Estudo
desenvolvido na Faculdade de Ciências Médicas (FCM) apontou
que idosos de uma instituição de longa permanência – os
antigos asilos – possuem má qualidade do sono. A enfermeira
Cláudia Lysia de Oliveira Araújo realizou a pesquisa na
cidade de Guaratinguetá com 38 idosos, de ambos os sexos,
maiores de 60 anos e que residem no local há mais de um
ano. Entre os principais problemas para uma noite mal dormida
relatados pelos entrevistados estão o levantar-se para ir
ao banheiro, interrupções do sono durante a madrugada e
despertar muito cedo. “Para o idoso, dormir bem é primordial
para uma boa qualidade de vida. Muitos casos de quedas ou
mesmo dores podem ser conseqüência de sonolência”, atesta
a enfermeira, que é especialista em saúde do idoso.
Cláudia Araújo foi orientada pela professora Maria Filomena
Ceolim e relata que nas visitas às instituições era comum
ouvir queixas dos internos com relação ao sono. Sabe-se,
segundo ela, que o ciclo circadiano é comprometido com o
envelhecimento, pois os idosos não entram na fase do sono
profundo, podendo ser despertados por um mínimo ruído. Não
sonham, inclusive, como os jovens ou adolescentes, que podem
chegar a dormir até 18 horas. Na pesquisa, no entanto, a
enfermeira apurou que além deste fator, os internos são
submetidos a movimentações excessivas dentro do ambiente
em que está dormindo.
“O sono é fragmentado, pois há questões de luminosidade,
por exemplo. Em geral, estão alojados em quartos com outras
pessoas e, por isso, pode ocorrer uma movimentação capaz
de causar a interrupção do sono”, explica. Outros problemas
apontados por Cláudia Araújo seriam os cochilos vespertinos
e a falta de atividade física e lúdica que favorecesse uma
noite de sono mais intensa.
Nas considerações finais de seu trabalho, a enfermeira
propõe a implantação de atividades para melhorar a qualidade
do sono dos idosos sem que precisem recorrer a medicações.
“Os ambientes oferecem mínima estimulação durante o dia
e pouco contraste entre o dia e a noite. Por isso, 63% dos
idosos têm padrões irregulares de sono”, esclarece. A pesquisa
apontou ainda que quase 90% deles relataram demorar até
30 minutos para adormecer e 47% dormiam mais de sete horas
por noite. (R.C.S.)