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Autores: Byron e Keats

Traduções:
Augusto de Campos

Sinopse:
LORD BYRON (1788-1824) e JOHN KEATS (1795-1821), poetas maiores do Romantismo inglês, são figuras antagônicas pela personalidade e pela obra. Há meio século, Byron parecia-me uma legenda padronizada diante de poetas mais essenciais como o próprio Keats. Passei a considerá-lo de outra perspectiva a partir da “re-visão” do nosso poeta pré-modernista Sousândrade, que, no seu “Inferno de Wall Street”, sobrepõe o autor de D. Juan (“Byron João”) aos “Byrons” estereotipados. Byron era um artista do verso. Os XVII Cantos do D. Juan (1818-1823) contêm perto de 2 mil estrofes em oitava-rima, quase o dobro de Os Lusíadas. Cerca de 16 mil versos de elaboração complexa e rimário insólito. Radical, não cedeu à censura. Os primeiros cantos do D. Juan foram publicados anonimamente, tal era o risco de serem confiscados. Vejo-os hoje — a ele e a Keats — como opostos-complementares. Byron, carnal e concreto, crítico do seu tempo, moderníssimo em suas “digressões” colagísticas que atropelam a narração, vertendo poesia em prosa e prosa em poesia. Keats, introvertido, metafísico, visionário da alma e da linguagem, perscrutando o mistério da vida e da morte em seus poemas intertemporais. Do D. Juan traduzi 100 estrofes, 800 versos. A narrativa das peripécias amorosas de D. Juan desafia a sociedade de sua época. Mas são as subversivas “digressões” — os “subversos” de Byron — que mais interessam ao olhar moderno. Por isso, concentrei-me nessas passagens. O meu amor a Veneza me fez incluir alguns dos belos versos que lhe dedicou em poema anterior, Childe Harold (1812-1818), com outras estrofes que antecipam a linguagem de D. Juan. A obra de Keats é aqui representada por quatro de suas odes (1819), dois sonetos (1816-1818) e um fragmento do poema longo Endymion (1817). O poeta tinha 20 e poucos anos quando escreveu essas maravilhas. O posfácio “Dos Cantos de Byron ao Gato de Keats” sugere traços de modernidade pouco enfatizados na obra dos dois poetas. Confrontadas aqui, as poéticas de Byron e de Keats reemergem solidarizadas como contradições heurísticas e dialéticas da linguagem poética. Discórdias aparentes, ao cabo concordantes e parentes. (A.C.)

ISBN: 978-85-268-0844-7

Ficha técnica:
1ª edição, 2009; 192 páginas; formato: 14 x 21 cm

Áreas de interesse:
Poesia inglesa; Literatura inglesa — História e crítica

Preço: R$ 34,00

 
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