| Edições Anteriores | Sala de Imprensa | Versão em PDF | Portal Unicamp | Assine o JU | Edição 341 -23 a 29 de outubro de 2006
Leia nesta edição
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Artigo: Renato Dagnino
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40 anos: Brito Cruz
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Crianças com diabetes mellitus
são mais baixas do que a média

RAQUEL DO CARMO SANTOS

A pediatra Maria Fernanda Paulino: "Quanto maior o tempo de diabetes, maior a perda estatural" (Foto: Antoninho Perri)Crianças portadoras de diabetes mellitus do tipo 1 tendem a ser mais baixas do que crianças sadias. A conclusão faz parte de um estudo junto a 126 meninos e meninas com idades entre 1 e 11 anos de idade, realizado pela pediatra Maria Fernanda Vanti Macedo Paulino, na Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp. A pediatra comparou um grupo de portadores da doença com um grupo de não portadores, observando que os diabéticos tiveram o desenvolvimento afetado por conta da enfermidade. “Quanto maior o tempo de diabetes, maior a perda estatural. No início do diagnóstico, as crianças apresentavam estatura normal em relação à média de referência, mas foram se afastando dessa média com a evolução do quadro”, observa.

Pediatra associa diferenças ao tempo da doença

Maria Fernanda Paulino, que atende há 11 anos no Ambulatório de Diabetes-Pediatria do Hospital das Clínicas (HC), constatou a importância da avaliação sistemática do peso, altura e composição corporal nos pacientes com diabetes, visando melhor entendimento da dinâmica do crescimento neste grupo, e também uma intervenção precoce na abordagem terapêutica, diante de sutis desvios da normalidade.

“O objetivo do trabalho foi avaliar a repercussão do diabetes mellitus sobre o crescimento das crianças e examinar possíveis relações com parâmetros clínicos e laboratoriais, uma vez que a doença possui características genéticas e imunológicas bem documentadas e vários fatores ambientais têm sido apontados como fatores desencadeantes”, esclarece. Segundo a médica, a incidência mundial cada vez maior faz do diabetes mellitus uma das mais importantes doenças endócrino-metabólicas em pediatria.

A pesquisa de mestrado, orientada pelo professor André Moreno Morcillo, envolveu 59 crianças diabéticas no HC. Tendo acesso aos dados antropométricos das crianças desde o início, Maria Fernanda conseguiu avaliar a evolução desses dados da primeira consulta até os atuais, constatando assim a perda estatural. O grupo controle tinha 67 crianças saudáveis.

Para determinar as diferenças entre os dois grupos, a pediatra transformou os dados analisados no chamado escore z (número de unidades correspondente ao afastamento da média de referência). Enquanto o grupo controle apresentou o escore z de altura +0,28, no de diabéticos ele foi –0,13, abaixo da média normal. No entanto, mesmo sendo uma diferença estatisticamente significativa, a altura das crianças diabéticas ainda se encontrava dentro dos parâmetros de normalidade. Segundo Maria Fernanda, a única variável que se conseguiu associar com as diferenças de estatura foi o tempo de doença. Outras variáveis como sexo, renda familiar per capita e controle metabólico também foram analisadas, mas não mostraram relação com a perda na estatura.

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