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Combinação de tecnologias possibilita
reutilização de água de esgoto sanitário
RAQUEL
DO CARMO SANTOS
Um
sistema de tratamento de esgoto sanitário que permite o reúso
da água em descargas de bacias sanitárias e banheiros está
em funcionamento em uma empresa na cidade paulista de Itu.
Trata-se de uma combinação de tecnologias concebida e projetada
pelo engenheiro Marcelo Pohlmann. Uma das principais vantagens
é a redução de gastos com energia, preocupação sempre presente
em tecnologias convencionais. Ademais, o sistema mostrou-se
viável economicamente.
“O diferencial do trabalho
está justamente na forma de obtenção da água de reúso, utilizando
uma combinação de várias técnicas necessárias para tratar
o esgoto, conseguindo reutilizá-la em locais onde não há necessidade
de água potável”, explica o engenheiro, que defendeu tese
de doutorado na Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura
e Urbanismo (FEEC).
Segundo Pohlmann, a escassez
da água, em nível mundial, em quantidade e qualidade, aliado
ao aumento de seu custo, vem motivando um número crescente
de pesquisas sobre a reutilização de efluentes tratados. Por
isso, a importância de colocar à disposição da sociedade mais
uma alternativa com ganhos econômicos.
No caso da empresa de Itu,
que conta com 1,5 mil empregados, o consumo de água caiu pela
metade dos custos observados há quatro anos. A estimativa
é que cada funcionário consuma hoje em torno de 30 litros
de água por dia, enquanto em fábricas o consumo em média é
de 70 litros. “Atualmente, a empresa tem um número maior de
funcionários e consome metade da água em comparação há quatro
anos”, declara.
A pesquisa conduzida ao longo
de nove meses por Pohlmann, e orientada pelo professor José
Euclides Paterniani, aliou as técnicas denominadas reator
anóxico, valo de oxidação, decantador, filtro biológico, pré-filtração
ascendente, filtração lenta, desinfecção UV e cloração em
linha. A esta combinação, o engenheiro ainda idealizou um
tanque de re-aeração. As remoções médias foram de valores
significativos, acima de 97% da cor aparente e da demanda
química de oxigênio ou DQO, que consiste na medida indireta
de matéria orgânica, obtendo ainda resultados de turbidez
equivalentes à da água potável.
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