Alunos das Cênicas ganham 22 prêmios em três meses
MARIA ALICE DA CRUZ
A esperança de viver do teatro e pelo teatro está estampada nos sorrisos dos integrantes da Caos Companhia de Teatro diante dos 22 troféus conquistados nos três últimos meses em eventos de todo o país. Formandos do curso de Artes Cênicas da Unicamp, os atores conquistaram, na semana passada, os prêmios de melhor ator e segundo melhor espetáculo para Decameron, e melhor figurino para a comédia japonesa Qio-Guem? na 3ª Mostra Universitária do Riocenacontemporânea, no Rio de Janeiro. “Os prêmios são a esperança de um futuro numa área difícil como o teatro”, afirma a estudante do 4º ano Ana Terra Morena.
Em todas as atuações fora da Universidade, os alunos receberam mais de uma estatueta. Voltaram do 20º Festival Universitário de Teatro de Blumenau, em julho, com sete dos nove prêmios oferecidos pelo evento. Do 2º Festival de Teatro de Limeira, carregaram cinco troféus na bagagem; e do 10º Festival de Teatro de Americana, sete. “É um incentivo para esta turma que no próximo ano não estará mais abarcada pela Unicamp. “Aqui temos espaço, orientação dos professores, a oportunidade de criar e produzir”, diz a produtora e aluna do 4º ano Tetembua Dandara.
A experiência além dos alambrados do campus acrescentou aos alunos informações importantes sobre o trabalho de diferentes cursos de artes cênicas do país e também sobre a diversidade do público de teatro. “Aqui na Unicamp nos apresentamos para a comunidade acadêmica. Mas em alguns espaços onde atuamos reunimos uma diversidade de pessoas, até mesmo famílias. Isso possibilitou a adequação dos espetáculos a cada público e espaço”, acentua Tetembua.
Trabalhar e vencer unidos após a conclusão do curso é um projeto que começou a ser discutido em uma reunião realizada na terça-feira (17) entre os integrantes do grupo. O local onde a Caos Produções se instalará também requer uma boa conversa, garantem. O que têm certeza, porém, é que os prêmios e, principalmente, a troca de experiências entre eles e grupos de outros cursos do país fortalecem a decisão de trilhar juntos a carreira de ator. “Percebemos que não se faz teatro sozinho. Agora precisamos saber como administrar tantas as vontades artísticas e pessoais para o futuro e como conciliá-las. Existe uma vontade maior que é a de fazer teatro”, diz o ator Miguel Artênsia.