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O início de uma rede nacional
de boas práticas nas universidades
11/5/2011 – O Núcleo de Estudos de Políticas Públicas (Nepp)
da Unicamp promoveu na última quarta-feira um seminário para
iniciar, efetivamente, a formação da rede brasileira do Projeto
Telescopi – Rede de Observatórios de Boas Práticas de Gestão
Estratégica Universitária na América Latina e Europa. O projeto
faz parte do Programa Alpha e é coordenado pela Universidade
Politécnica da Catalunha (UPC), com financiamento da União
Europeia, sendo liderado pela Unicamp no Brasil. Ele envolve
18 países (14 da América Latina e quatro da Europa), com a
participação de aproximadamente 25 universidades públicas
e privadas.
“O Projeto Telescopi teve
início em 2009 e termina neste ano, com o propósito de identificar,
reconhecer e divulgar boas práticas de planejamento e gestão
estratégicos no ensino superior. Por ser algo recente no país,
ainda há resistência e desconhecimento sobre o que seja o
planejamento estratégico numa universidade. A Unicamp é uma
das pioneiras e vem desde 2000 neste aprendizado, que está
se consolidando dez anos depois”, afirma o professor José
Roberto Rus Perez, coordenador-associado do Nepp e organizador
do evento.
Segundo Rus Perez, a partir
do seminário “Boas práticas alinhadas ao planejamento estratégico”,
vai ser construída uma rede nacional, com um banco de experiências
selecionadas e avaliadas por uma comissão de pesquisadores.
“O propósito é disponibilizar na Internet uma página informando
o que as nossas instituições estão fazendo de bom. Será um
espaço para discutir e socializar informações sobre estas
práticas”.
Maria de Fátima Pires da Silva, assessora técnica da Coordenadoria
Geral da Universidade (CGU), discorreu sobre a experiência
da Unicamp para cerca de 30 representantes de várias instituições
do país, incluindo pró-reitores, vice-reitores e diretores
de planejamento. “Sendo uma primeira reunião para formar esta
rede de universidades brasileiras para a troca de boas práticas
acadêmicas e administrativas, considero o público muito bom,
por conta da sua qualidade”.
A assessora da CGU explica
que, do ponto de vista acadêmico, o que está em discussão
é como melhorar os indicadores de pesquisa e formar melhor
os alunos de graduação e de pós-graduação, avaliando a infraestrutura
disponibilizada pelas universidades. “Um exemplo é a criação
do espaço da escrita, onde professores que não dominam a escrita
em inglês ou francês podem ter seus artigos traduzidos e revisados,
o que aumenta a visibilidade internacional da instituição”.
No aspecto administrativo, Maria de Fátima da Silva destaca
a importância do próprio planejamento estratégico, além da
avaliação institucional e do estabelecimento de indicadores.
“É bastante complicado implantar tais práticas dentro da academia,
já que isso não depende apenas da boa vontade de determinado
grupo. A ideia precisa permear os professores, os alunos e
principalmente os ex-alunos, que podem avaliar o que a universidade
lhes ofereceu”.
A palestra de abertura do
seminário do Nepp foi concedida por Claudia Velandia Gómez,
diretora de Planejamento e Avaliação da Universidad de los
Andes, que tratou do planejamento e dos indicadores na sua
instituição e no ensino superior da Colômbia em geral. A tarde
ficou reservada para a apresentação de três experiências bem
sucedidas na Unicamp.
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