Durante as festividades dos 40 anos da Unicamp, ocorridas no último dia 5, no Centro de Convenções, ex-reitores falaram dos desafios da Universidade no futuro. No texto abaixo, Carlos Henrique de Brito Cruz, reitor entre 2002-2005 e atual diretor científico da Fapesp, opina sobre o tema.
A Unicamp tem pela frente o desafio do crescimento da qualificação acadêmica de suas atividades frente a demandas múltiplas da sociedade (por exemplo, mas sem exaurir a lista, mais vagas na graduação, mais leitos no hospital, maior interação com empresas e sociedade, mais extensão comunitária) e frente a uma situação de escassez de dispêndios públicos devida às baixas taxas de crescimento da economia brasileira.
Até hoje a Unicamp tem conseguido compor estas demandas para criar uma “fuga para a frente”, na qual o atendimento às demandas, organizado estrategicamente pela universidade, contribui para que a qualificação acadêmica cresça, e vice-versa. Isso tem ocorrido pois em geral a comunidade de professores da Unicamp e suas lideranças acadêmicas entendem e reconhecem que a missão fundamental da instituição é avançar o conhecimento e formar bem seus estudantes. Fazendo isso cada vez melhor, as demandas referidas acima serão melhor atendidas, umas com maior velocidade outras com menor.
O foco na missão fundamental – avanço do conhecimento e educação aos estudantes, ambos avaliados por referenciais internacionais de excelência – é o que tem garantido o desenvolvimento acadêmico da Unicamp e o atendimento às demandas da sociedade que a financia. Este foco deve ser mantido pois somente uma universidade comprometida com o avanço do conhecimento humano e com a educação de seus estudantes pode contribuir efetivamente para promover o bem estar físico, espiritual e social do ser humano, como se determina em nossos Estatutos, na intensidade e qualidade que se espera de uma instituição como a Unicamp.