Ilari
e Lúcia, do curso de redação: apostando
no talento dos funcionários da Universidade
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julgar
pela confissão acima, o romancista francês, autor
do clássico Madame Bovary (1857), também tinha
lá seus probleminhas para pôr no papel idéias
que se transformariam em obras-primas, como Educação
Sentimental (1869) ou Três Contos (1877). Perfeccionista,
Flaubert era capaz de ficar dias e até meses buscando
a palavra correta.
A Unicamp
criou um curso de Redação voltado para os servidores
da Universidade, por meio da AFPU (Agência para Formação
Profissional da Unicamp) e com apoio do Instituto de Estudos
da Linguagem (IEL). A proposta, obviamente, não é
descobrir um novo Flaubert, Machado ou Dostoiévsk. Mas
fazer com que os funcionários passem a escrever melhor
textos oficiais ou mesmo de ficção
e obter uma boa noção de gramática.
A tarefa
coube aos professores Rodolfo Ilari e Lúcia Bastos, ambos
do IEL. Para eles, ao final do curso, o nível de aproveitamento
dos alunos foi muito bom. Principalmente no que se refere
aos textos apresentados, diz Ilari.
O curso teve 40 horas de duração, com uma aula
de quatro horas por semana. Foram doze encontros, ocupados com
leitura, produção de textos e análise dos
erros normalmente de ortografia, pontuação
e crase. Os sessenta alunos inscritos desenvolveram seus trabalhos
com base numa apostila reunindo textos de jornais, revistas,
artigos mais complexos, editoriais e até de propaganda.
Partindo do texto produzido pelo próprio aluno,
observávamos em quais aspectos ele errava mais, o que
fazia bem e se apresentava problemas de acentuação,
pontuação e escolhas lexicais, explica Lúcia
Bastos.
Os
alunos eram levados a refletir sobre a qualidade que se espera
de um texto. Basicamente, coesão, coerência, clareza,
vocabulário e adequação à situação,
completa o professor Ilari. Detectados os erros, partia-se então
para os exercícios de leitura. E, a partir dos textos
da apostila, os funcionários deveriam fazer em casa um
diário, considerado um bom exercício para desenvolver
o hábito da escrita e, por conseqüência, aprimorar
a concatenação de idéias para elaboração
de um conto, artigo, documento oficial ou uma narrativa de livre
escolha.
Processo
demorado Tanto Lúcia quanto Ilari afirmam que
é preciso estimular uma pessoa a ler e a escrever quando
ainda criança. Com o adulto, isso já se
torna um tanto difícil. Esse binômio ler/escrever
não é coisa que se consegue de forma imediata.
Pelo contrário, é algo demorado e muitas vezes
não se consegue transformar um adulto num bom leitor.
Para escrever bem é preciso ler e para ler é preciso
escrever. São coisas que se completam, assinala
Lúcia.
Especialista
em semântica, Ilari trabalhou mais com as histórias
contadas pelos alunos. A maioria deles conseguiu escrever
boas histórias. Percebi, no entanto, que as narrativas
careciam de boa gramática e ortografia, o mesmo ocorrendo
com concordância e regência, e uso inadequado de
preposições, afirma. Em sala de aula discutia-se,
reescrevia-se os textos e, curiosamente, a própria classe
cobrava que colegas se dedicassem um pouco mais ao estudo da
gramática.
Eu
estava muito mais preocupado em fazer com que eles saíssem
do curso sem medo de escrever. Depois de dez ou doze semanas
verificamos que já liam e escreviam mais e melhor. Tinham
aprendido a olhar para o próprio texto e descobrir onde
haviam errado, comenta Ilari. Vale a pena investir
nesses funcionários, há muita gente de talento
trabalhando nos mais diversos setores da Universidade,
conclui.
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De
volta ao Ano Zero
MIGUEL LEONEL DOS SANTOS
O
espírito, como todos sabem, se transporta para outra
dimensão que possa existir, e que, não existindo,
pode ser criada na mente de qualquer ser divino. Essa força
é que permite afirmar que o ser Supremo é a
soma de todas as forças energéticas positivas
produzidas por nossas almas. Ela é infinita porque
nossa mente vive nos mundos onde possamos imaginar.
No
passado, chamávamos essa situação de
irrealidade, e quando um corpo ficava inerte, mas vivo, dizíamos
que ele estava em estado de coma. Quantos não foram
os espíritos que conseguiram se libertar do corpo através
desse expediente, de fingir a morte? Alguns ficavam nesse
estágio durante anos terrestres e, às vezes,
tinham que desistir e retornar à vida corpórea.
Incorporados, não se lembravam por onde tinham viajado
e os mundos que tinham criado. Esses mundos, assim como são
atualmente, mantinham o Universo em constante crescimento.
Denominamos esse crescimento de movimento inconsciente
porque o espírito não tinha o domínio
do corpo e muito menos da mente. A mente era controlada por
seres que se diziam mais racionais e que formulavam idéias
para manter o controle ideológico de uns sobre os outros,
com o objetivo de acumular riquezas.
Na
verdade, esses seres eram tão controlados pela matéria
que passaram a desenvolver um tipo de inteligência,
que a palavra irracionalidade pode explicar. O movimento inconsciente
foi importante para o desenvolvimento da consciência
libertadora em muitos espíritos. E foi em razão
dessas experiências que muitos de nós conseguimos,
ao longo dos séculos terrestres, acumular conhecimento
necessário e, de certa forma, nos preparar para o momento
da aliança com o espírito Universal. A aliança
universal ocorreu no ano terrestre de 2002. A luz universal
veio do centro da Galáxia, se intensificou ao passar
principalmente pelos planetas Júpiter e Marte atingindo
em cheio a Terra. Os mais desenvolvidos puderam senti-la positivamente.
No entanto, bilhões de corpos e espíritos ficaram
aprisionados em seus mundos. O individualismo, o egoísmo
e principalmente o apego pela cultura materialista, criaram
uma força negativa que não se alia à
luz positiva.
Ao
incorporarmos a luz Universal, libertamos nossos espíritos
e, consequentemente, deixamos a Terra. Nossa saída
provocou um desequilíbrio, pois a força negativa
aprisionou os individualistas em seus mundos egoístas.
O fato é que o Sistema Solar passou a ser uma fonte
geradora de energias negativas para todo o Universo. O mal
está contaminando, se espalhando e os espíritos
que estão por se libertar em outras galáxias
e planetas correm sérios riscos. Teremos que interferir
pelo bem do equilíbrio universal. O filho da luz Universal
é voluntário a voltar para a Terra no ano que
chamarão de Zero; a incorporação se dará,
mais uma vez, com o propósito de destruir as idéias
egoístas e individualistas, pregar a paz e o amor ao
próximo. Esta então será a última
tentativa. O Espírito Universal convocou-os para serem
os doze apóstolos.
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Miguel
Leonel dos Santos (foto) é funcionário da área
técnica operacional
do IEL há sete anos. Entrou em direito na PUC de Campinas,
no último
vestibular, segundo ele graças ao curso de redação
da AFPU. Ele escreveu
o texto acima especialmente para o Jornal da Unicamp.
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