o
final de 2000 houve a assinatura do convênio de criação
do Cen tro Nacional de Referência em Energia do Hidrogênio
(CENEH), tendo como entidades constituin tes o Ministério
de Ciência e Tecnologia (MCT), a Secretaria de Estado
de Meio Ambiente de São Paulo (SMA/SP), Unicamp, USP,
Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e a organização
não-governamental Vitae Civilis Instituto para
o Desenvolvimento, Meio Ambiente e Paz. Para sede deste centro
foi escolhida a Unicamp, em Campinas.
Os
objetivos do CENEH foram definidos em seu convênio de
criação: Promover, através de rede
de informação, a divulgação e
difusão de referências sobre programas, projetos,
pesquisas, desenvolvimentos científicos e tecnológicos
do aproveitamento ener-gético do hidrogênio,
propor e realizar pesquisas científicas e tecnológicas,
próprias ou em cooperação com outras
entidades interessadas, desenvolvendo alianças estratégicas
nesta área de atividade e, também, promover
a capacitação e treinamento neste tema.
Caberá
então ao CENEH promover a pesquisa e o desenvolvimento
das aplicações energéticas do hidrogênio
no Brasil, que atualmente podem ser consideradas insignificantes,
em termos quantitativos. Entretanto existem grandes perspectivas
de que sistemas energéticos baseados no uso do hidrogênio
venham a ser incrementados nos próximos anos, principalmente
através das células a combustível, tanto
para aplicações estacionárias como móveis.
Nesta área o país possui basicamente apenas
competência acadêmica, com algumas pequenas empresas
investindo atualmente no desenvolvimento desta tecnologia.
Apontada por muitos especialistas como uma área estratégica
dos próximos anos, sem dúvida que esta tecnologia
é no momento a mais prioritária, tanto para
pesquisas fundamentais como tecnológicas.
Neste
contexto, o papel a ser desempenhado pelo CENEH será
bastante relevante, uma vez que o desenvolvimento das tecnologias
que compõem os sistemas energéticos do hidrogênio
passa necessariamente pela criação de programas
integrados de P&D, reunindo as competências e as
experiências nacionais nas diferentes áreas envolvidas,
programas estes que deverão contar com a participação
ou o acompanhamento do setor industrial, que será responsável
pela fabricação e comercialização
dos resultados das pesquisas.
Com relação à Unicamp, diversas atividades
previstas para serem realizadas no âmbito do CENEH,
descritas em seu convênio de criação,
resultarão em benefícios diretos às atividades
de pesquisa e ensino da Universidade. Com a concentração
de projetos de pesquisa e desenvolvimento em torno dos Centros
de Referência, o envolvimento dos alunos da instituição-sede
passou a contar com financiamento e infra-estrutura para projetos
relevantes de iniciação científica e
de pós-graduação. Obviamente que os projetos
do CENEH não estão restritos aos alunos da instituição-sede,
mas é fácil perceber que estes serão
beneficiados por estarem junto a ele.
A experiência
dos outros centros mostra que, apesar de uma maior participação
em ciências aplicadas, também pesquisas básicas
têm sido realizadas. Outro aspecto acadêmico importante
é o estreitamento de relações, através
dos Centros, entre as instituições-sede e outras
instituições no país e no exterior, facilitando
a troca de informações, estágios, cursos,
seminários, visitas, entre professores, funcionários
e alunos. Com respeito à organização
de eventos, os Centros têm promovido inúmeros
encontros e workshops, onde a participação de
alunos e professores da instituição-sede é
amplamente beneficiada, seja na apresentação
de trabalhos ou no contato com outros profissionais do país
e do exterior, o que certamente ocorrerá com o CENEH
e a Unicamp.
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Ennio
Peres da Silva (foto) é professor do Instituto de Física
Gleb Wataghin (IFGW) da Unicamp e secretário executivo
do Centro Nacional de Referência em Energia do Hidrogênio
(CENEH)