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Faepex introduz novas regras
para financiamento de projetos
Objetivo das alterações é aprimorar
o fomento
às atividades de ensino, pesquisa e extensão
MANUEL
ALVES FILHO
A
partir de 1 º de março, o Fundo de Apoio ao Ensino, à Pesquisa
e à Extensão (Faepex) passou a operar com novas regras para
financiamento de projetos. As alterações foram aprovadas em
dezembro de 2009 pelo Conselho de Orientação do órgão. Entre
as mudanças, destaque para a introdução da modalidade Programa
de Auxílios Pré-temáticos, cujo objetivo é estimular a submissão
de novos projetos temáticos à Fundação de Amparo à Pesquisa
do Estado de São Paulo (Fapesp). Nesse caso, o Faepex destinará
até R$ 10 mil para ajudar na elaboração da proposta. Também
foram feitas modificações em relação à concessão de recursos
para as seguintes modalidades: projetos temáticos já aprovados,
Programa Auxílio à Pesquisa para Docente em Início de Carreira
(Papdic) e Linha Extensão. Os detalhes sobre os procedimentos
para pleitear os auxílios podem ser conferidos no novo sítio
eletrônico da Pró-Reitoria de Pesquisa (PRP), que entrou no
ar também em 1º de março (www.prp.unicamp.br).
De acordo com o pró-reitor
de Pesquisa da Unicamp, professor Ronaldo Aloise Pilli, o
intuito das mudanças é aprimorar o financiamento das atividades
apoiadas pelo Faepex. Ele destaca que a concessão de recursos
para a elaboração de novos projetos temáticos, por exemplo,
já foi praticada em outras ocasiões. “Nós resolvemos reintroduzir
essa modalidade com o objetivo de ampliar o número de propostas
a serem submetidas à Fapesp”, afirma. O montante destinado
a cada pedido aprovado, no valor de até R$ 10 mil, pode ser
empregado para o custeio de atividades necessárias à estruturação
do projeto (experimentos preliminares, viagens, reuniões de
equipe, material permanente e de consumo). Os projetos temáticos
já vigentes, assim como os aprovados a partir de 1º de março
e coordenados por docente da Unicamp, terão assegurados R$
10 mil por ano a serem utilizados a critério do coordenador.
Em
relação ao Papdic, prossegue o pró-reitor de Pesquisa, a novidade
é que os docentes que, durante seu primeiro ano de vínculo
com a Universidade, tiverem projeto de pesquisa aprovado por
agências de fomento e estiverem credenciados em programa de
pós-graduação da Unicamp, terão assegurados recursos para
o custeio de um aluno de mestrado por um período de até 24
meses nos valores das bolsas de mestrado praticados pelo Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Além disso, foi mantido na linha PAPDIC o auxílio de até R$
8 mil para docentes que submeterem solicitação de auxilio
à pesquisa às agências de financiamento durante seu primeiro
ano de vínculo com a Unicamp, de modo a proporcionar condições
iniciais de trabalho aos docentes recém-contratados pela Universidade.
Após aprovado, esse recurso pode ser destinado para a aquisição
de material permanente e de consumo, contratação de serviços
de terceiros e reparo de equipamentos. “Como esse jovem docente
também pode pleitear bolsas de iniciação científica, ele encontra
na Universidade condições muito favoráveis para a implantação
de seu grupo de pesquisa”, considera Pilli.
A última mudança em relação
às regras de financiamento do Faepex diz respeito ao auxílio
destinado à Linha Extensão, que visa a apoiar a organização
de eventos e outras atividades. O pró-reitor de Pesquisa esclarece
que até então os pedidos eram analisados em fluxo contínuo.
A partir de 1º de março, isso passou a ser feito por meio
do lançamento de três editais ao ano, nos meses de março,
junho e outubro. “Vamos concentrar a análise dos pedidos nesses
três meses. Convidamos os docentes a visitarem a nova página
eletrônica da PRP para que tomem conhecimento dos detalhes
dos procedimentos”.
Internacionalização
Ainda no âmbito do Faepex, está em vigor um edital lançado
em novembro do ano passado que tem por objetivo apoiar a vinda
de professores estrangeiros para atuarem junto aos programas
de pós-graduação da Unicamp. A iniciativa foi tomada em conjunto
pela Pró-Reitoria de Pesquisa (PRP) e Pró-Reitoria de Pós-Graduação
(PRPG). Neste primeiro momento, explica o pró-reitor de Pós-Graduação,
professor Euclides de Mesquita Neto, os visitantes poderão
permanecer na Universidade por até 60 dias, com financiamento
completo: viagem, hospedagem, seguro-saúde e pró-labore. “Nossa
intenção com essa ação é qualificar os nossos cursos de pós-graduação,
principalmente aqueles que ainda não alcançaram um grau de
internacionalização”.
Como o prazo para a submissão
de propostas ao edital se encerra em 31 de março, tanto Pilli
quanto Mesquita Neto convidam os docentes e coordenadores
de pós-graduação a apressarem a inscrição de seus projetos.
“Trata-se de uma oportunidade excelente para que os nossos
programas ganhem em qualidade. Nossa expectativa é que, com
a vinda desses especialistas estrangeiros a partir de 1º de
junho, nossos cursos abram novos horizontes, ofereçam novas
disciplinas aos alunos e formulem novos projetos de pesquisa
em cooperação com instituições estrangeiras”, diz o pró-reitor
de Pós-Graduação.
Ainda de acordo com ele, esse
tipo de intercâmbio frequentemente traz ganhos importantes
ao ensino e à pesquisa, visto que a chegada de pesquisadores
estrangeiros de reconhecida competência tende a deixar legados
valiosos. Como exemplo, ele citou a experiência realizada
em meados da década de 70, quando o médico e cientista belga
Willy Jean Malaisse, recém-laureado com o título de Doutor
Honoris Causa pela Unicamp, esteve como professor visitante
na Universidade. Na ocasião, ele contribuiu para o desenvolvimento
de um programa de pós-graduação no Instituto de Biologia (IB),
que culminou com o desenvolvimento de relevantes estudos e
a formação de profissionais de reconhecida excelência na área
de fisiologia. “É esse tipo de ação que queremos fomentar”,
assegura Mesquita Neto.
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