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Lógica fuzzy é usada para testes vocacionais
O matemático Ronaldo Baumgartner
desenvolveu, em sua dissertação de mestrado apresentada no
Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica
(Imecc), programas computacionais para utilização da lógica
fuzzy em testes vocacionais. A ideia é, num primeiro momento,
criar um software que permita ao usuário o autoconhecimento
e a possível escolha da profissão e, em longo prazo, desenvolver
um game do tipo second life em que, a partir de situações
simuladas, a pessoa possa identificar características de sua
personalidade. “O autoconhecimento é o grande norte para o
trabalho e a lógica fuzzy, ao contrário da lógica clássica,
permite trabalhar com incertezas”, explica o matemático.
Baumgartner foi orientado
pelo professor Geraldo Lúcio Diniz e conta que tudo começou
a partir da preocupação de um professor da Universidade Federal
do Mato Grosso (UFMT), onde também leciona, em fornecer, aos
alunos do curso de agronomia, ‘dicas’ quanto ao curso e suas
disciplinas, por meio da análise de suas habilidades, sonhos
e medos. O professor Fábio Nolasco tem formação em agronomia,
mas possui um interesse grande no campo do autoconhecimento
e desenvolve um projeto denominado Método Habilis, que permite
uma referência do potencial de cada pessoa a partir de parâmetros
das habilidades sensoriais, cognitivas e emocionais.
Segundo o matemático, todo o mérito do trabalho está na área
de atuação do professor
Fábio Nolasco. Ele simplesmente
teve o insight de recorrer à lógica fuzzy para traduzir as
aspirações do agrônomo. “O objetivo maior é desenvolver uma
ferramenta em que a pessoa possa se auto-analisar e buscar
as respostas dentro de si. Poderá, por exemplo, definir papéis
profissionais dentro da profissão escolhida para investir
o seu potencial. Ou, ainda, identificar as várias facetas
que compõem as suas habilidades, sonhos e medos, e buscar
melhorias. Enfim, ocorreu que eu compreendi os objetivos do
professor Nolasco e idealizei uma aplicação para o método”,
explica.
O método de inferência fuzzy,
desenvolvido por Baumgartner, traz 105 itens de pesquisa para
serem analisados, segundo 21 “funções profissionais”, baseadas
no conhecimento existente no mercado de trabalho. Assim, a
pessoa auto-analisada terá uma informação: em quais funções,
os seus sonhos e habilidades lhe ajudarão, ou ainda, em que
pontos deve melhorar, por meio de treinamentos ou tratamentos.
O próximo passo será a construção
do banco de dados, que fornece as condições para o processo
de inferência fuzzy relacionar as disciplinas do curso de
zootecnia da UFMT com os 105 tipos de inteligências existentes
nos sonhos, medos, habilidades sensoriais, cognitivas e emocionais.
Com isso, os alunos do curso serão auxiliados, na tentativa
de minimizar suas angústias e antecipar ações cujo objetivo
é torná-los mais felizes e, consequentemente, melhores profissionais.
Como o matemático tem uma
experiência de quase 20 anos na área de desenvolvimento de
sistemas, o grande desafio será conseguir os recursos financeiros
para que o projeto avance para o jogo. “Fazer jogo não é barato
e nem simples. Demanda muito esforço intelectual e verba para
o desenvolvimento. Mas, nosso objetivo é chegar lá”, destaca.
(R.C.S.)
Publicação:
Dissertação de mestrado “Projeto Habilis – a lógica
fuzzy contribuindo com o autoconhecimento e a escolha
da profissão”
Autor: Ronaldo Baumgartner
Orientador: Geraldo Lúcio Diniz
Unidade: Instituto de Matemática,
Estatística e Computação Científica (Imecc)
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