Pesquisa
de modelagem matemática epidemiológica identificou que vacinas
e determinados tipos de antivirais são os mais eficientes
no combate à doença infecciosa causada por rotavírus, que
são agentes da gastroenterite e causadores de mortes de
crianças menores de cinco anos. O estudo, que foi desenvolvido
pela matemática Andressa Pinheiro sob orientação do professor
Hyun Mo Yang, do Instituto de Matemática, Estatística e
Computação Científica (Imecc), trouxe uma ferramenta a mais
para descrever a dinâmica da resposta imunológica humana
diante da introdução dos rotavírus.
“O processo de formulação de um modelo matemático esclarece
hipóteses, variáveis e parâmetros e, com isso, auxilia o
entendimento das características de transmissão de doenças
infecciosas em comunidades. Podem nos levar, inclusive,
a melhores abordagens para planejamentos, implementação
e otimização de programas de detecção e controle”, ressalta
a pesquisadora.
Segundo Andressa, o que mais chamou sua atenção
para desenvolver o trabalho foi a quantidade de episódios
de diarréia ocorridos anualmente e que estão associados
a rotavírus. Ela estimou cerca de 125 milhões no mundo,
sendo que entre 600 mil e 870 mil causam a morte da criança.
A doença é mais comum na população infantil e na faixa entre
sete meses e cinco anos de idade a incidência é muito maior.
Pelos cálculos, a pesquisadora chegou a um limiar que define
quando a infecção será debelada ou persistirá no organismo.
Com base neste limiar é possível identificar os parâmetros
que estão influenciando o crescimento ou decrescimento da
infecção no organismo. “Conseguimos observar os parâmetros
que estão contribuindo ou não para o avanço da infecção,
que ocorre em questões de horas, e qual ação é mais eficiente
para o controle da infecção”, destaca.
Mesmo não sendo da área médica, Andressa,
a partir da modelagem matemática, credita à vacina o método
que mais previne a doença ou mantém a infecção em níveis
mais baixos. Ela destaca ainda que são necessários outros
estudos para maior detalhamento do mecanismo de ação dos
rotavírus. Sua dissertação de mestrado corresponde a um
passo inicial, uma vez que muitas coisas ainda são misteriosas
em relação à infecção. “É preciso explicitar muitas respostas
e acrescentar muitos parâmetros para obter uma modelagem
mais realista, mas creio que o estudo desperta o interesse
de outros trabalhos na área”, define.