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FEA avalia conservação
de granulado de castanha
Várias
embalagens foram utilizadas na Faculdade de Engenharia de
Alimentos (FEA) para testar a conservação do granulado da
castanha-do-pará, um subproduto com atividade antioxidante
e que carrega em sua composição muitos nutrientes. Ele é obtido
por meio da trituração da torta da castanha, resultante da
prensagem da noz para a produção do óleo. A conservação do
granulado, no entanto, consistia em um grande desafio para
os pesquisadores, uma vez que o subproduto é bastante suscetível
à oxidação por conter ácidos graxos poliinsaturados. Neste
sentido, os testes realizados pela cientista de alimentos
Camila Fernanda Conte apontam para a otimização de uma alternativa
com grande potencial de mercado.
O granulado pode ser utilizado,
por exemplo, como ingrediente em restaurantes ou na industrialização
de produtos como sobremesas, sorvetes e farinhas. “A ideia
é oferecer uma opção para o aproveitamento de um resíduo que
ainda não tem o seu uso consagrado. Uma vez triturado, o granulado
se torna um subproduto valioso, pois poderá ser usado para
enriquecer e sofisticar algumas receitas”, destaca Camila,
lembrando o alto valor que envolve os pratos contendo a castanha-do-pará
ou castanha do brasil como também é chamada.
O desenvolvimento da pesquisa,
orientada pelo professor Marcelo Alexandre Prado, deu-se a
partir de uma parceria com uma indústria de alimentos que
produz o azeite da castanha-do-pará. A própria empresa enviou
a torta da castanha triturada para análises e despertou, na
cientista de alimentos, a ideia de testar métodos para a sua
conservação.
O
estudo realizado em conjunto com a Escola Superior de Agricultura
“Luiz de Queiroz” (Esalq) da USP, resultou em um armazenamento
de seis meses do granulado, mantendo as mesmas características,
que em outras palavras, significa dizer um bom período de
conservação. Segundo a cientista de alimentos, é fundamental
o controle das condições de temperatura, luz e umidade para
a melhor conservação do subproduto e, por isso, a realização
de inúmeros testes.
A pesquisa apontou ainda dois
tipos de embalagens que podem ser usados para a estabilidade
do granulado. Uma delas é à base de plástico transparente
e a outra, metalizada. Tanto uma como a outra, foram avaliadas
sob condições a vácuo e em atmosfera normal. Como não houve
diferença significativa entre os tratamentos, concluiu-se
que poderia ser utilizada para comercialização a embalagem
com menor custo, no caso a transparente sem vácuo. “Desta
forma, o consumidor final poderia ter a oportunidade de encontrar
no mercado um produto mais acessível financeiramente e tão
rico como em sua origem”, acredita Camila. (R.C.S.)
Publicação:
Dissertação: “Estabilidade oxidativa
de castanha-do-pará”
Autor: Camila Fernanda Conte
Orientador: Marcelo Alexandre Prado
Unidade: Faculdade de Engenharia de
Alimentos (FEA)
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