Na manhã do dia 12 de dezembro, a Unicamp entregou a 19 professores o Prêmio de Reconhecimento Acadêmico Zeferino Vaz, o maior concedido pela atividade docente na instituição. A solenidade aconteceu durante reunião extraordinária do Conselho Universitário (Consu), presidida pelo reitor José Tadeu Jorge, que lembrou que o prêmio foi criado há 16 anos, mas que nunca esteve tão sintonizado com o momento da Universidade, na comemoração dos seus 40 anos. “Este foi o ano em que a Unicamp recebeu mais prêmios, concedidos pela Capes, Finep e Petrobras, entre outros. É sinal de que entidades públicas e privadas reconhecem a contribuição da Unicamp ao país em todos os sentidos. Por isso, é importante que tenhamos um prêmio interno que represente o reconhecimento e o estímulo à continuidade do trabalho.” O reitor também fez uma referência a Zeferino Vaz, que dá nome ao prêmio, recordando uma das frases célebres do fundador da Universidade. “Os premiados mostram que a Unicamp se faz com cérebros, cérebros e cérebros. Lá pelo quinto lugar, vêm o tijolo e a infra-estrutura”.
Dezenove
professores
têm atuação
acadêmica
reconhecida
Tadeu Jorge fez uma distinção, entre os premiados, a Antonio Carlos de Moraes, da Faculdade de Educação Física. “Ele representa o espírito da Unicamp: a busca de conhecimento como missão para oferecer benefícios à sociedade. Eu não poderia deixar sua história passar em branco numa solenidade como esta”, acentuou. Por mais da metade da vida, o professor Antonio Carlos pisou o mesmo chão que Zeferino Vaz, Cesar Lattes, Otávio Ianni e outros ícones da instituição. Com 46 anos no campus, é um dos vencedores do Prêmio de Reconhecimento Acadêmico Zeferino Vaz.
Vale o flash back. Antonio Carlos, hoje livre-docente da FEF, ingressou na Unicamp quando tinha apenas 14 anos, como mensageiro da Diretoria Geral da Administração (antiga DGA-3). Muitas vezes teve que encarar questões incomuns à sua idade e maturidade profissional. Suplantou-as, inclusive os reveses. Inteirou-se da rotina do trabalho e galgou novas funções, chegando finalmente à FEF para atuar como secretário de departamento e depois como técnico esportivo.
Estimulado em casa pelos pais e irmãos, formou-se em educação física e, depois de concluído o mestrado, passou no concurso para professor MS-3. Ingressou como docente da FEF em 1994, concluiu o doutorado em 1999 e o pós-doutorado em Portugal em 2004. Foi chefe do Departamento de Ciências do Esporte, ao qual é ligado. Na graduação, ministra as disciplinas de pedagogia do futebol e treinamento em futebol de Campo; na pós, fundamentos de eletromiografia.
Antonio Carlos conta que sempre recebeu incentivo também dos professores da unidade, como João Batista Tojal, diretor na época, e a orientadora do mestrado e doutorado, Antonia Bankoff. Diz, portanto, que o prêmio foi uma conseqüência das suas escolhas e que elas vieram muito naturalmente. “Eu vou me preparando, mas sem pressa. O próximo alvo é chegar a titular”. Sobre ser o exemplo, ele se considera “um” exemplo. “As pessoas que pretendem seguir carreira universitária devem, na verdade, estudar muito e se dedicar às tarefas com um foco bem-definido”.
Os contemplados pelo Prêmio Zeferino Vaz receberam uma importância em dinheiro, correspondente a três salários-bases de um professor MS-6, mais o certificado da outorga, que foi instituída pelo Consu em 1990. O prêmio reconhece o desempenho acadêmico excepcional, sendo concedido mediante avaliações dos relatórios docentes trienais. Cada unidade de ensino e pesquisa indica um premiado por ano. Os premiados são selecionados por especialistas externos à Unicamp, após várias etapas de exame.