| Edições Anteriores | Sala de Imprensa | Versão em PDF | Portal Unicamp | Assine o JU | Edição 341 -23 a 29 de outubro de 2006
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Artigo: Renato Dagnino
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40 anos: Brito Cruz
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Pesquisa mostra perfil dos idosos que
mais aderem à vacinação contra gripe

RAQUEL DO CARMO SANTOS

A estatística Priscila Bergamo Francisco: idosos que resistem à  vacinação não crêem na eficácia ou temem reações (Foto: Antoninho Perri)Idosos com 70 anos ou mais, portadores de hipertensão arterial e com menor grau de escolaridade, são os que mais aderem à vacinação contra a influenza no Estado de São Paulo. Esse perfil foi apurado a partir de análises feitas pela estatística Priscila Maria Stolses Bergamo Francisco, com base no Inquérito de Saúde do Estado (ISA-SP), realizado pelas três universidades estaduais paulistas – Unicamp, USP e Unesp – em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde. Segundo Priscila, o estudo identificou grupos de idosos com maior probabilidade de não adesão à vacinação, que deveriam ser alvo de campanhas específicas, visando ao aumento da cobertura da vacina.

Entre os acima de 60, apenas 66% foram vacinados

As avaliações da pesquisadora renderam três artigos publicados em revistas científicas que compõem sua tese de doutorado “Fatores associados à vacinação contra influenza e doença pulmonar em idosos”, orientada pela professora Maria Rita Donalisio Cordeiro, da Faculdade de Ciências Médicas. No primeiro artigo, Priscila avalia os fatores associados à vacinação a partir de dados dos municípios de Campinas, São Paulo, Botucatu, Taboão da Serra, Embu e Itapecirica da Serra, referentes aos anos de 2001 e 2002. Dentre as pessoas com mais de 60 anos que responderam o questionário, apenas 66% declararam terem sido vacinadas, sendo que o principal motivo apontado para a não adesão à vacina foi a falta de esclarecimento sobre seus benefícios.

“Eles relataram que não consideram a vacina importante e também acreditam que a imunização provoca reações. Outros alegaram ter adoecido após tomar a vacina em período anterior. Não consideraram, no entanto, o fato de que a vacina é específica para a prevenção da influenza e não de outras viroses que provocam quadros clínicos respiratórios semelhantes aos da gripe”, explica Priscila. Para ela, as campanhas deveriam ser mais educativas, pois o objetivo da vacinação contra influenza no idoso é prevenir complicações decorrentes de uma infecção pelo vírus da gripe, como as pneumonias virais e bacterianas.

Os resultados apontaram ainda que as maiores coberturas foram observadas entre aqueles de menor renda. Para Priscila, uma das justificativas seria a maior freqüência desses idosos nos serviços públicos de saúde. “Eles são em sua maioria dependentes do SUS, especialmente dos medicamentos distribuídos e, habituados a freqüentar a unidade básica, estão mais atentos às recomendações educacionais dos profissionais de saúde e ações preventivas ofertadas”, esclarece.

Outro dado importante encontrado nas avaliações foi a baixa prevalência de 67% de vacinação em idosos portadores de doenças pulmonares. Para Priscila esta taxa deveria ser muito maior, pois, segundo a Organização Mundial da Saúde, tanto os idosos quanto as demais pessoas portadoras de doenças crônicas devem ser priorizados.

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