Untitled Document
PORTAL UNICAMP
4
AGENDA UNICAMP
3
VERSÃO PDF
2
EDIÇÕES ANTERIORES
1
 
Untitled Document
 


Inventor 1000

Contagem inclui docentes, pesquisadores e alunos envolvidos
em estudos que renderam patentes

Primeiro pedido de patente é de 1984

O histórico da proteção da propriedade intelectual na Unicamp data dos anos 80, sendo que seu primeiro pedido de patente é de 1984. Para apoiar a proteção e transferência da produção inventiva de seus pesquisadores, em 1989 a Universidade criou seu primeiro núcleo de gestão tecnológica, o Escritório de Transferência de Tecnologia (ETT) da Unicamp.

Em 1998, o ETT foi sucedido pelo Escritório de Difusão de Tecnologia (Edistec), que, segundo o professor Roberto Lotufo, diretor executivo da Inova Unicamp, representava um patamar mais avançado e um esforço institucional deliberado de contribuição com a inovação tecnológica no país e de gestão e proteção de propriedade intelectual na Universidade. Cinco anos mais tarde surgiu a Agência de Inovação Inova Unicamp. “Ao criar a Inova Unicamp, em julho de 2003, a Universidade capacitou-se para atuar com uma nova amplitude no processo gestão e transferência de tecnologia, criada e desenvolvida por sua comunidade de pesquisa, com foco na inovação em benefício da sociedade”, afirma Lotufo.

Desde então, a Unicamp mantém-se como Universidade com grande tradição no número de pedidos de patentes. Para Patricia Magalhães de Toledo, diretora de Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia da Agência, tal tradição é não somente parte de um esforço institucional de inserção no processo de inovação do país, mas também é reflexo da qualidade da pesquisa na Unicamp. “A atuação da Agência tem foco no apoio ao inventor da Universidade no pedido da patente e na transferência da tecnologia para a sociedade”, coloca.

Nos últimos anos, a Unicamp continua com uma política bem definida de valorização da propriedade intelectual, sendo que em novembro de 2009 o Conselho Universitário (Consu) da Unicamp aprovou a Política Institucional de Propriedade Intelectual da Universidade, estabelecendo orientações para toda a comunidade.

A Política Institucional pode ser acessada no site da Procuradoria Geral e também está disponível no site da Inova Unicamp. Segundo Lotufo, sua aprovação representa um importante estímulo à geração de conhecimento inovador e a sua transferência em benefício a sociedade. “Esta orientação está em consonância com a missão da Universidade de criar e disseminar o conhecimento”, afirma.

A professora Anete Pereira de Souza, do IB e do Cbmeg, a milésima inventora: identificação genética de forrageiras (Foto: Antonio Scarpinetti)

 

Patricia Magalhães de Toledo, diretora de Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia: foco no apoio ao inventor (Foto: Antoninho Perri)A professora Anete Pereira de Souza, do Instituto de Biologia (IB) e do Centro de Biologia Molecular e Engenharia Genética (Cbmeg) da Unicamp, tornou-se a milésima inventora da Universidade ao ter sua primeira patente depositada em abril deste ano. A patente de Anete tem como cotitulares a Unicamp e a Embrapa, pois foi realizada no âmbito do doutoramento de sua orientanda Letícia Jungmann, coinventora e pesquisadora da Embrapa Gado de Corte em Campo Grande (MS). A invenção consiste de um método de identificação genética de forrageiras, as plantas utilizadas para a cobertura de pastagens, utilizando marcadores moleculares do tipo microssatélites, que acessam a variação genética das espécies em nível de DNA. O grupo de inventores da patente inclui, ainda, três outras pesquisadoras: Bianca Bacili Vigna, Patrícia Mara Francisco e Cacilda Borges do Valle.

O acompanhamento do número de inventores da Unicamp é realizado pela Agência de Inovação Inova Unicamp, órgão responsável pela gestão da propriedade intelectual da Universidade. A contagem inclui docentes, pesquisadores e alunos envolvidos em estudos que originaram as 575 patentes atualmente vigentes, ou seja, requeridas ou concedidas para a Universidade junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) ou a órgãos internacionais.

Agrônoma e apaixonada pela área de genética, a milésima inventora diz que a ideia inicial era fazer um estudo básico de genética para facilitar o desenvolvimento mais rápido de cultivares, conhecer sua variabilidade genética e dar uma aplicação prática ao estudo, usando os melhores marcadores em análise e identificação de variedades. “Esta área da agronomia combina a pesquisa básica com sua aplicação direta”, afirma.

Mesmo assim, Anete confessa que a princípio não considerava que o objeto desta pesquisa fosse patenteável, mas que Letícia foi incansável na busca por este depósito e no preparo da documentação necessária para a patente. A professora lembra que o pesquisador é reconhecido no meio acadêmico por suas publicações, e que por isso às vezes não prioriza, ou mesmo nem acredita ser possível, a proteção dos resultados de sua pesquisa por meio de patentes. Mas, segundo ela, a experiência neste caso mostrou que é possível fazer os dois com sucesso.

