Estudo de doutorando do IG ganha prêmio internacional
O
doutorando Patrick Francisco Führ Dal’Bó, orientando do
professor Giorgio Basilici no Instituto de Geociências (IG)
da Unicamp, conquistou o prêmio “IAS Postgraduate Grant
Scheme” da Associação Internacional de Sedimentologistas
(IAS) com um estudo que permite entender melhor como as
alternâncias climáticas se sucedem na superfície da Terra.
O projeto intitulado “O uso de sedimentos e paleossolos
na definição de construção, acumulação e preservação de
sistemas deposicionais de lençóis de areia eólica” mereceu
reportagem do Jornal da Unicamp em maio deste ano.
Em seu trabalho, Patrick
Dal’Bó propõe ainda um modelo para prever as mudanças climáticas
ao longo do tempo, possibilitando a elaboração de estratégias
mitigadoras, como por exemplo, frente à desertificação progressiva
que se verifica hoje em várias regiões da Terra. A pesquisa
resultou na reconstrução do habitat de dinossauros e crocodilos
que viviam no Estado de São Paulo entre 84 e 65 milhões
de anos atrás, no período denominado Cretáceo.
“Constatamos que no Cretáceo
Superior o território paulista formava uma superfície achatada,
cruzada por pouquíssimos rios efêmeros e caracterizada por
um clima em geral seco, mas que alternava períodos mais
áridos e mais úmidos”, explicou o professor Giorgio Basilici,
que percorreu com Dal’Bó uma área de 10 mil quilômetros
quadrados para estudar paredões de rocha arenosa do Grupo
Bauru.
Segundo Basilici, a IAS
é uma associação internacional fundada em 1952 com o objetivo
principal de promover o estudo da sedimentologia e o intercâmbio
de pesquisadores nesta área. “A sedimentologia é uma ciência
geológica que se ocupa do estudo das rochas sedimentares.
Para melhor entender esta ciência, podemos afirmar que a
sua aplicação mais conhecida está na exploração e extração
de hidrocarbonetos, onde os estudos sedimentológicos constituem
os fundamentos práticos”.
O docente do IG acrescentou
que a IAS publica a cada semestre um edital para bolsas
destinadas a estudantes de doutorado de todo o mundo. “A
bolsa é de apenas de mil euros, possuindo um valor mais
simbólico do que prático, visto que representa um reconhecimento
em nível internacional. A quantia será gasta em análises
de laboratório e atividades de pesquisa de campo”. (Luiz
Sugimoto)