| Edições Anteriores | Sala de Imprensa | Versão em PDF | Portal Unicamp | Assine o JU | Edição 346 - 4 a 10 de dezembro de 2006
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Planes da Unicamp
gera primeira tese

Maurício Calixto de Andrade, analista de sistemas: “Reflexão dentro das unidades e órgãos da Unicamp é algo inédito”O Planejamento Estratégico (Planes) é uma ferramenta adequada e eficiente para gestão de instituições como a Unicamp, caracterizadas pela diversidade de idéias e elevada produção científica. Esta é a principal conclusão da tese de mestrado profissional desenvolvida na Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM) pelo analista de sistemas Maurício Calixto de Andrade, a primeira sobre o assunto. O próximo desafio será estabelecer padrões não só para a qualificação orçamentária, mas também para atitudes e decisões operacionais baseadas nas diretrizes e normas institucionais do planejamento.

Planes é ferramenta adequada à Unicamp, diz estudo

“Avaliamos que o Planes tenha sido o procedimento implantado que propiciou o resultado mais visível quanto à proposta de pensar a universidade de maneira global”, diz Calixto. Durante dois anos, sob orientação do professor José Tadeu Jorge, atual reitor da Unicamp, o analista reconstituiu todos os passos do Planes, cuja discussão e implantação se deram no período 2003-2004. Segundo o estudo, um dos fatores fundamentais para o sucesso foi o envolvimento da comunidade. Para Calixto, isso fez com que cada setor pudesse pensar sobre si próprio e como poderia contribuir para o todo. “Essa reflexão nas unidades e órgãos é algo inédito para muitos deles, que nunca tiveram a oportunidade de pensar em como eles se inserem no projeto da universidade”, observa.

Iniciado na gestão do ex-reitor Carlos Henrique de Brito Cruz, o Planes da Unicamp teve em vista três objetivos básicos: garantir a continuidade administrativa independentemente das alternâncias de comando; estabelecer perspectivas de curto, médio e longo prazo; e fixar um processo de melhoria contínua de desempenho através da revisão periódica do projeto e do processo de avaliação institucional. O trabalho já resultou, até agora, numa relação de 16 programas desdobrados em 54 linhas de ação, que balizarão os passos da Unicamp em busca de seus objetivos institucionais nos próximos anos. “O Planes possibilita pensar a Universidade de forma coletiva e sistêmica, além de enxergar a instituição como um grande processo”, explica Maurício Calixto.

Ao analisar o ambiente interno da Universidade, com base nos dados levantados pelas próprias unidades e órgãos no processo de consolidação do Planes, Calixto concluiu que os aspectos gestão, mão-de-obra e meio físico constituem os principais pontos fracos e a melhorar. Este cenário foi constatado em maior escala nas unidades e institutos. O estudo também constatou que os 16 programas estabelecidos pelo Planes são coerentes com as necessidades da instituição, tanto no curto como no médio e longo prazo.

Outro aspecto importante, segundo Calixto, refere-se ao fato de que, apenas depois que o planejamento estava construído em termos conceituais, é que se estabeleceu a sua relação com a proposta orçamentária. “Isso marca a decisão institucional de vincular os rumos da universidade ao planejamento estratégico”, observa. “No momento em que as linhas do Planes passarem a operar com os recursos do orçamento, será feita a ligação definitiva entre o projeto conceitual e a sua operacionalização concreta”.

Em abril, a Comissão de Planejamento Estratégico (Copei) aprovou a alocação de recursos para o Planes da Unicamp em 2006. Um total de R$ 1,3 milhão foi destinado ao desenvolvimento de 20 projetos, selecionados entre os 71 apresentados em 2005. Com a aprovação, encerrou-se a fase iniciada em 2004, quando foram definidos os programas e linhas a serem implementados nos próximos anos. A partir de então, iniciou-se nova fase, que prevê a execução dos projetos, acompanhada de sua análise e revisão.

De acordo com a pesquisa, nem tudo que foi estabelecido nos 16 programas e 54 linhas de ação necessita de recursos financeiros. “Há muitas coisas que estão ligadas a mudanças de conceito ou atitude e adequações que não demandam necessariamente investimento financeiro”, diz o autor do trabalho. Entretanto, muitas destas linhas precisarão de recursos. “E isso marcará a próxima fase, com o lançamento de editais para que as unidades e órgãos possam apresentar os seus projetos e concorrer a estes recursos”. O objetivo é que as unidades componham seus projetos estabelecendo uma sintonia com a missão da Universidade.

Modelos – Segundo Calixto, o método adotado pela Unicamp resulta da adaptação de vários outros modelos. Ao todo, foram estudadas 23 alternativas até chegar-se ao um modelo próprio, levando-se em conta as peculiaridades da instituição. Um dos fatores que caracterizam o modelo metodológico adotado pelo Planes da Unicamp, e que o diferencia de outras instituições de ensino superior, é o entendimento de que a avaliação institucional deve ser vista como uma ferramenta de administração e, portanto, como uma ferramenta indispensável para subsidiar o planejamento.

“Planejamento e avaliação devem estar sempre juntos”, constata Calixto. “A avaliação apenas de um momento é estéril, uma foto estática, enquanto que a avaliação do projeto é dinâmica e sistêmica”, explica. Do ponto de vista comportamental, conforme o autor, o planejamento cria condições objetivas para que investimentos em recursos humanos sejam preservados e valorizados segundo padrões objetivos. “O Planes vai gradativamente valorizando a competência funcional, seja nos docentes, seja em técnicos, que como gestores colocam em prática os objetivos para construir a visão de futuro desejada”, completa.


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