| Edições Anteriores | Sala de Imprensa | Versão em PDF | Portal Unicamp | Assine o JU | Edição 341 - 23 a 29 de outubro de 2006
Leia nesta edição
Capa
Artigo: Renato Dagnino
Cartas
40 anos: Brito Cruz
Prioridade em C&T
Agroturismo
Gripe aviária
Cognição artificial
Jazz e bossa nova
Jacob do bandolim
Crianças e diabetes
Idoso e gripe
Livros destratados
Açucar no catchup
Presuntos com Zinco
Patrimônio ferroviário
Painel da semana
Teses
Portal no JU
Livro da semana
Centro de Ensino de Linguas
Licenciatura
Cinema da boca
 

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O estilo interpretativo
de Jacob do Bandolim

O músico Almir Côrtes: encanto com o timbre que Jacob extraía do bandolimO chorinho brasileiro deve muito de sua forma e estrutura a Jacob do Bandolim (1918-1969), que adotou no nome artístico o instrumento de sua paixão. Apontado pela crítica como um dos mais importantes defensores do choro tradicional, o compositor e instrumentista não cedeu às tendências de mercado e a modismos, caracterizando o gênero com a interpretação de músicas que emocionam várias gerações, como Sofres porque queres, de Pixinguinha, e Receita de Samba, dele mesmo.

O estilo interpretativo de Jacob do Bandolim foi o objeto de pesquisa do músico Almir Côrtes, que levou em frente o desejo de estudar os elementos musicais que faziam do bandolinista uma figura singular. Para a dissertação de mestrado no Instituto de Artes, orientada pelo professor Esdras Rodrigues Silva, Côrtes transcreveu seis interpretações de Jacob. Também entrevistou companheiros do compositor, como do conjunto Época de Ouro, que ele criou: César Faria, Carlinhos Leite, Déo Rian, Joel Nascimento.

“Entre os vários fatores que contribuíram para o êxito na carreira, está o timbre que ele conseguiu extrair do bandolim: um som bonito, bem acabado, refinado. Sua interpretação era criteriosa e bem pensada. Mesmo com recursos precários, fazia gravações primorosas”, observa Almir Côrtes. Para o autor da dissertação, o compositor era ainda um formador de opinião. “Ele elaborava arranjos sem tirar a essência do gênero, mantendo a característica dabrasilidade num período em que o país sofria grande influência da música norte-americana e a bossa nova estava em ascensão”, lembra.

Sobre as transcrições, Côrtes preocupou-se em tornar a leitura acessível para o instrumentista sem familiaridade com o choro. De Pixinguinha, ele transcreveu Ingênuo, Lamentos e Sofres porque queres; e de Ernesto Nazaré, as peças Odeon, Brejeiro e Apanhei-te, cavaquinho. A pesquisa de Almir Côrtes foi financiada pela Fapesp.

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