Ficou patente que a revitalização da Vitivinicultura está
em franca evolução. As forças da revitalização são o produtor,
o empreendedor paulista e a formação de pessoal para que
isto ocorra. Tais elementos ficaram caracterizados durante
o III Simpósio, que foi atendido por um público de aproximadamente
duas centenas de pessoas, incluindo-se produtores regionais,
industriais da área do vinho, estudantes e pesquisadores
na área vitivinícola paulista.
Durante
as palestras proferidas, entre outros, por Mauro Zanus,
pesquisador em Enologia da Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária; pelo enólogo Anderson Schmitz, da Amazongroup,
do Rio Grande do Sul; e pelo enólogo Francisco Amorim, do
Instituto do Vinho do Vale do São Francisco, pode-se verificar
a diversidade de regiões brasileiras, com novas áreas em
franca expansão, produzindo um produto de excelente qualidade,
como ficou demonstrado em avaliação didática conduzida na
Casa do Professor Visitante conduzida pelo professor Sérgio
Inglez de Souza, atual presidente da Sociedade Brasileira
dos Amigos do Vinho.
Dentre estas áreas, têm-se o extremo sul do Rio Grande
do Sul, Serras de Santa Catarina, e o Vale do São Francisco,
na região de Petrolina, em Pernambuco. No Estado de São
Paulo, durante sessão de Painéis do produtor, pode-se verificar
a introdução de vinhedos de Vitis viniferas nos municípios
de São Carlos, Louveira, São Pedro e São Roque. Apesar da
crise financeira, a vitivinicultura mostra-se como uma forma
de criação de emprego e renda, como ficou demonstrado por
Braz Albertini, presidente da Federação dos Agricultores
na Agricultura do Estado de São Paulo (Fetaesp).
A vitivinicultura em pequenas áreas do perímetro periurbano
é capaz de, com sustentabilidade, propiciar renda aos agricultores
familiares reunidos em cooperativas, por meio do associativismo.
Categórico em sua fala, o professor José Luis Lopes Garcia,
da Universidade Politécnica de Madri, Espanha, reportou-se
ao sistema cooperativista na produção de vinho na Espanha,
mencionando o potencial deste sistema em nossa região.
A cadeia da vitivinicultura paulista está sendo estudada
em quatro municípios no Estado de forma censitária, com
apoio de projeto em Políticas Públicas financiado pela Fapesp,
congregando várias instituições do Estado de São Paulo.
Não pode faltar o apoio institucional na formação de pessoal
capacitado, como colocou o professor Luis Augusto Barbosa
Cortez, durante a abertura, no ato representando o reitor
da Unicamp, professor José Tadeu Jorge.
Cortez
citou os convênios nacionais e internacionais na área, reforçando
que eles já têm trazido benefícios na formação de massa
crítica. Nesta direção, além do envolvimento de várias faculdades
e institutos da Unicamp, tivemos também a presença da professora
Giselle Ribeiro de Souza, diretora de Graduação e Pós-Graduação
do Centro Federal de Educação Tecnológica de Bento Gonçalves-RS-Cefet,
uma das primeiras escolas de formação em enologia no país.
Durante o evento, o produtor teve à sua disposição informações
do Departamento de Mudas e Sementes, da Cati, que esteve
representada por Armando Azevedo Portas, assim como a informações
sobre apoio financeiro, que foram dadas por um técnico do
Banco do Brasil. Teve também acesso à exposição e demonstração
de equipamento de nível tecnológico para a vinificação e
para a produção de sucos com qualidade, assim como insumos
para o setor. O grupo Vitivini, de pesquisadores em Vitivinicultura
da Unicamp, responsável pela organização do evento, espera
para o próximo IV Simpósio trazer também informações ligadas
à área acadêmica, reunindo assim os setores produtivo, de
fomento e de pesquisa.
Cláudio Messias é
professor-colaborador da Faculdade de Engenharia Agrícola
(Feagri) e coordenador do grupo Vitivini