Durante o processo de comunicação de invenção – etapa na qual o pesquisador informa a Inova que tem uma pesquisa que pode ser patenteável –, Letícia fez os cursos de propriedade intelectual e busca em base e redação de patentes oferecidos pela Inova Unicamp por meio do Projeto InovaNIT, de cooperação e capacitação de Núcleos de Inovação Tecnológica (NIT). “O depósito da patente foi um processo de muito aprendizado”, disse a pesquisadora. Segundo ela, o curso de propriedade intelectual e de busca em bases de patentes foi muito enriquecedor. “Abriu-se um novo horizonte de informações para mim”, afirma.

O professor Roberto Lotufo, diretor executivo da Inova Unicamp: nova amplitude no processo de gestão e transferência de tecnologia (Foto: Antoninho Perri)Para Letícia, a motivação desde o princípio para a busca da patente foi de mostrar que sua tecnologia além de representar ciência de qualidade pudesse ter uma aplicação mais direta. “Para marcarmos uma posição de produtividade no mercado, como profissionais, só os artigos não bastam mais. As grandes empresas levam muito em consideração se o pesquisador tem uma patente no currículo”, avalia Letícia.

No caso do pedido de patente depositado, a aplicação e relevância da pesquisa no cenário nacional são destacadas pelas duas pesquisadoras. A professora, que trabalha com marcadores moleculares para diversas culturas, diz que esta área de pesquisa é muito ampla principalmente quando relacionada a espécies de cana-de-açúcar, feijão e milho, sendo este último sua temática de maior especialização. Por outro lado, ela diz que a intensificação da pecuária bovina brasileira, que abrange atualmente cerca de 170 milhões de cabeças de gado, resulta em uma demanda por variedades melhoradas de forrageiras e, neste contexto, de tecnologias que suportem a melhoria genética destas espécies. “O mercado de forrageiras é muito grande e há poucos competidores”, afirma Anete.

A observação da professora é comprovada por dados do Senso Agropecuário do IBGE de 2006 que apontam que as pastagens cobrem extensas áreas no Brasil, estimadas em cerca de 172 milhões de hectares. Letícia acrescenta que 85% dos pastos cultivados são formados por capins do gênero Brachiaria, que foi motivo do estudo que levou à patente. “O mercado de sementes para forrageiras no Brasil tem se profissionalizado, mas ainda há muito espaço para novas tecnologias”, conclui Letícia.

 

Reitoria e Inova premiam inventores da Universidade

A Reitoria realiza em parceria com a Inova Unicamp no próximo dia 21 de maio, às 9h30, na sala de reuniões do Consu, a cerimônia de Premiação de Inventores 2010. A iniciativa é um reconhecimento ao esforço empreendido por pesquisadores da Universidade, no sentido de contribuir com o desenvolvimento socioeconômico do País, por meio do depósito de patentes e transferência de tecnologias. Esta é a terceira edição do evento, que já foi realizado em 2004 e 2009 e neste ano homenageia 26 docentes e pesquisadores da Universidade e duas unidades em quatro categorias.

A categoria “Inventor com Produto Incorporado ao Mercado” será entregue a dois docentes, cujas tecnologias desenvolvidas na Universidade e licenciadas a empresas parceiras já estão sendo comercializadas. Já a “Menção Honrosa por Tecnologia Licenciada” será oferecida a 24 docentes e pesquisadores, cujas tecnologias – patentes, programas de computador e know-how – geraram licenças negociadas nos anos de 2004, 2005, 2006 e 2009.

As unidades serão premiadas de acordo com as categorias: “Unidade com o maior número de pedidos de patentes depositados”, considerando os anos de 2008 e 2009, e “Unidade com o maior crescimento em número de pedidos de patentes”, sendo que neste último caso comparou-se o desempenho em número de pedidos de patentes nos anos de 2006 e 2007 com os anos de 2008 e 2009.

Segundo o professor Roberto Lotufo, diretor executivo da Inova Unicamp, a intenção é que a premiação passe a ocorrer a cada dois anos. “Desta maneira, continuaremos premiando inventores e unidades com participação mais ativa”, explica.

De acordo com o professor Fernando Costa, reitor da Universidade, o licenciamento de tecnologias desenvolvidas nos laboratórios da Unicamp é uma das formas pelas quais a Universidade cumpre a missão de levar o conhecimento que produz ao restante da sociedade. “É justo, portanto, que a Universidade reconheça e homenageie tanto os inventores de tecnologias transferidas para a indústria como as unidades de ensino e pesquisa onde desenvolveram seus trabalhos”, afirma.

 

 

 

 
Untitled Document
 
Untitled Document
Jornal da Unicamp - Universidade Estadual de Campinas / ASCOM - Assessoria de Comunicação e Imprensa
e-mail: imprensa@unicamp.br - Cidade Universitária "Zeferino Vaz" Barão Geraldo - Campinas - SP