Pesquisa
realizada pela fisioterapeuta Maria Carolina Ramos Perissinotto
revelou que exercícios podem melhorar a força muscular do
assoalho pélvico em indivíduos que sofrem de incontinência
urinária após cirurgia de retirada da próstata. A dissertação
de mestrado apresentada na Faculdade de Ciências Médicas
(FCM), orientada pelo professor Carlos Arturo Levi D’Ancona,
sugere que este tipo de tratamento seja melhor investigado,
pois a incidência em pacientes pode chegar até 57%.
Segundo Maria Carolina, a fisioterapia é uma alternativa
no tratamento da incontinência pós-prostatectomia radical
no primeiro ano após a cirurgia. “Não são esclarecidos na
literatura os motivos que levam o indivíduo a sofrer com
o mal após cirurgia, mas é fato que ao treinar o músculo
do esfíncter externo – que serve como porta de saída urinária
– pode-se devolver a função e fazer o fechamento da pressão
uretral”, explica.
Foram seis meses de acompanhamento em 28 pacientes, atendidos
no Hospital das Clínicas (HC) da Unicamp. Para comparar
os resultados, também se observou um grupo-controle que
não participou dos exercícios, somando um total de 28 voluntários.
O protocolo de tratamento desenvolvido, segundo a fisioterapeuta,
foi relativamente simples, de forma a ser realizado no próprio
domicílio.
A questão, conta Maria Carolina, foi tentar melhorar a
qualidade de vida dos pacientes, uma vez que a incontinência
causa um impacto negativo em razão do uso de absorventes
e de outros tipos de transtornos. “Após a operação, é possível
permanecer mais de um ano com o incômodo”, alega a fisioterapeuta.
Mas, nos testes, não foram obtidos resultados significantes
pela amostragem, que se mostrou insuficiente. O estudo indicou,
no entanto, aumento da força muscular, o que aponta para
grandes possibilidades de abreviar o período de incontinência,
bem como a melhora no mecanismo de continência.