-reitor de Pesquisa, ilustra o grande interesse dos alunos em prestigiar o Congresso de Iniciação Científica, devido à ressonância do evento no âmbito da Universidade e também fora dela. “É uma valiosa oportunidade para submeter o trabalho dos jovens pesquisadores à apreciação das agências de fomento e também para divulgar sua produção para a sociedade”.

Na opinião de Daniel Pereira, a excelência dos programas de pós-graduação e pesquisa da Unicamp influi diretamente para a qualidade dos trabalhos apresentados no Congresso Interno de Iniciação Científica. “O reflexo está na maturidade das pesquisas dos graduandos. Embora a originalidade não seja uma exigência na iniciação científica, boa parte dos trabalhos apresenta esta característica”.

De acordo com o pró-reitor de Pesquisa, somente para a análise e organização dos trabalhos que serão expostos no Ginásio Multidisciplinar, foi constituído um Comitê Assessor com 244 professores de todas as áreas do conhecimento. “Uma subcomissão com 44 docentes vai realizar nova avaliação para indicar perto de 80 trabalhos que concorrerão à premiação. Caberá ao Comitê Externo, formado por representantes de diversas instituições de ensino e pesquisa, eleger os 20 melhores trabalhos – cada um destes estudantes receberá a quantia de 3 mil reais”.

Ação estratégica
O professor Daniel Pereira ressalta que a iniciação científica é considerada como uma das atividades estratégicas das áreas de ensino e pesquisa da Unicamp, merecendo total suporte e atenção por parte da administração. Ele acrescenta que o vigor da iniciação científica na Universidade não tem relação apenas com a excelente estrutura de ensino e pesquisa, estando também ligado com a efetividade dos programas de bolsa de estudos.

Na avaliação do pró-reitor, a atividade de iniciação científica na Unicamp vem aumentando em qualidade e quantidade de forma sistemática, atraindo interesse crescente tanto do corpo discente como do corpo docente. Além das bolsas concedidas dentro do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic) e do Edital 01/2007 do CNPq, e das oferecidas pela Fapesp, a Unicamp possui um programa de bolsas com recursos próprios, através do Serviço de Apoio ao Estudante (SAE).

Em 2007 foram atribuídas 1.735 bolsas: 541 pelo Pibic/CNPq, 244 pelo SAE/Unicamp, 541 pela Fapesp, 270 em projetos integrados do CNPq e 139 do Edital CNPq 01/2007. Para Daniel Pereira, os principais impactos que o programa de iniciação científica proporciona aos estudantes são a melhor preparação para a pós-graduação e o desenvolvimento do raciocínio independente, da criatividade e do método no tratamento de novos problemas.

 

 

O leque de temas em exposição

O XVI Congresso Interno de Iniciação Científica terá 1.178 trabalhos expostos no Ginásio Multidisciplinar da Unicamp (GMU). Abaixo, listamos alguns deles, pinçados aleatoriamente do caderno de resumos, apenas para que o leitor tenha uma idéia do leque de temas que encontrará na mostra e que estão iniciando os alunos da graduação na pesquisa acadêmica.

Um trabalho da área de Biomédicas trata da formação ético-humanística do médico em escolas do Estado de São Paulo, destacando a introdução do curso de Bioética e Ética Médica pela Unicamp. Outro estudo na área, junto a mais de 3 mil pacientes do Caism, levantou a incidência de sífilis, toxoplasmose, rubéola, hepatite e HIV, principais doenças infecciosas em gestantes. Também na Medicina, uma graduanda se ateve às conseqüências positivas e negativas da convivência entre irmãos surdos e ouvintes.

Na área de Artes, um estudo relaciona arte e saúde, avaliando a inclusão das artes plásticas no contexto hospitalar como terapia para pacientes com problemas mentais, tanto no campo psíquico como biológico. Outro estudo analisa a melhor pronúncia do “r” no canto erudito, como por exemplo, quanto à duração de tempo e a intensidade da emissão da consoante. O grupo musical Mamonas Assassinas, que se consagrou com o humor, a paródia e a hibridização de estilos e ritmos, também é objeto de pesquisa.

“A magia do vidro” é o título de um subprojeto da área de Exatas, vinculado ao projeto “Unicamp dia-a-dia: ciência e arte para o desenvolvimento cultural”, cujo objetivo é apresentar o tema para alunos de ensino fundamental e médio. Os secundaristas são contemplados com outro projeto, “A vida real nas aulas de matemática”, que procura associar a disciplina a temas como aquecimento global, álcool no sangue e esportes. Ainda em Exatas, uma estudante da Física confeccionou lentes difrativas para telas holográficas.

Na área de Ciências Humanas, um aluno do Instituto de Economia analisa a política econômica da era Chávez na Venezuela, que é extremamente dependente do petróleo. Outro trabalho no mesmo Instituto avalia o impacto do rendimento da aposentadoria sobre a redução da pobreza e da desigualdade no Brasil. A visão de usuários do Orkut sobre os romances oitocentistas, extraída dos debates em 89 comunidades que adotam os romancistas brasileiros da época como tema, é fruto de pesquisa no Instituto de Estudos da Linguagem.

Barras de manga enriquecidas com cereais foram formuladas por uma aluna da Faculdade de Engenharia de Alimentos, visando atender à demanda por alimentos naturais com alto conteúdo de fibras e baixos níveis de aditivos. Nesta área de Tecnológicas, outro trabalho resultou em um kit de condensação evaporativa que reduz o consumo de energia do refrigerador doméstico. E, da Engenharia Mecânica, um graduando expõe uma pesquisa voltada para o desenvolvimento de aços microligados para substituição dos aços usados atualmente na produção de rodas ferroviárias.

 

 
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