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Estudo revela riscos de negligência no trânsito
Em
levantamento realizado na Faculdade de Odontologia de Piracicaba
(FOP), com base nos atendimentos feitos pela Área de Cirurgia
Buco-Maxilo-Facial, a utilização dos dispositivos de segurança
no trânsito ainda carece de mais fiscalização. Pelo estudo,
somente considerando os acidentes com automóveis, 65,1% dos
acidentados não faziam uso do cinto de segurança no momento
da ocorrência. Já no caso das motos, o número cai para 26,2%
das pessoas que não usavam o capacete. No entanto, a porcentagem
ainda é considerada alta para a região analisada, que abrange
as cidades de Piracicaba, Limeira e Rio Claro. Juntos, os
municípios somam aproximadamente um milhão de habitantes.
Conduzida pela cirurgiã-dentista
Márcia Socorro da Costa Borba, sob orientação do professor
Roger Willian Fernandes Moreira, a pesquisa utilizou dados
de pacientes com traumas faciais provenientes de acidentes
automobilísticos no período de 1999 a 2007. Ao contrário dos
dados nacionais em que é levada em conta apenas a condição
do motorista no momento do acidente, na pesquisa da FOP foram
considerados todos os passageiros do veículo e, por isso,
o levantamento conta com um panorama mais completo da situação.
Márcia Borba observou ainda
que as mulheres utilizaram menos dispositivos de segurança
em comparação aos homens, pois 51,6% das mulheres e 46% dos
homens não estavam usando nenhum tipo de proteção quando foram
acidentados. Outro dado apurado foi que a população mais acometida
está na faixa etária dos 18 aos 30 anos de idade. Neste caso,
46% não utilizaram equipamento obrigatório.
O coorientador da pesquisa,
professor Renato Sawazaki, atribui os resultados a uma característica
bem peculiar da região analisada, que tem uma população bastante
urbana e, por isso, o principal meio de transporte para chegar
ao trabalho é o veículo particular. Neste sentido, a região
possui uma densidade de carro por pessoa muito alta, acima
do padrão brasileiro. “A condição econômica da nossa região
é privilegiada. Já a condição de educação no trânsito não
parece ser diferente da do resto do país”, compara.
Para Sawazaki, a pouca experiência
de carteira de motorista – uma vez que devido à idade são
tecnicamente mais inexperientes – e a necessidade de trabalhar
com condução própria, revelam uma soma de fatores que tem
como resultado mais acidentes de trânsito com trauma facial.
Ele atesta que os acidentes são de grande intensidade e que
são diferentes dos acidentes comuns, motivo pelo qual a pesquisa
foi realizada. Além do mais, existe a preocupação de prestar
um atendimento com mais qualidade e contribuir para a diminuição
de pessoas com fraturas de face. Ele lembra que, entre os
objetivos da área, está a missão de elaborar diretrizes e
oferecer sugestões para as prefeituras com vistas a melhorar
a segurança dos pedestres e condutores.
(César Maia)
Publicação:
Tese: “Análise retrospectiva dos
traumas faciais decorrentes de acidentes de transito
em pacientes atendidos pela área de Cirurgia Buco-maxilo-facial
da FOP no período de 1999 a 2007”
Autor: Márcia Socorro da Costa Borba
Orientador: Roger Willian Fernandes
Moreira
Unidade: Faculdade de Odontologia
de Piracicaba (FOP)
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